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Anjos Caídos - Åsa Schwarz

Posted by Nanda Cris on 5 de novembro de 2011 11:52 in ,
Adivinhem? Também comprei esse livro numa promoção de R$9.90 do Submarino! kkk.
Me encantei pela sinopse e achei que poderia sair algo de bom daí, por isso o adquiri.

A capa:



Não gostei muito da capa, confesso. Dessa vez comprei o livro pela sinopse e pelo nome. Parecia que ia ser bem legal. Mas esse anjo da capa parece ameaçar a cidade. Hum.. sei não!

A sinopse:

Um grande segredo guardado por milênios está prestes a ser descoberto. Uma geração de anjos caídos, também conhecidos como Nefilim, povoam a terra e lutam, impiedosamente, para evitar que outro dilúvio aconteça e extermine a sua própria espécie. Indiferente a tudo isso, Nova Barakel, uma garota de 19 anos, é uma ativista do meio ambiente empenhada em defender seus princípios. Sua vida toma um rumo inesperado, pois ao mesmo tempo em que tem de lidar com a morte recente de sua mãe, Nova se vê forçada a se esconder da polícia. E, na busca por provar sua inocência, ela se aproxima de mistérios e revelações a respeito da linhagem de sua família que mudarão sua vida para sempre e que a farão questionar tudo em que sempre acreditou.

Minha opinião:

Primeiro que "a grande temática" entrou, entregou o café e saiu. Os nefilins são a causa de tudo que acontece no livro, mas mal aparecem. Muito mais abordado é o tema da questão ambiental. Quanto de dióxido de carbono um jatinho particular emite, ou quanto gás poluente uma indústria pode jogar na camada de ozônio por hora. Um saco. A protagonista se chama Nova (odiei esse nome) e não consegui em nenhum momento ter empatia com ela. Gostei muito mais da estória da chefe de polícia que investiga o caso (Amanda) do que da protagonista. Bem, algo tinha que salvar o livro né?
Ah, e já ia esquecendo do comentar... as cenas dos assassinatos que ocorrem no livro são bem detalhadas e altamente bizarras. Totalmente desnecessárias.
Recomendo para quem não tem nada melhor pra ler e pode pegar emprestado. Eu já achei que paguei muito caro por esse livro chato pra dedéu!

Minha nota:


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Sangue Quente - Isaac Marion

Posted by Nanda Cris on 11:27 in ,
Meu primeiro livro de zumbi! Já o tinha comprado em uma promoção do Submarino por R$9.90 (sou a rainha da promoção de livros, kkk) junto com Apocalipse Z porque curto essa coisa meio Resident Evil. Mas depois que escrevi o texto Inimigos Noturnos (parte 1) me senti obrigada a estudar mais sobre o assunto, então ataquei-o.

Capa:



Eu achei essa capa meio sinistra. O que é essa coisa tipo um véu vermelho voando da cabeça de R (eu imagino que seja R, já que ele é o protagonista)? Será que ele tomou um tiro e o sangue tá voando? Melhor nem pensar muito...

A sinopse:

R é um jovem vivendo uma crise existencial - ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a "vida" de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa.

Minha opinião:

Até certo ponto eu gostei. A gente se apaixona pelo R (não achei que algum dia fosse dizer isso de uma pessoa morta, até porque necrofilia é crime, rsrs), mas ele é fofo, romântico, desajeitado e engraçado. Seu único porém é que ele é um cadáver. Mas quase dá pra esquecer isso ao longo das páginas...
O livro se desenrola muito bem, em nenhum momento é parado. Primeiro, ele fala da vida de R. Como ela é em um aeroporto abandonado e como os zumbis vivem. Depois aparece Julie e toda a sua "energia vital" para encantar R e despertar a fome dos outros zumbis. Essa é a hora que a camaradagem começa a aflorar entre eles. Não posso falar muito ou estragos as surpresas do livro. Mas posso adiantar que vale a pena torcer por R e sua "humanização".
Agora, já vou avisando: o final é a parte estranha do livro. Primeiro porque o autor tentou fazer um final feliz (e conseguiu), mas baseado em algo totalmente insano, sem pé nem cabeça, que nada tinha para dar certo (só lendo pra entender). Segundo que ele tentou deixar um gancho pro livro 2, mas que, pelo menos a mim, não empolgou nadica.
Gosto de R, gosto do final que ele teve. Tolero Julie e não tenho a mínima vontade de ler o livro 2.

