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Batata quente (2) - Parte 9

Posted by Nanda Cris on 27 de setembro de 2012 18:00 in , ,

Quando Cristopher acordou, olhou em volta e blasfemou. O sangue de Suzane triplicou a força do vampiro. Aquilo era uma catástrofe. Agora que estavam com ela, não hesitariam em sugar até a última gota de seu precioso sangue. Se tornando tão fortes, ficaria difícil para Cristopher defendê-la sozinho. Como proceder?
Passou a mão no cabelo, andando de lá para cá. Não conseguia pensar em outra saída, precisava apelar para os Ancestrais. Sem mais hesitar, saiu voando em direção ao telhado da Catedral de Notre Dame.

Suzane acordou sentindo-se ainda fraca e desnorteada. Olhou à volta procurando Cristopher, mas então a realidade se abateu sobre ela como um véu negro e ela sentiu um arrepio de terror por todo o seu corpo. Olhou em volta assustada. Estava sozinha, por enquanto. Suspirou aliviada e tentou se soltar da viga. Estava muito bem presa, só conseguiu com o processo esfolar os pulsos. Um filete de sangue escorreu de onde estava amarrada, pingando no chão. Neste exato momento um vampiro entrou na sala, os olhos enlouquecidos, o peito arfando e a boca escancarada em um grito:
- Sangueeee....

Cristopher aproximou-se da maior gárgula existente no telhado da Catedral e começou a sussurrar as palavras do ritual de invocação. Entoou o cântico até sua garganta secar e sua esperança minguar. Já estava quase desistindo quando uma forte luz começou a emanar da estátua a sua frente e ela ganhou movimento. Recuou para evitar ser esmagado por suas enormes patas. A estátua se espreguiçou e olhou em volta, seus olhos encontrando-o a um canto do terraço.
- Porque ousa me acordar?
-A Deusa está em apuros e não posso resgatá-la sozinho.
A enorme criatura cruzou o telhado com duas longas passadas e postou-se em frente a Cristopher, prendendo-o entre 2 paredes. Rugiu e arreganhou os dentes, pronto para arrancar sua cabeça fora.
-Como pode falhar tão terrivelmente? – A raiva era palpável em cada palavra proferida. – Ninguém sabia da existência dela, era para ser uma tarefa ridícula. E você falhou, filhote? – O desprezo na última palavra afundou o coração de Cristopher. Gaguejando, respondeu:
- Perdão senhor... perdão. Um vampiro maculou sua carne, arrancando apenas algumas gostas de sangue. Ele provou-o e nos perseguiu até o solo sagrado, onde eu achei que estaríamos seguros.
- Seguros? Seguros? Ele provou o sangue dela, seu tolo. Solo sagrado não quer dizer mais nada para ele.
-Agora sei disso senhor.
-Você devia ter prestado atenção quando sua missão foi explicada. Agora é tarde, mas não vou perder mais meu tempo com você. Onde a Deusa está?
-Eles a levaram enquanto eu estava desacordado...
-Porque não estou surpreso? – Górgon reclamou, pouco antes de agitar as asas e começar a voar – Siga-me, filhote, e tente não se pôr em perigo. Veja se aprende alguma coisa.

Suzane ofegou e se contraiu o máximo que sua posição permitia. Que ideia estúpida tentar se soltar, agora aquela criatura babante estava ali querendo seu sangue e logo outras, graças ao grito dado por ele, estariam ali também. Resignou-se com a ideia de que, pelo menos, sua morte seria rápida. A criatura aproximou-se e lambeu o chão, olhando-a com desejo. Seu coração acelerou e ela sentiu as pernas fraquejarem. Aquelas poucas gotas no chão não saciariam a fome da criatura, ela sabia. Dito e feito, ele atacou seu antebraço e ela soltou um grito frente a violência do golpe. Doía, ardia, tudo ao mesmo tempo. Neste momento, outras criaturas adentraram o aposento, todas no frenesi do sangue.

