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Desafio Duplo da Imagem da Nanda (04/02/13) - By Sammy Freitas
Recebi uma imagem da Marcinha me desafiando e pensei... porque não desafiar a todas!? Então, lá vai... não é obrigatório e quem quiser, topa, quem não quiser, não topa!
Frases Propostas pela Nanda no Desafio:
1. Seus olhos incendiaram-se ao fitá-lo.
2. Mais uma caneca, senhor?
3. Que péssima hora para começar a chover!
4. Podia vislumbrar tudo pelo tecido fino, deixando pouco para a imaginação.
5. O que você quer, criança?
* * *
Já tinha passado do alvorecer e o toque dos tambores ao longe indicava o encerramento dos festivais no castelo. Galthar estava exausto. Após 12 dias de cavalgadas incessantes, parando somente ao anoitecer para dormir em acampamentos improvisados, fizeram com que seu corpo pedisse um descanso e comida decente.
Prendeu seu cavalo no estábulo e entrou com cuidado na Taverna do Leão Faminto. Já estivera ali anos antes e tinha sido banido devido a uma confusão tola. Mas agora estava diferente e portava vestes e honrarias dignas de um mensageiro do rei.
Se alguém o reconheceu, não disse nada. Tom, o estalajadeiro, estava secando um copo com um pano sujo. Nunca entendeu essa obsessão que os taberneiros tinham de secar os copos. Bastava encher novamente de cerveja. Aquele pano dele estava tão imundo quanto sua meia, e preferia beber num copo sujo a beber naquele copo supostamente lavado e seco...
Pegou uma caneca de cerveja no balcão e procurou o canto quieto e mais escuro e se jogou na cadeira. Acendeu seu cachimbo com a chama da vela que bruxeleava por cima da mesa.
Uma mocinha pequena, com lindos cabelos encaracolados e bem negros, veio em sua direção. Fazia muito tempo em que não tinha estado com uma mulher, então encarou o decote em seu vestido com tamanha dedicação que quase podia vislumbrar tudo pelo tecido fino, deixando pouco para a imaginação. Seus olhos seguiram atentamente a mão dela ajeitar o vestido leve com timidez.
- Mais uma caneca, senhor?
- Não, benzinho... Mas ficaria feliz em pedir que você me mostrasse o quarto... - respondeu com o olhar belicoso tomado de luxúria.
A mocinha ruborizou e seus olhos incendiaram-se ao fitá-lo.
Deu um sorriso maroto e perguntou o que tinha para comer, ainda encarando o decote.
Ela se recompõs e prometeu lhe trazer um prato de sopa, ensopado de vitelo ou qualquer outra porcaria que tivesse na cozinha.
Distraiu-se olhando os tipos na taverna. Bêbado.. Arruaceiro... Bêbado.. Bêbado... Ladrão... Bêbado... Arruaceiro... Arruaceiro...
Tão previsível... Até que no canto oposto, observou um ser pequeno. Suspirou de leve. Detestava anões. Sua arrogância era inversamente proporcional ao seu tamanho. E aquele anão era realmente pequeno. O anão estava acompanhado por um mago jovem e dois elfos misteriosos. Suspeito... muito suspeito...
Ainda observava o grupo, quando a mocinha parou em sua frente encobrindo sua visão.
- O que você quer, criança?
- Trouxe seu ensopado. Não estava com fome?
Pegou a colher e o pão e começou a comer, fingindo desinteresse no restante da Taverna, mas percebeu que a cena com a taberneira, havia chamado uma atenção desnecessária do grupo para si. O elfo levantou e agora conversava com os dois arruaceiros apontando em sua direção. Tinha duas opções, terminar de comer e sair rapidamente ou entrar numa briga que prometia...
Optou por esperar. Estava faminto e terminar de comer não poderia fazer mal. Além disso, deu um jeito para que suas armas ficassem à vista, e fez seu olhar mais perigoso, intimidando até mesmo um guerreiro que estava mais próximo.
Sem perder a vista dos arruaceiros que não paravam de encará-lo, Galthar foi surpreendido por um bêbado caindo por cima dele, quando começou a levantar, viu o anão ao seu lado com um pequeno machado em punho, forçando sua garganta.
O anão sorriu para ele com os dentes manchados e um bafo quente que era um misto de cebola, cerveja e carniça. Qualquer um ficaria chateado, sem vontade de cantar uma linda canção. Mas não Galthar. Ele não desistiria fácil.
Debochou:
- Anão, o que você comeu hoje? Carniça de urubu?
O anão não estava para brincadeiras.
- Venha comigo se não quiser morrer...
Levantou-se devagar e saiu com o anão, tentando manter o máximo de sua dignidade. Lá fora um raio cortou os céus. Tocou o machado de Tor no pescoço e resmungou:
- Que péssima hora para começar a chover!
- Você é Galthar, o mensageiro do rei?
- Quem quer saber, Anão?
- Dobre a língua, homem. Sou Avignon, filho do Rei dos Anões. Esta mensagem que está portando é para meu pai?
Galthar ficou surpreso. Achava que tinha viajado incógnico e tinha sido discreto. Pouquíssimas pessoas sabiam que era mensageiro. Mesmo assim, não entregaria a mensagem para esse possível espião.
- Prove...
O anão o soltou e puxou um pergaminho ainda com selo real. Galthar quebrou e leu atentamente empalidecendo quando terminou.
- Estamos em guerra contra as trevas... Mortos-vivos se levantando....
- Não somos inimigos, Galthar. Ainda lutaremos juntos essa batalha.
- Como sabe tanto sobre mim e meu nome?
- Sei mais do que imagina. Dê-me a mensagem. Preciso descer aos túneis imediatamente e levá-la para meu pai.
- Não posso. Tenho que entregar pessoalmente.
- Sele seu cavalo. Esta guerra é nossa.Venha comigo e vamos vencê-la.
