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Batata quente 2 - Parte 10

Posted by Nanda Cris on 5 de janeiro de 2013 07:30 in , ,
O começo dessa saga, você encontra aqui:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9

E agora, sem mais delongas... a estória!



Suzanne tinha certeza que não iria sobreviver mais por muito tempo. Sentia a consciência resvalar e pensava que aquilo seria uma benção. O fim da dor, era tudo o que ela queria.

Górgon caiu em meio aos vampiros, esmagando na queda os que ainda não tinham chegado perto de Susanne. Ainda assim, sobraram muitos, e alguns já tinham poderes, graças ao sangue da Deusa, não seria possível derrotá-los apenas na força física. A gárgula então concentrou-se no seu poder e emitiu uma forte luz azulada que congelou todos os vampiros no recinto. Cristopher o encarou estupefado. Não fazia idéia que eles dominavam a magia! Mas logo afastou este pensamento e correu para Suzanne, ela estava muito pálida, com vários ferimentos no corpo e desmaiada. Acomodou-a nos braços e aguardou instruções. Górgon estava arrancado as cabeças dos vampiros congelados com os dentes.
- Está divertido aí, chefe?
- Não me venha com ironias, filhote. - Górgon disse depois de cuspir mais uma cabeça - Estou tentando decepar todos os que beberam do sangue da Deusa. Assim eles não vão conseguir nos perseguir, nem passar a informação adiante.
- Certo. - Cristopher respondeu, constrangido.
- E você deveria me ajudar. Essa magia só dura uns cinco minutos, logo eles vão acordar e vão atacá-la novamente, até a drenagem total. Temos que nos livrar de todos.
Cristopher rapidamente depositou Susanne em um canto e começou a atacar, o tempo era precioso.

Como era bom sentir ar puro durante um vôo sem perseguições. Sentir Suzanne em seus braços, segura. Aquilo sim era vida. Lendo sua mente, Górgon vociferou:
-Não cante vitória antes do tempo, criança. Ainda tem o primeiro vampiro que provou o sangue da Deusa. Ele ainda está solto por aí.
-É verdade, havia me esquecido dele.
-O seu problema é esse, meu rapaz: memória curta.
Cristopher resolveu engolir a ofensa, ele a merecia. Apertou Suzanne um pouco mais nos braços. Quase a perdera e por culpa total e exclusivamente sua. Burro!
Ao chegarem no teto da Catedral de Notre Dame, encaminharam-se diretamente até uma parede que não parecia ter nada demais. Cristopher não entendeu o porque, mas achou melhor ficar calado. De qualquer forma, logo saberia o que estavam fazendo.

