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Resenha "Dom Casmurro" - Maio - Desafio Literário 2013
Com este livro, confesso, me senti de volta à escola, quando eu tinha 4 livros para ler de autores nacionais, um por bimestre, para depois fazer uma prova para a matéria de Literatura.
OK, vamos espantar o cheiro de naftalina que está impregnando o ar, e vamos ao que interessa!!!
O Desafio Literário 2013 propôs para esse mês um romance psicológico e eu escolhi Dom Casmurro para essa empreitada.
OK, vamos espantar o cheiro de naftalina que está impregnando o ar, e vamos ao que interessa!!!
O Desafio Literário 2013 propôs para esse mês um romance psicológico e eu escolhi Dom Casmurro para essa empreitada.
Vamos à sinopse:
Publicado originalmente em 1899, o livro conta a história de Bentinho e Capitu, desde o namoro infantil até o casamento atormentado pelo ciúme e pela dúvida que virou polêmica literária: Capitu traiu o marido com o melhor amigo dele, Escobar? Os fatos são narrados por Bentinho, que relembra, já velho, episódios de sua vida.
É difícil resenhar um livro que o mundo inteiro já parece ter lido, menos esta que vos escreve. Mas, quem está na chuva é para se molhar, então, vamos lá!
O livro é super fácil de ler, primeiro por ter poucas páginas, segundo porque não tem um português rebuscado. Não sei se é porque a edição que eu peguei era uma adaptação de Hildebrando A. de André (só vi isso depois que eu já tinha comprado) ou se realmente o original é assim, mas flui muito fácil. Li em 3 horas e com interrupções!
Como a sinopse já conta tudo sobre o livro e não há muito mais a ser dito, proponho um jogo para você, leitor: você acha que Capitu traiu ou não Bentinho? Responda nos comentários o que você acha e o porque dessa impressão. Agora eu vou dizer o que acho (se isso vai influenciar na sua resposta, por favor, não leia o que escrevo abaixo. Comente primeiro e só depois volte aqui para ler o que escrevo, ok?)
Realmente eu acho que o autor deixou várias pistas pelo livro para que nós pudéssemos desvendar o mistério. Para mim, Capitu era realmente muito maquinadora, calculista e fria. Mas, em nenhum momento, era desleal. Ela sabia guardar seus sentimentos, sabia como manipular para conseguir o que queria. Disso tivemos muitas provas ao longo do livro. Mas nunca tivemos nenhuma de traição por parte dela. Tudo o que parecia traição, poderia ser interpretado como gestos normais. Mas, toldados pelo ciúme doentio de Bentinho, tudo ganhava ares de infidelidade.
Então temos:
- Um rapaz extremamente inseguro, imaginativo e ciumento. Bentinho mesmo admitiu que proibiu Capitu de ir aos bailes com os braços de fora pois todos do salão paravam para vê-la. Podiam até mesmo serem lindos os braços, mas vamos combinar né? Todos os caras do salão ficarem de quatro por braços? Todos? Só podia ser o ciúme falando. Ele também admitiu, em outro ponto do livro, que Capitu não podia falar com homem nenhum, velho ou moço, que ele surtava. Sinceramente? Comigo esse Bentinho não tinha chance nenhuma, que cara inseguro!
- Uma moça muito bonita, faceira e misteriosa. Nunca se podia dizer com 100% de certeza o que ela estava pensando e que chamava muita atenção pela beleza. Ou seja, o terror personificado para homens inseguros.
- O filho de Capitu e Bentinho ser a cara de Escobar. Aqui, para mim, está a maior pista que Machado de Assis deixou para nós. Nunca num livro bom algum fato é exposto sem motivo. E eu considero Dom Casmurro um livro bom. Qual o sentido de Gurgel (pai de Sancha, melhor amiga de Capitu) comentar com Bentinho que Capitu era uma cópia fiel de sua falecida esposa? O mesmo rosto e o mesmo temperamento? E Bentinho concordou olhando o retrato da esposa de Gurgel. Ou seja, elas deviam ser idênticas mesmo! Mas, elas não tinham parentesco nenhum, era apenas uma coincidência. Ou seja, o mesmo poderia acontecer com o filho de Capitu e Bentinho, ele poderia ser a cara de Escobar, mesmo não tendo nenhum traço do seu DNA.
- Capitu sempre tão esperta e dissimulada, foi a primeira a alertar Bentinho da semelhança física entre o filho deles e Escobar. Se ela tivesse algo a esconder nunca iria falar algo neste sentido, para deixá-lo alerta sobre o fato.
Esses são os principais pontos que eu gostaria de ressaltar para embasar minha teoria de que Capitu foi injustiçada ao ser segregada na Suíça, sem nada ter feito. Para mim, Capitu era inocente e amou Bentinho até a morte. Um inseguro e infeliz homem que não soube aproveitar o amor que estava bem ali diante dele.
Terminei esse livro com uma grande sensação de tristeza. De vidas desperdiçadas. A obra faz pensar. Suspeitas não são fatos. Será que vale a pena desperdiçar tudo por algo falho?