Minha nota:

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A Intimação - John Grisham

Posted by Nanda Cris on 11:08 in ,
Sempre vejo nas promoções do Submarino livros do John Grisham por R$9,90. Aí ficava na dúvida se ia gostar ou não, devido a temática jurídica que é o seu foco. Mas um amigo do Kbeça estava com esse livro na bolsa, a minha vontade de lê-lo veio à tona e Kbeça pegou emprestado para que eu pudesse conhecer o autor, o qual ele já leu e gosta. De graça até injeção na testa, então, vamô que vamô!

A capa:



Achei uma capa totalmente sem graça, pra falar a verdade nem entendi direito o que vem a ser aquilo... enfim, mas o que importa é o conteúdo, certo?

A sinopse:

Um grande mistério conduz a história de Ray Atlee, um advogado da Virgínia que atende a uma solicitação do juiz Reuben, seu pai. O velho juiz está doente e sabe que o fim se aproxima. Durante quarenta anos ele exerceu um razoável poder político na pequena cidade de Clanton, no Mississípi, mas depois de perder uma eleição para um candidato mais jovem passou a experimentar o ostracismo. De Maple Run, a mansão decadente onde vive, ele convoca os dois filhos para uma reunião, para discutir a administração de seus bens.
Forrest, o filho mais novo, tem 36 anos e ostenta o título de ovelha negra da família. Usou todo tipo de droga e mora no Menphis. Ray chega primeiro a Maple Run e encontra o pai morto no sofá, ao lado de um pacote de morfina. Sobre a escrivaninha, um testamento o coloca como inventariante na divisão dos parcos bens. Mas uma porta aberta do armário revela ao advogado uma fortuna em espécie, acondicionada em caixas de papel de carta. Ele esconde o achado de todos, inclusive do irmão, e tente descobrir a origem do dinheiro, pois o pai ganhava apenas 52 mil dólares por ano de pensão, e doava quase tudo à caridade.
O estranho legado coloca Ray em contato com um chantagista e o envolve numa trama de desfecho surpreendente, a exemplo das primeiras obras de Grisham.

Minha opinião:

Adorei a sinopse, o livro parecia cheio de suspense. Comecei a ler avidamente. Realmente meu medo se mostrou infundado. Temos um juiz e um filho que fez direito mas que é professor em uma universidade. Só isso que chega perto do universo de direito. Alguns casos que o juiz presidiu vem à baila, mas nada massante. Eu sou de Informática e não fiquei entediada em nenhum momento. E os casos de julgamento tem haver com o enredo, não estão ali por acaso.
O desenrolar da estória é muito bom, sempre com um fato novo pra nos deixar com a "pulga atrás da orelha". O único senão é a obsessão pelo dinheiro que Ray desenvolve. Enche um pouco o saco, mas é a realidade. Se eu achasse aquela quantidade indecente de grana também ficaria neurótica.
O final é interessante, mas achei que deixou a desejar no seguinte ponto: ficou em aberto. Eu gosto de finais preto no branco, ou é ou não é. Esse ficou no talvez.
No geral um bom texto, que instiga e foi bem escrito. Leria sim outros livros dele com prazer.

Minha nota:

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Acusação

Posted by Nanda Cris on 3 de novembro de 2011 14:16 in , ,
Recebi por email, e não posso deixar de colocar aqui. Ri litros!

NÃO. EU NEM VI O SEU BATOM !!!
Por que você está me perguntando isso?
Isso até me ofende,viu!
Toda vez que alguma coisa desaparece por aqui, todo mundo olha logo pra mim!
E, para o seu conhecimento, eu nem uso aquela cor... não combina comigo!
Ah! e o gosto é horrível!!!

Agora, olha pra mim e vê se tenho cara de quem está mentindo?...










kkkkkkkkkkkkkkkkk.