Górgon aproximou-se da parede e viu que o portal começava a se destacar com uma luz muito forte, quase cegante. Sem hesitar, tocou o centro da porta e ela se afastou, abrindo caminho para que seu corpanzil pudesse entrar naquele mundo paralelo. Fez um gesto para que Cristopher o seguisse e entrou, sem olhar para trás.
Ao adentrar, foi recebido por seu mestre, que o saudou e comentou:
- Ouvi murmúrios sobre o seu retorno, studento*. Vejo que voltou acompanhado. O que houve com a Diinon**?
- O filhote a deixou ser capturada.
Cristopher deu um passo à frente, tentando se fazer notar e falou:
- Desculpe por isso, eu...
- Não interrompa-nos. - o mestre o cortou - Você poderá falar quando for solicitada sua opinião. Prossiga Górgon.
- Consegui salvá-la e matei os vampiros que haviam provado seu sangue ou que sabiam sobre o poder dele. Mas ainda há um solto, o primeiro.
- E o que você pretente fazer?
- Trouxe-a para que o senhor a curasse. E, quando ela despertar, tocarei sua mente para tentar rastrear o fugitivo.
- Certo, mas a transformação não poderá mais ser protelada.
- Sim, mas esta missão acho melhor deixar a cargo do senhor.
- Como queira. Infano***, traga-me a Diinon.
Cristopher aproximou-se e parou a apenas um braço de distância. Não sabia direito o que fazer, então ficou apenas parado, aguardando o desenrolar dos fatos, com Suzanne nos braços, ainda desacordada.
O mestre estendeu os braços e fez surgir uma luz ainda mais azul que a emitida por Górgon. Ela envolveu o corpo de Suzanne, que começou a se reconstituir, perante os seus olhos. As faces ganharam um rosado saudável e ela parecia que nunca tinha sido atacada. Suspirou aliviado. Ela sairia dessa. Foi com o coração transbordando de felicidade que viu-a abrir os olhos tão logo a luz cessou.
- Cristopher? O que houve?
- É uma longa estória, Mon Bijou****. O que você precisa saber é que todos os vampiros estão mortos, você está segura.
- Não minta para a Deusa, fedelho. - Górgon bufou - Bote-a no chão, precisamos conversar.
Suzanne, já do chão, encarou-o, assustada. Sussurrou:
- Cristopher, quem é ele?
- É meu mestre, escute-o pois ele precisa de um favor seu. Realmente nem todos os vampiros morreram, la unua está solto por aí, como a profecia previu.
- La unua?
- O primeiro, na nossa língua nativa, mon amour*****. Fale com ele.
- Ok. - Suzanne parecia assustada, mas decidida. Aproximou-se de Górgon e escondeu as mãos que tremiam atrás do corpo. - Prazer, senhor. Em que posso ajudar?
- Preciso tocar sua mente, Deusa. Mas não se preocupe, não doerá.
- Sinta-se a vontade.
Ela sentiu uma presença dentro de sua cabeça, mas não chegava a ser desconfortável. Depois de alguns momentos, a conexão se findou e ela sentiu apenas uma leve enxaqueca.
- Consegui localizá-lo. Ele sabe onde estamos e está vindo para cá. Não passará pelo portal, é claro, a magia antiga não permitirá. Mas podemos surpreendê-lo no telhado.
- O tempo é curto, studento. Diinon, aproxime-se, precisamos conversar. - O mestre falou e estendeu a mão, convidando-a a chegar mais perto.
Ela segurou sua mão e se aproximou. Não sentia medo daquela velha gárgula. Pena que o mesmo não podia dizer do mestre de Cristopher. Ele era tão imponente, que ela se sentia insignificante perto dele.
- Sim?
- Você é nossa Diinon, nossa Deusa. Você vive por toda a eternidade nos resguardando. Quando seu corpo, por algum motivo, se deteriora, você morre, mas não a morte que os homens conhecem. Você se apossa de um corpo humano e fica com sua mente embotada, numa espécie de hibernação. Para descansar e se fortalecer mentalmente. Nós preservamos sua integridade física até que chegue aos 18 anos, quando você já se encontra apta a exercer suas atividades de guardiã do nosso mundo.
- Eu fiz 18 há uma semana...
- Exatamente. Estávamos arrumando tudo para o seu regresso, mas os vampiros acabaram nos obrigando a apressar um pouco o processo.
- Mas, como poderei ser uma guardiã? Meu corpo não suportaria uma luta física com um vampiro... talvez nem mesmo com um humano!
- Realmente, seu corpo físico não está preparado para isso, mas segundo a profecia, apenas você tem o poder de aniquilar La unua. é para isso que você terá que passar pela transformação, quando seu cérebro se lembrará de todas as suas vidas pregressas e você retornará como nossa Deusa e guardiã.
- Transformação?
- Sim, você tem que assumir sua forma original.
- Que seria?
- Uma gárgula, é claro.


* aluno em esperanto.
** deusa em esperanto.
*** criança em esperanto.
**** minha jóia em francês.
***** meu amor em francês.

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O que é viver?

Posted by Nanda Cris on 4 de janeiro de 2013 09:50 in

Achei que tinha tudo a ver com nosso blog.
Não tinha como não imortalizar aqui. ;-)

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Batata Quente (1) - Parte 7

Posted by Nanda Cris on 2 de janeiro de 2013 07:30 in , ,
Vamos tirar um pouco a teia de aranha dessa estória?
Acho que o próximo pedaço já pode ser o final. Quem se habilita???

