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"Grandes Amigos"

Posted by PatyDeuner on 3 de fevereiro de 2012 09:15 in , , , , , ,
Amigos retalhenses, vou dizer que suei pra ter uma ideia com os ditados que a Nanda me deu, mas finalmente saiu alguma coisa. Gostaria de ter feito algo melhor, mas já estava muito atrasada. Espero que gostem, pelo menos um pouquinho. :)

Frases:
1. "O pouco com Deus é muito!"
2. "Quem com ferro fere, com ferro será ferido"
3. "Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"
4. "A ocasião faz o ladrão"
5. "Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher"




Essa coisa de amigo é mesmo extraordinária. É mais forte que casamento eu diria. Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, nas venturas e desventuras. O Beto e o Léo caminharam uma longa jornada comigo desde a infância. Compartilhamos muitas emoções, alegrias e desgostos também, e sempre os três juntos, como unha e carne. O Léo inclusive casou-se na mesma data que eu, propositalmente, para que pudéssemos fazer o mesmo pacote de viagem de lua de mel (as esposas só descobriram depois que tudo foi arranjado, e ficaram possessas). Mas no final tudo deu certo. Enquanto as esposas tomavam sol em volta da piscina, eu e o Léo entortávamos o chifre no bar (de vez em quando íamos dar um beijinho nas adoradas para não criar climão depois).
Então, depois de mais de um ano de casamento, eu e o Léo percebemos que o Beto andava meio deprimido por nunca ter uma garota decente, que realmente gostasse dele e que pudesse compartilhar a nossa companhia com nossas esposas. Ele não dava muito sorte com as garotas, na verdade.
Todas as quintas nós nos encontramos no bar do Zezão pra curtir uma cervejada entre amigos, mas hoje resolvemos que iríamos com ele em um lugar mais badalado, digamos assim. Mas sem o conhecimento das respectivas esposas é claro, pois elas não entenderiam (“a ocasião faz o ladrão”, é o que elas diriam).
Cheguei ao clube La Fontaine e o Léo já estava na portaria com as mãos nos bolsos e uma cara de impaciência. Quando ele me viu, deu um sorriso aliviado.
- Fred, já não era sem tempo! Se um conhecido me ver aqui na porta eu estarei ferrado!
- Calma Léo. O Beto já chegou?
- Não sei, tentei falar no celular dele, mas só cai na caixa postal.
Quando entramos, fortes luzes fluorescentes ofuscavam os olhos, e o odor de cigarro e bebida era sufocante. “O que não se faz pelos amigos.” Pensei resignado.
- Olha ele lá!
Virei meu rosto na direção indicada, e lá estava Beto, acenando desesperadamente as mãos, como um louco pedindo ajuda.
- E ai amigos! Vocês demoraram muito! Já conheci uma garota. Ela é perfeita! Fiquem aqui na mesa que eu irei buscá-la.
Ele andou alguns passos e voltou suspirando.
- E por favor, façam cara de animados. E de homens respeitadores. Ela tem todo o jeito de garota de respeito.
E se embrenhou na multidão dançante.
- Será que ele realmente achou alguém legal Fred?
- Tenho as minhas dúvidas. O Beto não costuma ser muito seletivo.
- É verdade. E esse lugar que ele escolheu não é bem o estilo sorveteria.
Léo disse, encolhendo-se para deixar passar uma mulher de vestido brilhante e colado com um traseiro em formato de melancia. Quando ele subiu seus olhos do traseiro da garota, um cara de dois metros de altura com pirciens e alargadores nas orelhas, encarou-o quase rosnando. Tive que rir do desconcerto dele quando sentou do meu lado ajeitando os óculos para cima do nariz.
- É. Com certeza não é uma sorveteria.
Um chope e meio depois, e uma dúzia de olhares indiscretos de mulheres aparentemente solteiras, Beto aparece escoltando duas beldades femininas de encher os olhos.
- E então rapazes! Essa é a Mônica, professora de...bem, e essa é sua amiga Adelaide.
Estendi as mãos para cumprimentá-las enquanto fazia uma avaliação do perfil das moças. Mônica era muito bonita e tinha um sorriso encantador, apesar de usar uma grossa maquiagem. Cabelos longos, escuros e cacheados caíam em ondas sobre o colo nu, com um decote não muito conservador, eu diria. As duas pareciam um par de vasos gêmeos, enquanto gesticulavam e falavam em sincronia.
Depois de alguns minutos de conversa animada, elas pediram licença para ir ao banheiro.
- E eu vou pegar mais algumas bebidas.
Beto disse levantando-se.
Eu e o Léo ficamos alguns minutos em silêncio, e ele, assim como eu, parecia avaliar a situação.
Então disse.
- Cara, se a Anna descobre onde eu estou metido, pode ter certeza...estarei na sarjeta mais tarde.
- Tudo bem Léo, não desespere. Daqui a pouco o Beto se resolve com a garota e nós podemos ir embora. Mas tenho que admitir que é pouco provável que essa garota seja a certa para ele.
- Humpf! Você também percebeu isso? Muito perspicaz da sua parte.