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Sombras da Noite - Trailer

Posted by Kbeça on 1 de novembro de 2011 18:39 in , , , ,
Ouça junto:
Musicas para ouvir online


Podia sentir seu coração na boca. Ouvia os passos arrastados dos amaldiçoados. Se aproximavam. Com certeza não estava preparado para aquilo. Um gosto, recentemente comum, amargava na boca: sangue. Não sabia mais aonde esteva, ou há quanto tempo estava fugindo. Rita ainda estava desacordada ao seu lado. Tentou se acalmar. Uma das mãos estava completamente inutilizada com um ferimento profundo, a outra não parava de tremer. Lembrou o que aconteceu até ali.
A explosão do convento, Rita dirigindo, estava olhando para fora, quando pegou no sono... Em algum momento acordou com Rita gritando alguma coisa e o carro se chocando contra algo. Sabe que saíram do chão, antes de baterem contra o asfalto, capotarem e deslizarem para dentro da mata. Ainda zonzo pelo acidente, viu Rita pendurada, presa apenas pelo cinto de segurança. Olhou a sua volta e viu ao longe uma figura meio fantasmagórica que vinha em sua direção. Não conseguia distinguir os traços, mas parecia um esqueleto brilhante e vermelho. Ou algo assim. Tateou pelo corpo e achou uma faca. Cortou o cinto de segurança de Rita e se arrastou para fora do carro levando-a consigo. Assim que ambos estavam livres, levantou-se, colocou-a sobre os ombros e tentou correr sem rumo, e sem olhar para trás. "Tentou" porque uma dor forte no peito o impedia de respirar direito, estava zonzo e, apesar de magrinha, o peso de Rita sobre os ombros não o ajudava.
Depois de algum tempo o brilho avermelhado se tornou mais forte e a criatura emitia um som de passos arrastados se aproximando junto com a luz. Devia ser um amaldiçoado, mas podia ser qualquer coisa. Dadas as circunstâncias não duvidava e esperava por qualquer coisa.
De volta ao agora, Jorge não sabia o que fazer, não sabia a quem chamar, ou como combater aquela criatura. Sentia dor, tontura, falta de ar, cansaço e medo. Principalmente medo. Se esforçava para pensar num plano de ação quando foi surpreendido...

- Onde está o Hippocampus?
Em breve...


Bônus:
Jorge


Rita




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A Insígnia das Trevas

Posted by PatyDeuner on 17:15 in , , , ,
Continuando a história de Thor e Isabella com as frases que a Nanda me deu, e que agora já tem um título.

1. A vela já estava quase se apagando.
2. Por favor, não o mate!
3. Você sabe manejar uma espada?
4. O cavalo relinchou, em protesto.
5. A água do rio estava gélida e intempestuosa


Para acompanhar a história e ler a Parte 1 é só acessar: A Insígnia das Trevas - Parte 1
                                                                  