Partes anteriores:
Parte 1
Parte 2 


Rita viu o furgão sair do barracão escondida atrás de um caminhão estacionado do outro lado da rua. Seu sexto sentido a dizia que agora seria fácil se aproximar e, como ele nunca falhava, resolveu se arriscar.
Pé ante pé foi se aproximando da porta por onde saiu o carro. Lá dentro era pouco iluminado, mas forçando a vista pôde ver alguém preso em uma viga central. Aproximou-se ainda um pouco receosa. Quando avistou os cabelos cor de fogo de sua mãe deixou o bom senso de lado e correu o mais rápido que suas pernas nada atléticas permitiam. Ao aproximar-se, percebeu que ela estava desacordada. Bateu levemente em sua face e, ao vê-la despertar, falou:
- Mamãe, o que houve?
- Rita, minha filha, fuja!
- Não mamãe, vou soltá-la. Só vou embora com a senhora. Quem fez isso?
- Thomas, aquele monstro.
- Sempre desconfiei daquele calhorda. Droga, essas cordas estão muito apertadas. Preciso de uma faca. - e dizendo isto, saiu à procura de algo que pudesse cortar as cordas que prendiam sua mãe.

Thomas encolheu novamente, não queria chamar atenção, ainda não era o momento. Entrou no furgão e dirigiu-se ao galpão. Primeiro arrancaria cada pedaço de Marta, com ela ainda viva. Quem sabe embalaria algumas partes e mandaria para Joana, na desventura de ela estar viva? Sim, sim, isso seria muito interessante! Colocaria as partes numa caixa muito bonita e vistosa. E não podia esquecer do cartão! Podia até já pensar nos dizeres: "Para minha querida irmãzinha, um presente para você nunca se esquecer o quanto eu acho família importante. Com amor, Thomas". Esse pensamento o fez rir descontroladamente. Não conseguia parar. Seria simplesmente lindo.

- Mamãe, achei uma faca meio cega. Vai ter que servir.
Ao se aproximar, Rita percebeu que Marta tinha desmaiado novamente. Suspirou. Como iam fugir dali com a mãe tão debilitada?
- Calma, Rita - ela pensou, tentando se acalmar - um passo de cada vez. Primeiro: desamarrar.
Começou a passar a faca sempre num mesmo ponto, concentrada ao extremo. Depois do que pareceu ser uma eternidade, os pulsos de sua mãe se soltaram e ela tombou para a frente fazendo um baque alto no chão.
- Droga. - Rita resmungou e aproximou-se rapidamente da mãe. Sacudiu-a levemente e ela olhou-a, a dor e a confusão estampada nos olhos.
- Rita, me deixe aqui e vá até o Mausoléu do seu avô. O cedro está lá, se o Thomas ainda não o pegou, faça-o e fuja o mais rápido que você puder.
Rita arregalou os olhos enquanto falava:
- Mamãe, eu não sou a filha corajosa, não posso fazer isso, preciso de você.
- Não minha filha. Eu que preciso de você neste momento. Não posso fazer isto sozinha e preciso que você me ajude.
- Ok, certo. Mas não vou deixar você aqui exposta. Me acompanhe até meu carro. Você fica nele enquanto vou até o mausoléu.
- Certo, mas vamos rápido, o cemitério é perto daqui, Thomas estará de volta a qualquer momento.
E, dizendo isto, as duas foram para o carro de Rita, abraçadas, o mais rápido que o corpo debilitado de Marta permitia.

Thomas assobiava ao se aproximar do galpão. Um carro passou por ele cantando pneu, mas ele não tomou nem conhecimento. Seus pensamentos estavam voltados para Marta.
-Que parte arrancar primeiro? A orelha? Ou um dedo? Podia começar pelo mindinho e ir arrancando um por um. - o pensamento o fazia sorrir, feliz. - O importante era prolongar o sofrimento.
Bateu o cedro na coxa direita, ao compasso de sua música preferida. Parecia noite de Natal. Estava tão contente!
Ao entrar no galpão, já foi logo falando:
- Marta, minha querida, que saudades!
Mas a ironia escapou de sua voz enquanto ele olhava atordoado para a corda cortada no chão. A estúpida havia fugido! Começou a bufar como um touro enlouquecido.
- Vadia! Agora você me irritou!