- Não seja irônico Léo. O problema é que o Beto parece enfeitiçado pela Mônica.
- Vamos ser otimistas “o pouco com Deus é muito”, já dizia a minha mãe. Quem sabe não estamos sendo preconceituosos com a moça? A imagem não é tudo. Você ouviu, ela é professora. Pelo menos inteligente ela deve ser.
- É. Pior foi aquela garota que o Beto apaixonou naquela viagem ao nordeste, lembra?
- A naturalista que bebia seu próprio xixi para manter o corpo saudável? Inesquecível! Chego a ficar arrepiado só de lembrar!
- E aquela que parecia um zumbi? Falava de morte o tempo todo e queria levar o Beto para aquela seita...como chamava?
- Amigos da morte.
- É.
- Teve aquela que falava cuspindo também.
- A sim, que era Testemunha de Jeová! Quase me converti só pra que ela parasse de cuspir em mim!
- Pobre Beto, não dá sorte mesmo.
- Mas é assim, “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”
- Pelo menos essa Mônica parece normal.
- A amiga dela ficou te encarando o tempo todo, você viu?
- Deus que me livre Fred! Vire essa boca pra lá. Queria estar agora em casa com a Anna. Isso já não faz parte da minha vida.
- Bom, vou ao banheiro. Espere o Beto aqui que eu já volto.
Fui me arrastando no meio da multidão para chegar ao banheiro, quando toda a confusão da minha terrível noite começou a acontecer. No canto direito ao lado da porta dos banheiros eu vi a Mônica e a Adelaide no amasso mais descarado que eu já havia visto na minha vida. Não conseguia tirar os olhos da esfregação na minha frente, quando ouvi um grito do Beto.
- Fred!
Ele estava do outro lado do salão, e, meio entorpecido com a cena, tentei chegar a ele para falar o que eu havia visto. Mas ele não me deixou falar. Pegou meu celular de dentro do meu bolso e saiu andando.
- Vou entregá-lo em alguns minutos Fred, meu celular estragou e preciso fazer uma ligação.
E sumiu no meio da multidão.
Frustrado, fui cortando a multidão em direção a nossa mesa pra pedir ajuda pro Léo, mas o lugar parecia ainda mais cheio, se isso era possível, e levou alguns lentos minutos pra eu conseguir chegar ao destino, só para chegar e encontrar a Adelaide puxando um relutante Léo para o meio da pista de dança. Seus olhos arregalados pediam desesperadamente por ajuda.
“Como ela conseguiu chegar aqui tão rápido?” Pensei enlouquecendo.
- Agora fudeu! Como é que eu vou tirar os dois dessa confusão?
Num gole só entornei o resto do meu chope, pensando no que fazer. Arrastar o Léo para longe da garota e dar o fora daqui, ou achar o Beto e avisá-lo do romance das moças?
Fiquei alguns minutos parado ali procurando qualquer sinal do Beto, ao mesmo tempo em que observava o rosto incrédulo do Léo para a garota que serpenteava eroticamente na frente dele. Pelo menos a dança não era coladinha, senão ele teria surtado. Enquanto andava em círculos (no mesmo lugar praticamente), pensando no que fazer, aparece a danada da Mônica com o MEU celular na mão, e o Beto atrás dela branco como papel.
- Oi Fred, acho que é sua esposa na linha.
Mônica disse numa voz cantada, estendendo o celular pra mim.
- O QUE? Eu gritei, em pânico, encarando o celular como se fosse uma bomba.
- Fred, desculpe! Foi tudo muito rápido! O celular tocou, ela atendeu antes mesmo que eu pudesse fazer alguma coisa!
De repente tudo começou a girar, e meu estômago parecia querer sair pela boca.
Com a confusão, Léo apareceu ao meu lado, percebendo que algo estava errado.
- O que foi Fred? Você ta parecendo um fantasma!
E eu me sentia um também. Um fantasma totalmente fudido.
- Ela parece muito ansiosa pra falar com você Fred.
A filha da mãe da Mônica falou na maior calma do mundo dando um sorrisinho de lado.
Muito lentamente, peguei o celular olhando para os meus dois amigos totalmente imóveis e com olhos arregalados.
- Alô... querida?
Fechei os olhos enquanto escutava a torrente de xingamentos vindos do outro lado da linha, com a boca muito seca pra sequer falar direito.
- Eu sei querida, mas eu posso explicar! Não, não, eu entendi “quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Eu sei, eu sei...vou levar o Beto e o Léo para provar que a explicação é verdade! Tá bom. Estou indo.
Desliguei o telefone, totalmente resignado com a situação. Sentindo-me um verdadeiro monte de cocô. Eu disse para os meus amigos.
- Ela não quer ver vocês nem vestidos de baiana. E preparem o funeral porque eu serei um homem morto!
Nós três nos viramos ao mesmo tempo em que Mônica, muito calmamente, disse.
- Que pena, rapazes! Parece que a diversão acabou pra vocês. Então nos vamos indo, afinal “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher.” E as duas saíram rindo, abraçadas como dois amantes.
E como “miséria pouca é bobagem” sentamos na mesa de novo e bebemos todas, pra criar coragem de ir falar com a minha esposa. Os três juntos.