A Insígnia das Trevas - Parte 2

Cavalgaram durante todo o dia sem uma única parada. Os horrores da noite anterior ainda devastavam os pensamentos de Thor, mantendo-o alerta e preparado para qualquer incursão necessária. Por isso mantiveram a marcha sem descanso.
Um sol enevoado pairava no horizonte e uma brisa fria começou a soprar. O inverno ali já estava mais brando e a neve bem menos espessa. Pegaram o caminho para o leste, distanciando cada vez mais das terras sombrias de Astharoth, mas isso não era garantia de segurança. Os cavaleiros negros andavam por todas as partes, a mando de seu poderoso líder. Thor nunca havia enfrentado diretamente aquele demônio, mas seu pai fora massacrado por ele impiedosamente, e os guerreiros sabiam que era uma batalha invencível. Essa adorável mulher que estava sobre seu corcel negro era a única esperança de derrotá-lo.
À medida que avançavam, as esparsas colinas iam se transformando em grandes montanhas verde-acinzentadas, com montes de terra irregulares e uma mistura de carvalhos e sarças negras que faziam da floresta um lugar muito sombrio. Estavam entrando na “Floresta dos coiotes”, e em breve sua presença seria sentida por eles. Mas Thor conhecia a floresta muito bem, e embora fosse chamada de assombrada, sabia que ali estavam em segurança.
Ele sentiu que a princesa se debilitava cada vez mais, pois seu frágil corpo estava cada vez mais frouxo e jogado sobre suas costas, em contraste com a tensão e rigidez que tinha quando partiram da caverna. Foi muito inesperado acordar pela manhã  e sentir o corpo da princesa totalmente lasso sobre o seu. O calor e o aroma que emanavam dela era enlouquecedor. Suas mãos estavam recolhidas sobre seu abdômen e sua cabeça descansava confidencialmente na base de seu pescoço,derramando as mechas de seu longo cabelo negro sobre seu ombro. Suas escuras sobrancelhas estavam arqueadas, delineando olhos, que embora fechados, sabia que era da cor âmbar muito suave. Seu nariz era pequeno com a pontinha fina e arrebitada. Suas bochechas eram de querubim. Sua boca rosada estava entreaberta com a sombra de um sorriso, demonstrando uma visível satisfação de estar ali. Parecia estar sonhando. Um sonho bom.
Quando se deu conta da fragilidade de seus pensamentos, se pôs totalmente exasperado e levantou-se de um sobressalto, mantendo a maior distância dela possível. Não podia deixar-se debilitar por sentimentos. Tinha passado grande parte de sua vida reprimindo o coração pra se fazer forte, e sempre conseguiu dirigir bem esse combate mental. Então, para enfatizar sua postura, não dirigiu uma única palavra à princesa, e nem respondera as suas perguntas. Ela ficou bastante aborrecida com todo o seu desprezo, e suas dúvidas flutuaram para ele em forma de indignação.
“Melhor assim. Mais fácil manter as coisa sob controle.” Ele pensou, mas sem muita certeza de que era isso que queria.
O sol afundava-se atrás das árvores quando alcançaram o destino daquele dia. Uma enorme clareira surgiu nas profundezas da floresta onde repousava uma cabana de troncos rodeada de árvores que formava um semicírculo grosseiro. O rio que corria por trás da cabana enchia o ar com um som acolhedor.
Thor parou o cavalo e imediatamente a princesa despertou de seu conturbado sono.
- Chegamos? Onde estamos?
Nesse mesmo instante, um homem enorme de cabelos loiros compridos e muito lisos saiu da cabana e depois de uma longa gargalhada disse:
- Que bom que chegaste grande guerreiro dos bárbaros!
Isabella ficou impressionada com a beleza daquele homem. Uma mistura de força brutal com uma delicadeza quase juvenil. Era meio assustador.
Thor sorriu e deu um abraço de esmagar os ossos no amigo.
- Bom vê-lo novamente grande Godwin!
Thor estava realmente feliz em vê-lo. Tinha passado muito tempo desde que o vira pela última vez. Cresceram e lutaram juntos contra as forças de Astharoth por incontáveis vezes e na última batalha, foi Godwin que impediu que enlouquecesse diante da morte de seu pai. Queria muito bem ao guerreiro.
- Godwin, deixe-me apresentá-lo. Essa é a princesa Isabella.
- Hummm...encantado princesa, és mais formosa que os alardes que percorrem os reinos! Eu sou Godwin, filho de Fergus, líder dos bárbaros do leste.
- Pra...prazer em conhecê-lo guerreiro. Estou re...realmente encantada!
- Hahahaha! Não pareces encantada e sim assustada princesa! Nada tens a temer. Estive à espera de vocês e são muito bem vindos a minha humilde moradia. Venham, vamos entrar.

Assim que entraram na cabana, um rico aroma de iguarias preencheu o ar, e um calor acolhedor vinha da grande lareira no centro da sala. Thor sentiu que Isabella relaxou os ombros e seu semblante suavizou.
Quando Noreen entrou na sala saltitante, Thor não conseguiu conter o sorriso para aquela doce criatura. Era uma mulher encantadora de longos cabelos ruivos e olhos azuis enormes. Usava um vestido azul-lavado com cintura muito fina, que fazia pronunciar ainda mais seus fartos seios. Era a mulher perfeita para Godwin.
Godwin então se apressou em apresentá-la orgulhosamente.
- Princesa Isabella, essa é Noreen, minha adorada esposa.
Noreen bateu palminhas de tão entusiasmada e disse pegando as mãos de Isabella:
- Oh querida! É uma honra recebê-la em minha casa.
- A honra é toda minha Noreen. Obrigada por nos acolher.
- Claro, claro! Venham, vamos nos sentar à mesa. A ceia está servida. Godwin, pegue o vinho no barril de carvalho e sirva nossos convidados. Ah, e Thor, é muito bom vê-lo por aqui de novo!
Aproximaram-se da enorme mesa situada à frente da lareira. De relance, Thor viu Isabella arregalar os olhos ao se deparar com a fartura à sua frente. Ela abriu e fechou a boca várias vezes, num visível assombro. A mesa estava abarrotada com pães de milho e centeio, ervilhas cozidas, carne de vitela defumado e morcela.
Sentaram-se à mesa e comeram. Mas Thor passou mais tempo observando a princesa do que comendo. Depois de todos esses dias alimentando-se com peixe seco e água, ela não se preocupou com delicadezas, e devorou avidamente tudo que lhe ofereciam.
Noreen quebrou o silêncio e se levantou.
- Bom, senhores. Tenho certeza que a princesa gostaria de se lavar e descansar um pouco. Venha Isabella, tenho um quarto preparado para você.
E sumiram pelo pequeno corredor que levava aos quartos.