Ao chegarem ao cemitério, Rita tentou chegar o mais próximo possível que seu carro conseguia do mausoléu do avô, o que ainda era consideravelmente distante. Correu o trecho que faltava, sentindo a perna arder e o pulmão queimando. Ela realmente precisava se exercitar mais!
Quando chegou ao destino, sentiu seu coração falhar uma batida. O mausoléu estava profanado. Com certeza o cedro não estava mais ali. Afastou o nojo e debruçou-se sobre o túmulo, olhando detidamente. Nada.
Saiu e olhou em volta, nem sabia como dar essa notícia para a mãe. Olhava para o nada quando notou um movimento, aproximou-se cautelosa, até que perdebeu o que era aquela forma:
- Meu Deus, Joana!
A irmã estava respirando com dificuldade, parecia muito machucada. Pegou o celular e ligou para a emergência. Deu as coordenadas necessárias para encontrarem a irmã e saiu, se desculpando, mesmo que ela não conseguisse ouvi-la:
- Perdoe-me mana, mas não posso ficar. Preciso perguntar para mamãe o que fazer agora. A ambulância está a caminho.

- Para onde aquela idiota foi? Com certeza não fugiu sozinha. Como ela cortaria as cordas?
Batendo o cedro na mão esquerda espalmada, andava de um lado para o outro. Precisava pensar no seu próximo passo. Parou com um movimento brusco. Será que o cedro ajudaria numa situação dessa? Não custava tentar.
- Cedro, me mostre onde a Marta está!
Uma estranha fumaça começou a sair do centro do objeto e criou uma espécie de tela em frente ao rosto de Thomas, onde era possível ver Marta desmaiada no banco do carona, olhou em volta e avistou Rita se aproximando correndo do carro.
- Como essa gorda estúpida conseguiu salvar a mãe?
Socou com raiva a fumaça e a imagem se desfez. Queria que fosse tão simples aplacar o ódio que sentia no peito.
- Aquelas. Vacas. Vão. Pagar. Ah, se vão!

- Mamãe. Mamãe, por favor, acorde! - Rita disse, dando tapinhas em Marta.
- Joana? - Marta murmurou, os olhos embaçados.
- Não, mãe, Rita. Preciso de um conselho! Acorda mãe!
Marta piscou mais um pouco e tentou se ajeitar melhor no assento, mas a dor foi tão insuportável que ela desistiu.
- O que houve Rita, onde está o cedro?
- Acho que está com o Thomas, mãe. O Mausoléu estava aberto e a Joana estava caida na frente dele.
- Joana?! Caída?!
- Calma, mãe, sem exaltações. Já chamei a ambulância, eles estão a caminho.
- Certo, deixe-me pensar... Uma vez seu pai me contou uma história sobre uma outra família que detinha um cedro como o nosso. A idéia de ter 2 cedros, com os mesmos poderes, em famílias diferentes era para evitar uma desgraça como a que estamos vivendo.
- Tá, mãe, encurta a estória que o tempo está escasso. Onde está esta família?
- Morta. Todos morreram.
- Então...
- O cedro deve estar no Mausoléu deles, Rita! Não é obvio?
- Mamãe, desculpe a minha burrice. Na faculdade não tinha nenhuma cadeira sobre salvar o mundo, eu sou meio nova nisso,ok?
- Mocinha, sem ironias comigo.
- Sem sermão mamãe, onde é esse mausoléu?


Thomas conseguiu se acalmar o suficiente para pensar novamente.
- Cedro, mostre-me Joana.
E o cedro, mais uma vez, criou uma tela de fumaça em frente ao seu rosto. Hospital Panamericano.
- Que maravilha, você está tão perto maninha! Acho que vou ter que te pegar de isca para que as 2 antas apareçam.
Soltou uma gargalhada sinistra. Já sentia a vitória nas mãos.
- Cedro, me transforme na Marta.
Mais uma vez o objeto reluzente não o decepcionou. Ele era uma cópia fiel de uma Marta sadia.

