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Brilhe de sangue a lua

Posted by Olhos Celestes on 13 de junho de 2012 17:47 in , , ,
Hoje consegui um tempinho para responder ao desafio que faltava... muito empolgada pra escrever, mas com pouco tempo, taí o que saiu, espero que gostem ^^


Brilhe de sangue a lua...


Decepção. Isso é tudo que consigo sentir agora.
Não era assim até um tempo atrás, já senti todo tipo de coisas, boas e... ruins, claro. Do que estou falando? Bom, tudo começou há dois anos... quando me apaixonei.
Ela era linda, parecia um anjo (jeito estranho de se pensar, principalmente vindo de mim, mas foi isso que pensei quando a vi), tão maravilhosa, passou por mim enquanto eu caminhava por uma praça, estava fazendo um pequeno intervalo no meu serviço, serviço qual esqueci quase completamente quando a vi. Corri até ela, tomei coragem, disse oi. Seus olhos azuis envolveram meus olhos negros imediatamente, senti-me tremer, senti-me explodir por dentro. Por algum motivo ela se interessou por mim também, depois, com o tempo, descobri que foi o meu mistério que a encantou.
Ela era de fato um anjo e eu uma... bem, tinha tudo pra dar errado a nossa união. Fui me apaixonar justamente por uma mortal com alma de anjo caído, ela não sabia de sua verdadeira face como anjo no outro mundo, mas sentia e entendia que havia algo de errado, que era especial. Quem me dera poder ter contado a ela quem ela realmente era antes de tudo acontecer, tudo teria acabado muito pior do que acabou eu imagino, mas eu teria feito isso por amor. O que me impediu foram motivos muito maiores, o meu próprio ser, meus princípios e principalmente o juramento que fiz. Eu não estava nesse mundo para amar, pelo contrário, tinha uma missão a cumprir que não tinha nada a ver com amor, nem mesmo sou mortal...
Não sei como ela não desconfiou antes... só podíamos nos encontrar a noite, nunca nos vimos durante o dia, pois durante o dia eu retorno ao outro mundo, mas ela nunca me questionou em relação a isso, apesar de meus instinto captar a curiosidade dela. Ela não desconfiou do meu corpo sem nenhuma imperfeição, muito mais que um corpo de mulher, mas também por que desconfiaria? O corpo dela também o era. Acho que cometeram um erro transformando-a em mortal assim, trazendo consigo sua aparência de anjo... Enfim, tantos mistérios, ela sabia que havia algo de errado comigo, algo de muito errado, mas nunca me questionou nada, nunca deixou de se entregar aos meus braços noite após noite.
Sim, são lágrimas brotando de meus olhos... há pouco seriam de saudade, de angustia, de solidão. Mas me conformei, hoje são apenas lágrimas de raiva contida. Nem mesmo de arrependimento.
Noite após noite, durante quase dois anos nos encontramos, éramos felizes... mas ela estava perdida em sua sabedoria de mortal, tão fraca e insegura. Eu a amei mais do que qualquer coisa, eu abri mão de muito por ela, eu desrespeitei leis por ela! Mas chegou o dia em que eu tinha que me mostrar. Doía esconder esse segredo, eu não sou mortal, eu a amava tanto, ela me amava também, e no amor não existem segredos. Achei que tendo alma de anjo ela entenderia e... ficaríamos juntas. Doce esperança, doce engano.
Naquela noite resolvi contar tudo a ela, o que eu era. Durante nossas carícias  eu abri o jogo, disse a ela que precisava mostrar-lhe algo e então apresentei-lhe meu corpo tal como é por completo, mostrei-lhe minhas asas e meus poderes. Ela sentiu medo, eu senti pena, mas isso durou apenas alguns segundos. Tivesse ficado nisso tudo acabaria melhor, mas ela enfureceu-se, começou a proferir palavras amargas, jogá-las em minha direção, acusou-me por ter mentido por tanto tempo, acusou-me de estar usando-a, de persegui-la e acima de tudo de não amar-lhe.
Isso eu não suportei. Não importa o que eu era, o que eu sou, eu a amava! Porém não sou perfeita, e toda a sua raiva desencadeou sentimentos horríveis em mim, fez acordar o meu verdadeiro ser por ela mesma adormecido. Tentei ainda me controlar e explicar-lhe que não era como ela dizia, mas ela nem tentou me ouvir, me chamou das piores coisas e disse que nunca mais queria me ver, e que nunca me perdoaria por “fingir” que a amei. Ataquei-a.
Naquela noite eu vi a lua banhar-se de sangue, e vi seus olhos azuis se fechando, pela ultima vez...
Desde então resignei-me, desisti de minha missão, quiseram me punir por isso, que façam o que quiserem quando eu voltar ao inferno, hahahahah, mas eu não voltarei, e aqui não podem me punir. Desde aquele dia estou aqui, não importo em esconder-me, em esconder quem realmente sou. Alguns já passaram por essa floresta e me viram, um demônio sentado em uma árvore, na pele de uma linda mulher com asas, decepcionada mas ainda assim exalando todo o mal do mundo, é assim que me enxergam...
Eu tentei mudar, tentei mudar por ela! Tentei mudar por amor, mas ela, assim como todos os humanos, me decepcionou, e eu achei que ela era diferente... eu a amei... e a lembrança mais nítida que tenho dela hoje é a lua cheia, que fico a observar a noite toda, lembrando da noite em que tudo acabou.
Sou o que sou e nada pode mudar isso, mas eu também sou capaz de amar...

