5
Resposta ao desafio da imagem da leitora Bianca Santana por Nanda Cris
A leitora Bianca Santana desafiou as Meninas Retalhenses com essa imagem, muito inspiradora:
A Sammy Freitas topou e já postou o desafio dela.
Sou a segunda a respondê-lo. Espero que a Bianca e todos vocês gostem. :-)
- Antônio, ela está chegando.
- Mas já? Não era para ser 10 anos depois do meu desencarne?
- Já se passaram 10 anos, Antônio.
- Já?
- Sim, o tempo aqui passa diferente do tempo na Terra.
- Certo, quanto falta até ela chegar?
- Pouco, ela já está tendo a primeira parada cardio-respiratória. Estão tentando ressuscitá-la. Segundo as minhas anotações, ela só desencarnará na terceira.
- Certo, Emmanuel, eu preciso de outras roupas.
- Outras roupas? O que há de errado com suas roupas?
- Elas são brancas demais, esvoaçantes demais, vão assustá-la.
- Antônio, todos nós por aqui andamos assim, ela terá que se acostumar não?
- Sim, mas ela não precisa ter um choque no primeiro momento, não é?
- Ok, ok. Não custa nada por um curto período de tempo. Mentalize a roupa que quer vestir e então, plasme.
Antônio fecha os olhos e se concentra. Pensa no casaco que ganhou dela no último Natal antes de falecer. Pensa na calça que ela mais gostava. Pensa no boné que seus netos lhe deram no último aniversário, ela tinha rido tanto daquilo! "Um velho de boné, como um cantor de hip-hop maluco" e ria e ria. Antônio sorriu com a lembrança. E concentrou-se mais profundamente. Plasmou o banco onde se conheceram. Estava tão focado que não ouviu Emmanuel perguntar:
- Antônio, o que está fazendo???
Lembrou-se da flor preferida de Ruth, tulipas. Plasmou um galho com 3, bem vermelhas e viçosas. Agora, concentrou-se muito. Não sabia se ia conseguir um feito tão grande, mas precisava tentar. Focou seu pensamento no grande amor que sentia por Ruth, toda a sua saudade pelos anos afastados e toda a sua felicidade pelo reencontro. Mentalizou a neve que ela tanto amava. E foi agraciado com os primeiros flocos gelados caindo em seu rosto e mãos. Abriu os olhos e deparou-se com Emmanuel que tinha um expressão entre divertido e zangado.
- Acho que você foi um pouco longe, não?
- Me desculpe, mas gostaria que fosse perfeito.
Emmanuel sorriu e sussurrou.
- Ok, sente-se aí e espere um pouco, logo logo ela chegará. Vou tentar acalmar os superiores que não vão gostar nadinha desta neve.
E, dizendo isto, afastou-se, assoviando.
Antônio, sem saber direito como agir, sentou-se no banco e esperou. A cada momento seus ombros se encurvavam mais e sua expressão ficava mais triste. Teria sido uma piada? Que demora toda era aquela? Já estava quase desistindo e indo embora quando sentiu uma mão em seu ombro. Levantou o olhar achando que era Emmanuel para avisar que os superiores tinham ficado tão irritados com a neve que tinham impedido Ruth de desencarnar agora. Ou, pior ainda, tinham mandado ela para outro lugar. Mas não, seus temores não se concretizaram. Ao olhar para cima, viu Ruth, mais bela do que nunca. Ela tinha lágrimas nos olhos e uma voz embargada quando disse:
- Antônio, meu amor, quanto tempo! Que saudades!
Ele, então, levantou-se, fez uma mesura e estendeu a flor, a qual ela pegou com um sorriso nos lábios. Abraçaram-se. O tempo pareceu parar. Depois de um longo momento, Ruth falou novamente:
- Antônio, não entendo. Eu estava muito doente e agora estou bem. E você, você está morto. Como podemos estar juntos? Também estou morta? Que lugar é este?