Ao retornar ao carro, Rita estava arfante e suada, mas com um sorriso feliz no rosto, havia encontrado o cedro! Colocou-o no colo de sua mãe que parecia estar um pouco melhor, pois não tinha perdido a consciência no espaço de tempo que esteve fora.
- Para onde agora, mamãe?
- Bom, o hospital mais perto daqui é o Panamericano. Enquanto você estava fora,  ouvi um sirene que devia ser da ambulância que veio resgatar sua irmã. Ela deve estar nesse hospital. Vamos para lá, aposto como Thomas está indo para lá também.

Ao entrar pelas portas, Thomas parou uma enfermeira e se identificou como a mãe de Joana. Prontamente foi levado até o quarto onde lhe explicaram que a paciente estava sedada pois tinha ficado muito agitada. Ele sorriu compassivo, enquanto comentava:
- Esta é minha filhinha. Ela odeia hospitais.
A enfermeira deu um sorriso cumplice e se afastou, deixando-o com Joana.
- Que coisa mais sem graça, você aí sedada. Quem eu vou aterrorizar enquanto as imbecis não chegam?
Thomas andava de um lado para o outro do quarto, entediado.
- Cedro, acorde Joana.
Mal havia completado a frase e Joana já estava de olhos abertos, fitando-o feliz.
- Mamãe, como a senhora conseguiu escapar? E o cedro? Como a senhora recuperou?
- Não se exalte, minha filha. Logo logo responderei suas perguntas, estamos esperando algumas visitas.
- Quem, mãe?
Neste momento, o destino se encarregou de responder à pergunta de Joana. Marta e Rita entraram no quarto e estacaram na porta, sem saber como proceder. Thomas não podia perder aquele momento de indecisão das duas, e exclamou com o tom mais indignado que conseguiu fingir:
- Quem é você, impostora?



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FELIZ 2013

Posted by PatyDeuner on 1 de janeiro de 2013 12:53 in , ,

O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como se a receita de felicidade fosse o aqui e o agora.

Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais..., mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho?

Quero viver bem! Este ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal. As vezes a gente espera demais das pessoas. Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal.
O ano que vai entrar vai ser diferente. Muda o ano, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que desejo para todos é sabedoria! E que todos saibamos transformar tudo em boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim... Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria 3. Ou mude-o de classe, transforme-o em colega. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.

O nosso desejo não se realizou? Beleza, não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro): CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE.

Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam bem diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial.

O ano que vai entrar pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro. O ano que vai entrar pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular... ou... Pode ser puro orgulho! Depende de mim, de você! Pode ser. E que seja!!!

Feliz olhar novo!!! Que o ano que se inicia seja do tamanho que você fizer.

Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"



Autor: Carlos Drummond de Andrade




Um Feliz 2013 para toda a família Retalhense e a todos os amigos, parentes e visitantes do nosso blog.



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Desafio do tempo e do espaço de Ano Novo by Nanda Cris

Posted by Nanda Cris on 31 de dezembro de 2012 07:30 in ,

Tempo: Réveillon
Espaço: As grades da prisão eram desgastadas por tantas mãos que passaram por ali ao longo do tempo, alisando-as. No canto, uma latrina sem tampa exalava um cheiro não muito agradável. Uma pequena janela deixava entrar as luzes dos fogos que pipocavam ao longe. Haviam 2 catres no cubículo, ambos demonstrando sinais de estarem ocupados. Ao longo do corredor várias celas, todas ocupadas. No final deste, uma sala de guardas, onde era possível ver uma parte da televisão com a Globo passando a queima de fogos em Copacabana. Além disso, também era possível ver uma poltrona e o topo da cabeça de alguém.