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Guia para fazer café

Posted by PatyDeuner on 11:35 in , , ,
Olá retalhenses!
Achei um guia para fazer café bastante interessante. Espero que gostem.

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Eu preciso de uma dessas

Posted by Kbeça on 12 de junho de 2012 17:35 in , , , , , ,
Sério, existem poucas coisas que eu acho que seria muito legal se um robô fizesse. Esta semana, após ajudar a Nanda a arrumar a cama, lembrei-me dos Jatsons e pensei que seria legal se ela se arrumasse sozinha.
Olha o Universo conspirando...




Tudo bem que não é assim "nossa que maravilha", mas também, acabou de ser inventada. Outra coisa, essa menina não chega nem perto de bagunçar a cama, comparada a mim, parece até que ela nem deitou. Quero ver arrumar a minha cama. Quando eu levanto parece que pratiquei Jiu-Jitsu com o colchão e venci. :)

Agora preciso de uma robô massagista e de um carro que se dirija sozinho. ;)


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Final de semana

Posted by Lívia Marques on 11 de junho de 2012 10:49 in , ,

Final de semana chegando, tudo pronto e planejado para dois dias de puro prazer. Marido indo pescar, crianças na casa da mãe e ela com planos de arrasar. O som já preparado com músicas suaves, alternadas com jazz e alguma coisa mais pesada para dar uma certa tensão ao clima. A casa arrumada  e organizada com toda a atenção: flores e aroma de jasmim.
No banheiro velas perfumadas, toalhas novas, tapete felpudo. Na cama, lençóis novos de algodão egípcio super macios, feitos para a ocasião. O abajur ligado, o quarto a meia luz. No criado aquele livro há muito desejado. O robe de chambre já pronto no banheiro junto aos chinelos felpudos de salto. A camisola de seda dobrada junto à cama. No barzinho o cocktail já preparado e disposto na taça alta.
Tudo perfeito... só falta ligar pra pizzaria. Afinal uma noite em casa sozinha tem que ter pizza pra acompanhar. Ela nem acredita que vai poder tomar banho de banheira, com seus sais de banho, ouvindo uma musiquinha tranquila sem ser interrompida por socos na porta e gritos de “mamãe sai daí” e “amor me deixa entrar”. Vai se embebedar com o cocktail carregado na vodka e no conhaque que ela mesma preparou e dançar pelada pela casa. É claro que fechou as cortinas, não curte voyerismo, aliás que graça tem a pessoa ficar se mostrando e o outro observando sem fazer nada? Que coisa mais besta.
A campainha toca e é o entregador. Veste o robe e paga a pizza, de quebra pediu mais seis cervejas. Pretende mesmo ficar de porre esta noite. O marido não bebe, prefere coisas naturais, por isso ela abdica do álcool o ano inteiro. Mas hoje a noite é sua. Põe o CD do Queen pra tocar e acha pouco, ela quer uma música mais pesada: põe Metallica, e a casa treme. É agora que os vizinhos vão começar a reclamar! Mas ela não se intimida, canta com microfone no karaokê e arrebenta.A seleção de músicas es tá boa: AC/DC, Marillion, The Who e a campainha da porta tocando sem parar. Ah, não brinca que já vão encher a paciência! Abre a porta e dá de cara com o marido com uma cara perplexa de quem não está entendendo nada. A viagem deu errado, o carro quebrou e tiveram que voltar pra trás. Só faltava essa. O fim de semana estragado por causa de um carro quebrado! Ele pelo menos deixou passar o pileque e propôs aproveitar os lençóis novinhos. Até que não foi de todo perdido.

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