- Calma, minha querida. Eu vou explicar tudo. Temos a eternidade para isso... - e, dizendo isso, beijou-a com carinho.
A Sammy Freitas topou e já postou o desafio dela.
Sou a segunda a respondê-lo. Espero que a Bianca e todos vocês gostem. :-)
- Antônio, ela está chegando.
- Mas já? Não era para ser 10 anos depois do meu desencarne?
- Já se passaram 10 anos, Antônio.
- Já?
- Sim, o tempo aqui passa diferente do tempo na Terra.
- Certo, quanto falta até ela chegar?
- Pouco, ela já está tendo a primeira parada cardio-respiratória. Estão tentando ressuscitá-la. Segundo as minhas anotações, ela só desencarnará na terceira.
- Certo, Emmanuel, eu preciso de outras roupas.
- Outras roupas? O que há de errado com suas roupas?
- Elas são brancas demais, esvoaçantes demais, vão assustá-la.
- Antônio, todos nós por aqui andamos assim, ela terá que se acostumar não?
- Sim, mas ela não precisa ter um choque no primeiro momento, não é?
- Ok, ok. Não custa nada por um curto período de tempo. Mentalize a roupa que quer vestir e então, plasme.
Antônio fecha os olhos e se concentra. Pensa no casaco que ganhou dela no último Natal antes de falecer. Pensa na calça que ela mais gostava. Pensa no boné que seus netos lhe deram no último aniversário, ela tinha rido tanto daquilo! "Um velho de boné, como um cantor de hip-hop maluco" e ria e ria. Antônio sorriu com a lembrança. E concentrou-se mais profundamente. Plasmou o banco onde se conheceram. Estava tão focado que não ouviu Emmanuel perguntar:
- Antônio, o que está fazendo???
Lembrou-se da flor preferida de Ruth, tulipas. Plasmou um galho com 3, bem vermelhas e viçosas. Agora, concentrou-se muito. Não sabia se ia conseguir um feito tão grande, mas precisava tentar. Focou seu pensamento no grande amor que sentia por Ruth, toda a sua saudade pelos anos afastados e toda a sua felicidade pelo reencontro. Mentalizou a neve que ela tanto amava. E foi agraciado com os primeiros flocos gelados caindo em seu rosto e mãos. Abriu os olhos e deparou-se com Emmanuel que tinha um expressão entre divertido e zangado.
- Acho que você foi um pouco longe, não?
- Me desculpe, mas gostaria que fosse perfeito.
Emmanuel sorriu e sussurrou.
- Ok, sente-se aí e espere um pouco, logo logo ela chegará. Vou tentar acalmar os superiores que não vão gostar nadinha desta neve.
E, dizendo isto, afastou-se, assoviando.
Antônio, sem saber direito como agir, sentou-se no banco e esperou. A cada momento seus ombros se encurvavam mais e sua expressão ficava mais triste. Teria sido uma piada? Que demora toda era aquela? Já estava quase desistindo e indo embora quando sentiu uma mão em seu ombro. Levantou o olhar achando que era Emmanuel para avisar que os superiores tinham ficado tão irritados com a neve que tinham impedido Ruth de desencarnar agora. Ou, pior ainda, tinham mandado ela para outro lugar. Mas não, seus temores não se concretizaram. Ao olhar para cima, viu Ruth, mais bela do que nunca. Ela tinha lágrimas nos olhos e uma voz embargada quando disse:
- Antônio, meu amor, quanto tempo! Que saudades!
Ele, então, levantou-se, fez uma mesura e estendeu a flor, a qual ela pegou com um sorriso nos lábios. Abraçaram-se. O tempo pareceu parar. Depois de um longo momento, Ruth falou novamente:
- Antônio, não entendo. Eu estava muito doente e agora estou bem. E você, você está morto. Como podemos estar juntos? Também estou morta? Que lugar é este?
- Calma, minha querida. Eu vou explicar tudo. Temos a eternidade para isso... - e, dizendo isso, beijou-a com carinho.