A grande gárgula seguiu o cheiro inconfundível da Deusa pelas ruas de Paris, voando muito mais rápido do que Cristopher, que dava tudo de si para acompanhá-lo. Ele farejava o ar mas nada sentia. Como Górgon poderia rastrea-la tão perfeitamente? Sentia-se cada vez mais despreparado para aquela missão, mas não podia cogitar a possibilidade de se separar de Suzane, não agora que ela admitira que o amava.
Voaram sem contratempos até o lugar onde Suzane estava presa. Lá chegando, Górgon quebrou uma das janelas e entrou no aposento. Cristopher entrou logo em seguida, a tempo de ver todos aqueles vampiros em cima de Suzane que tinha o rosto contorcido pela dor. As criaturas nem perceberam a entrada deles, envoltas pelo frenesi do sangue. Aquilo agitou algo primitivo dentro dele e o fez querer ultrapassar Górgon. A grande gárgula parecia lenta perto do excesso de energia que havia brotado no interior do seu corpo. Ao tentá-lo, Górgon impediu-o jogando seu corpanzil imenso sobre ele e enviando um aviso mental:
Não faça nada precipitado.
Ele controlou-se e manteve-se um pouco para trás. Queria destroçar cada um que estava fazendo mal a ela, mas já havia falhado uma vez e quase a perdera. Não poderia se dar ao luxo de falhar denovo... 

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7 comentários:

  1. \0/\0/\0/

    boa demais essa história! Nanda, uma Deusa hem? Adorei a ideia! Dá muito mais história para ser contada. O texto ficou muito bem escrito, digno de uma publicação mesmo. Parabéns!

    Só na frase:
    -A Deusa está em apuros e não posso resgatá-la sozinha. (acho que o certo seria "sozinho")

    Não lembro direito quem tinha se prontificado a continuar...mas acho que o Balta ficou de continuar depois de você não foi?

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  2. Ficou ótimo Nanda, mas ele saiu de Notre Dame e foi direto pra Notre Dame??
    Explica isso direito.
    E sim, ei de continuar.

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  3. Paty, obrigada minha linda. Vc me deixa vermelha.
    Quanto ao "sozinha" realmente comi mosca aí e já alterei o post.

    Balta, eles estavam nas catacumbas quando a Suzane foi sequestrada, não é isso? As catacumbas eram na Catedral???

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  4. Ficou bom o texto Nanda, realmente uma virada essa história de ela ser uma Deusa e ele acordar outro gárgula e tals, da suporte pra muito mais história vindo por ai. E então, você leu as duas ultimas partes que fui eu que escrevi? Ela estava escondida já dentro da Catedral nas duas partes, tanto que a ultima o vampiro quebra a janela da CATEDRAL e entra, e deixa o Cristopher desacordado láá dentro da catedral.

    De mais tudo ok!

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  5. Mas vamos parar de botar defeito porque de um jeito ou de outro o texto da Nanda ficou Show.

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  6. Bom gente, eu li todos os textos conforme foram saindo.
    Depois, quando fui escrever o meu, para recordar, fui até a parte que eles fugiam. Porque depois disso, sabia que eles tinham ficado em solo sagrado, sem sair (os 2 textos da Olhos) então, acabei caindo no texto do Balta, da fuga, e lá eles se decidiram pela catacumba. Comi mosca com a parte de que as catacumbas são na catedral. Vou alterar o texto então para que ele saia das catacumbas e vá para o teto da catedral, ok?

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  7. Calma Nanda, calma... Não falei por mal, talvez não tenha sido você q entendeu errado mas os meus textos q podem não ter explicado direito. Na parte 7 eu cito que Suzane ia ficar escondida na catedral até Cristopher aparecer. As catacumbas dão na catedral, e ela foi durante o dia até dentro da catedral propriamente dita e ficou por la esperando ele aparecer... talvez eu é que não expliquei direito, mas eles não estavam mais nas catacumbas. Eita, escrever com várias mãos acabada dando uma certa confusão mesmo né? rsrsrsrs

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