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Não me leia
Posted by Baltazar Escritor
on
5 de maio de 2012
22:17
in
Baltazar_Escritor,
guilherme figueiredo,
poesias
Não me leia em voz alta por mais que
meu verbo melhor soe em boca alheia
e se meu verso nasce de você
melhor será, jamais, jamais me leia
Hão de perguntar: Enfim por que
calar uma poesia que tão feia
se torna no silêncio de quem lê
e não nos lábios cujo encanto a enleia?
Responderei (e o faço por escrito,
assim o verso nunca seja dito).
Meu poema, sem gritos e sem riso
Dói tanto, sangra tanto, esmaga tanto
que nenhum ai, nem musica, nem canto
imita a solidão em que agonizo.
(Guilherme Figueiredo)
meu verbo melhor soe em boca alheia
e se meu verso nasce de você
melhor será, jamais, jamais me leia
Hão de perguntar: Enfim por que
calar uma poesia que tão feia
se torna no silêncio de quem lê
e não nos lábios cujo encanto a enleia?
Responderei (e o faço por escrito,
assim o verso nunca seja dito).
Meu poema, sem gritos e sem riso
Dói tanto, sangra tanto, esmaga tanto
que nenhum ai, nem musica, nem canto
imita a solidão em que agonizo.
(Guilherme Figueiredo)

4 comentários:
Muito bom!
ResponderExcluirSempre que leio um poema tenho a impressão que foi escrito com tanta facilidade....tipo, as palavras apenas escorrem pelo papel.
Guilherme Figueiredo escreveu o livro Ração de Abandono num dos momentos mais conturbados de sua vida, quando estava velho e todos o deixaram de lado como um trapo usado, não duvido de seus sentimentos ao escrever estas linhas.
ResponderExcluiroutra do mesmo autor
ResponderExcluirNas tocaias de amor amor não poupa:
Posto em sossego andava: recebi
Uma carga de amor à queima-roupa
(A queima-coração, vinda de ti).
Ia quieto na vida em minha estrada
Pensando em vidas que jamais vivi;
Súbito vem dos céus uma pancada
De ver estrelas (ou de ver-te, a ti).
Dormia sem ter sonhos; nunca os tive.
Que difícil sonhar-te! Só te vi
Quando me despertaste: Vive! Vive!
Desfiz-me em sonho e nunca mais dormi.
Que bem fizeste, que mal fiz a ti?
Tu me ressuscitaste ou já morri?
Muito boa também.
ResponderExcluirSeus poemas carregam um fio de amargura, mas a felicidade permeia as ilusões (ou não) de que se abastece.
Comenta aê!