Quando então estiveram sozinhos, os guerreiros tomaram suas posições rígidas e Godwin disse:
- Thor, eu sei que chegou aqui com a princesa incólumes. Mas tenho que adverti-lo que prosseguir é praticamente suicídio. Os Cavaleiros Negros estão por toda a parte à procura da princesa.
- Sei que se preocupa amigo, mas é necessário que a princesa chegue à aldeia, não só por ela, mas pela sobrevivência de nosso povo também. Ela precisa saber o que é através da sacerdotisa, que saberá orientá-la de seu dom.
- Você sabe Thor que os Cavaleiros Negros são incansáveis e muito poderosos. Aqui estamos protegidos pela energia e força dos coiotes. Nem mesmo os Cavaleiros Negros penetram nesses domínios.
- Sei. Mas não temos escolha. Temos que prosseguir.
- Mais uma coisa. Ciaran esteve aqui mais cedo trazendo notícias do sul.
Thor ficou tenso. Sabia que Ciaran, o Coiote Negro, líder da alcatéia da Floresta dos coiotes, não só protegia a floresta e seus habitantes como também era mensageiro de tudo que acontecia nos reinos. Ele era os olhos, os ouvidos e o coração de todo o seu povo. E, pelo tom de voz de Godwin, não eram notícias boas.
- O rei Allard e toda a cavalaria de Telvoz estão aproximando-se rapidamente no encalço da princesa. Ele não desistirá enquanto não achá-la e matar seu raptor.
Thor levantou-se abruptamente e sorveu de um só gole o resto do seu vinho, e disse muito irritado.
- Então, terei que matar o rei Allard e toda a sua tropa. Sou um guerreiro e tenho uma missão. Vou fazer o que tiver que fazer, não importa o que.