Passou olhando as grades das celas. Vários humanos estavam dentro delas. Era tão estranho ele estar livre, enquanto os bípedes estavam encarcerados!
A grande maioria se apertava em frente aqueles buracos apertados também gradeados que eles chamavam de janela, para ficar vendo aquelas luzes barulhentas. Qual a graça daquilo? Ele mesmo era uma diversão muito melhor! Seu pelo estava brilhoso, tinha tomado banho hoje, estava cheiroso, com a pelagem macia. Ótima para um afago. Mas todos não estavam nem aí para ele. Deu um latido, só para testar.
-Cala a boca, Braddock! Vai deitar!
Deitar? Como me deitar com todas aquelas explosões? Ele queria era um abraço, não gostava daquelas luzes barulhentas. Mas ninguém ali parecia querer dar atenção para ele.
Saiu trotando em direção à sala em anexo, o focinho levantado, com toda a dignidade que pode reunir. Lá chegando, encontrou o bípede do uniforme azul, sentado em frente a poltrona vendo outras luzes explosivas, mas estas pareciam estar dentro daquela caixa e o barulho era mais baixo, não era apavorante. Aproximou-se para investigar. Cheirou a caixa, como as luzes podiam estar ali? Aquela caixa era mágica, só podia ser. Já tinha visto tanta coisa ali dentro! Estava perdido em divagações, quando foi puxado para o colo do bípede que o afagava todo, enquanto esticava um suculento osso, ainda com alguns pedaços de frango grudados nele. Agarrou-o avidamente com a boca e deu um salto, caindo com graciosidade no chão. Ajeitou-se confortavelmente ao lado da poltrona e ficou encarando a caixa mágica enquanto devorava o osso e recebia afagos na cabeça.
- Feliz 2013, Braddock.
Se esse tal de 2013 fosse sempre com carinho e ossinhos, ele não tinha dúvida de que seria feliz. Mesmo se tivessem algumas luzes explosivas de vez em quando.


Feliz 2013 Retalhenses!

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Busque soluções

Posted by Nanda Cris on 30 de dezembro de 2012 07:30 in , ,

Eu tenho uma amiga psicóloga que me disse uma vez o seguinte:
- Você lida com os seus problemas negando a existência deles. Você sabe que em um momento você terá que enfrentá-los, não sabe?

Sim, eu sei. E sim, eu escolhi empurrar com a barriga. Se eu não tenho a resposta, eu deixo pra lá. Não que eu não pense no problema. Eu penso. Mas não fico debruçada em cima dele. O excesso do problema não gera resultado, gera frustração. Ás vezes, quando estamos distraídas, pensando em outra coisa, a solução surge na mente.

A morte do meu pai, a morte da minha avó, para isso não há solução. Então eu nego, e empurro com a barriga. Estão viajando, um dia voltam.
Uma doença hereditária na família, se diagnosticado há tratamento. Já marquei neurologista para dia 29/01/2013. Porque para isso há esperança. Tem um porque correr atrás, porque suar a camisa, porque se desgastar.
Teve um vez que eu deixei tudo acumular, e pensava em tudo ciclicamente na minha cabeça. Marido desempregado, mudança para uma casa nova, problemas com meu chefe, incerteza no emprego, solicitação de aumento negada, minha avó doente, minha cachorra com câncer. E vários problemas menores. Pensei, pensei, pensei. Resultado? Não resolvi nenhum dos meus problemas e fiquei 7 dias com uma labirintite absurda. Não arrumei um emprego pro marido, não ajudei a empacotar nada, continuei com problemas com meu chefe, ganhando mal e cheia de incertezas, minha avó e cachorra continuaram doentes... e eu fiquei doente junto!
Adiantou?
Neca!
Então, sim, eu sofro de negação. Assim como sofro de compulsão por comprar livros e esmaltes. Defeitos de fábrica, me processe.
A gente só leva dessa vida a vida que se leva. Eu vou perder tempo dando murro em ponta de faca?
Penso positivo, boto um sorriso no rosto, ignoro o que não posso resolver naquele momento e vou a luta.
O tempo que gastamos nos lamentando é um tempo perdido. Não desperdice seu tempo, o relógio está correndo e ele é implacável.

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