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Isabella veio caminhando pelo pequeno corredor que dava para os quartos, ainda fazendo uma enorme e pesada trança com seus cabelos. Estava totalmente saciada e relaxada depois do banho quente com jasmins que Noreen lhe preparou. Noreen também havia lhe emprestado um longo vestido de cor pêssego, muito confortável, embora sobrasse muito tecido em seu colo devido à fartura de seios que Noreen possuía e ela não. Teve que sorrir um pouco com isso. Noreen tinha sido muito atenciosa com ela, e era muito engraçada também.
A voz aguda e nervosa de Thor chamou sua atenção, e encostou-se na parede do corredor antes de chegar à sala. Bem na hora de ouvir Thor dizer ameaçadoramente.
- Então, terei que matar o rei Allard e toda a sua tropa. Sou um guerreiro e tenho uma missão. Vou fazer o que tiver que fazer, não importa o que.
A voz de Thor era de pura fúria, e ela começou a tremer, suas pernas ficando moles. De repente ela não conseguia respirar.
“Oh Deuses! Thor é mais violento e implacável que pensei. Vai matar meu pai, e provavelmente não se intimidará em me matar também logo que conseguir o que quer de mim, seja lá o que for”- Pensou atordoada e totalmente em pânico.
Correu de volta ao aposento que Noreen lhe dera para descansar. Teve que apertar os olhos para enxergar, porque a vela estava quase se apagando.
“Melhor assim. Vão pensar que já adormeci.”
Afastou os caixilhos da janela bem devagar para não fazer ruído e abriu-a. Tentou avaliar a altura e o que havia abaixo dela, mas era impossível. A escuridão era total.
Suspirou algumas vezes para se acalmar. “Preciso pensar.”
Correu os olhos pelo aposento procurando não sabia bem o que, mas precisava de uma arma para poder fugir. Achou um alforje jogado num canto e jogou dentro dele uma capa de pele, um cantil com água e seu sujo vestido de seda marfin. No parapeito da lareira viu um espeto longo de ponta afiada.
“Servirá de arma.”
Agarrou aquilo e passou as pernas pela janela sem pensar muito e pulou, caindo por cima de uma pedra dura e úmida que rasgou seu antebraço em um corte profundo e doloroso. Sentiu lágrimas nos olhos, mas conteve o grito de dor prendendo a respiração para conseguir ouvir o som do rio e orientar-se. Fugir pela frente da cabana não era uma opção, então teria que acompanhar as margens do rio. Levantou-se e correu. O espeto que segurava começou a escorregar de sua mão, úmida com o sangue que escorria de seu braço, e sentiu-se muito fraca de repente, mas continuou correndo sem perder o ritmo.
Chegou ao rio ofegante e agradeceu aos deuses porque aparentemente não tinha sido seguida. Ajoelhou-se junto ao rio para lavar todo aquele sangue, na esperança de estancá-lo. A água do rio estava gélida e intempestuosa, mas suspirou de alívio quando a água fez contato com sua ferida aberta, fazendo entorpecer todo o seu braço.

Fez-se um silêncio ominoso seguido do uivo de um coiote. Parecia muito perto e um calafrio dançou ao longo de sua coluna. Levantou-se e girou rapidamente com sua tosca arma em punho. Não viu nada, mas podia sentir que havia algo ali. Caminhou devagar sempre de frente para a sombria floresta, e então o viu. Um enorme coiote negro de olhos muito verdes e brilhantes. Devia ter mais de um metro e meio de altura e uma longa e densa cauda. Enormes orelhas pontudas moviam-se lentamente apurando os sentidos. Ela percebeu que ele já estava muito perto. Não rosnou. Não emitiu um único som. Limitou-se a olhá-la com aqueles hipnotizantes olhos verdes.
Ela estava paralisada e seu coração batia erraticamente. Percebeu com sua visão periférica que outros coiotes igualmente grandes e assustadores começaram a emergir da floresta. Soltou um ofego de desespero ao perceber que estava encurralada contra a superfície de uma enorme rocha a beira do rio. Apertou as mãos em torno de sua arma e se preparou para o ataque.

- Ciaran! Escute minhas palavras, amigo. Essa é a princesa Isabella.
A voz de Godwin encheu a noite, e ela viu a sombra do seu cavalo emergir da escuridão e avançar sobre os coiotes. O cavalo relinchou, em protesto, mas continuou sua passada lenta e cuidadosa.
Ela não sabia se estava mais aliviada ou frustrada. Talvez não morreria ali, mas as possibilidades de uma fuga agora eram totalmente nulas. Thor vinha logo atrás de Godwin.
O coiote que Godwin chamara de Ciaran começou a recuar. Tinha agora um olhar de reconhecimento e curiosidade para ela. “Como um animal pode ter um olhar tão...tão humano?” Ela pensou, assombrada com a inteligência que viu nos olhos do animal.
Quando ela percebeu que Thor havia descido do cavalo e vinha devagar em sua direção, ela gritou:
- Não se aproxime de mim! Sei o que pretende e não vou prosseguir com você. Vou voltar a Telvoz, para junto de meu pai.
- Não. Você não vai.
Ela começou a tremer. Sabia que não tinha chances contra Thor, Godwin e agora...os coiotes que, ao que parecia, eram seus amigos. Abriu os dedos e deixou cair sua arma no chão. Cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar.
- Por favor, não o mate! – Disse soluçando.- O ouvi dizer que matará meu pai. Não tem misericórdia?
- Princesa....
Thor não sabia o que dizer. Era muito doloroso vê-la chorando com tanta tristeza no coração. Mas não tinha experiência nenhuma com tais sentimentos humanos. Era um guerreiro, e não sabia confortar ninguém. Então não disse nada. Aproximou-se dela e a abraçou. Sentiu seu corpo tremer enquanto engasgava-se entre as lágrimas. Pegou-a no colo e sentiu que ela tinha se entregue ao cansaço e a resignação.

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Na manhã seguinte Isabella acordou com um leve toque em sua porta, e percebeu que estava deitada na cama que Noreen gentilmente havia preparado pra ela. Não lembrava como tinha chegado ali. A última coisa que lembrava era de ter se afundado nos braços quentes de Thor enquanto chorava.
Novamente bateram na porta.
- Entre! Ela sentou na cama e gemeu sentindo o braço latejar de dor.
- Princesa. -Thor entrou no quarto deslizando devagar para o lado dela. - Precisamos conversar. Devido aos acontecimentos da noite passada, teremos que ficar um pouco mais. Temo que terei que ensiná-la a se defender. Você sabe manejar uma espada?
Ela ficou boquiaberta com o que ele estava sugerindo. Ia ensiná-la a lutar? Por quê?
Bom, ela poderia tirar proveito disso. Sorriu para ele e disse.
- Não.


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Ter versus Ser

Posted by Nanda Cris on 30 de outubro de 2011 13:53 in ,
Às vezes eu me pergunto porque nossa sociedade é tão preocupada com o "ter" e não com o "ser".
Uma vez, numa roda de conversa ouvi um rapaz falando a seguinte frase:

"Você é o que você tem. Se eu vou morrer de câncer no pulmão, vou morrer fumando Hollywood e não Derby."

Hã?
Claro que o "ter" é fantástico! Eu adoro "ter". Tão bom ter um notebook rápido que roda qualquer jogo. Tão bom viajar pra onde quiser, por quanto tempo quiser, e ficar no hotel mais confortável que o dinheiro possa comprar. Tão bom comer no japonês sem se preocupar com o preço. Tão bom ter roupas bonitas pra vestir e estalando de novas. Tão bom não entrar no negativo nunca. Isso tudo são suposições, porque de tudo aí em cima, eu só tenho o nootebook e parcelado em 10 vezes sem juros! Rs.
Mas e o "ser"? Quando você morrer e for prestar contas com a autoridade maior que rege o mundo, será que você vai se sair bem?

-E então? Você ajudou quantas pessoas no seu período na Terra?
-Nenhuma, mas eu tenho 2 carros na garagem e ambos são do ano!
-Sei, e sua mãe, você deu amor e atenção ao longo da sua vida?
-Claro que não, não tinha tempo para isso. Estava preocupado em arrumar dinheiro para pagar uma casa de repouso de luxo para ela!
-Nem uma visitinha? Uma conversa? Um carinho nos cabelos?
-Os enfermeiros são muito bem pagos para isso, eles que façam!
-Ok, vamos mudar de assunto, e a sua mulher? Vc amou-a e respeitou-a na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até agora que a morte os separou?
-Eu tentei, mas depois daquele acidente de carro era impossível amar um vegetal. Troquei-a pela minha instrutora de tênis, que tem a metade da minha idade e um fogo impossível de apagar.
-E seus filhos?
-Nunca tive muita paciência com crianças, mandei-os para um internato na Suíça. Estão tendo a melhor educação que o dinheiro pode comprar.
-E o amor?
-Quem precisa de amor quando se tem todas as despesas pagas e um futuro brilhante?


O importante é amar, rir, se divertir, ver e sentir. Curtir cada momento, tentando se doar sempre. Fazer o melhor que está ao nosso alcance para ser feliz e trazer felicidade aos outros que estão a nossa volta. Quando morrermos, não levaremos conosco a mansão em Miami ou a conta polpuda na Suíça. Levaremos as orações dos amigos queridos, o amor dos familiares, as lembranças de momentos felizes. É isso que conta e isso que faz a diferença. O resto? O resto é lixo que só serve para essa vida. Na próxima nasceremos pelados, carecas e sem um centavo. E o que são 80, 90 anos perante toda uma eternidade de existência? Não se preocupe em acumular o que você não terá acesso mais pra frente. Acumule o que não podem tirar de você: conhecimento, bons sentimentos e amizades. Essas vão com você pela eternidade e, acredite em mim, fazem toda a diferença.

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