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Biblioteca, minha primeira poesia publicada alguns anos atrás...

Posted by Drica Chica on 2 de fevereiro de 2012 17:58 in
   Estava eu revisando meus arquivos quando achei minha primeira poesia publicada e bateu aquela nostalgia.
   Realmente naquela época, eu estava precisando arrumar minha biblioteca... só consegui alguns anos depois...aí está ela: 


Biblioteca

Sobrepostos sentimentos

Como os livros num canto do meu quarto

Não sei onde colocá-los.

Já tentei guardá-los no armário

Já escondi embaixo da cama

Mas eles reaparecem

E não sei onde colocá-los.

Dá vontade de rasgá-los

Mas livros são preciosos. E sagrados.

Dá vontade de atirá-los pela janela

Mas assim também jogaria fora minha estória.

Dá vontade de icinerá-los

Mas as cinzas que ficam, sujam a casa toda.

E não sei onde colocá-los.

Sempre os tinha tão organizados...

Orgulhosa com esta organização.

Mas a estante quebrou

A madeira não era tão forte assim.

E não sei onde colocá-los.

Acho que vou deixá-los ali mesmo,

No canto do quarto

Fechar a porta e ir embora.

Deixá-los como alimento para as traças

Ou quem sabe alguém vem e os organiza por mim

E quando eu resolver voltar, a biblioteca já vai estar arrumada.

(Julho de 2002)

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22 ótimas idéias

Posted by Nanda Cris on 12:16 in , ,
Eu, sinceramente, não tenho capacidade de ter idéias tão úteis no quesito casa. Mas admiro, sinceramente, quem as tem!

Descasque os morangos usando um canudo.



Esfregando uma noz em seus móveis você irá disfarçar arranhões.



Faça uma revisão em seu armário.
Coloque as roupas de cama dentro das fronhas.



Aumente o volume, colocando seu iPhone ou iPod em uma tigela.
A forma côncava amplifica a música.



Reutilize a embalagem de lenços umedecidos para armazenar os sacos plásticos.




Adicione este item a sua bolsa de praia.
O talco limpa a areia de sua pele facilmente.



Fixe uma tira de velcro na parede para armazenar brinquedos macios.



Coloque dois fios de arame no teto para armazenar
papéis de presente.



Para encontrar pequenos itens perdidos, como brincos, coloque um
pano sobre a mangueira do aspirador.



Crie uma transportadora de bolinhos fazendo cruzes
numa tampa de caixa de papelão.



Para aqueles que não suportam amassados e deformados.
Observe como dobrar perfeitamente um lençol.



Quer perder seus badulaques de banheiro? Então use fitas magnéticas
atrás da porta para armazenar grampos, pinos, pinças e outros.



Use as toucas de banho dos hotéis para guardar seus sapatos usados
em viagens.



Uma forma de bolinhos e copos plásticos resistentes podem se transformar num ótimo porta-trecos.



Use as "bread tags" para fazer rótulos para os cabos.



Asse bolos diretamente nas casquinhas de sorvete, assim será
muito mais divertido e mais fácil para as crianças comerem.



Suas pipocas de microondas em um simples saco de papel.
Muito mais saudável e mais barato.



Instale uma vareta para pendurar suas embalagens de limpeza.



Coloque sua forma de bolos de cabeça para baixo para fazer a massa de cookie.
Depois de prontos, você tem cookies para frutas ou sorvetes.



Congelar Aloe Vera em bandejas de cubo de gelo para alívio
de queimaduras solares.



Criar um jardim vegetariano usando calhas fixadas em paredes.



Use caixas de ovos para separar e armazenar suas decorações de Natal.



Show, não?

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Resposta ao desafio da Imagem

Posted by Kbeça on 31 de janeiro de 2012 00:05 in , , , ,
Finalmente, depois de eras, vou responder ao desafio da Nanda.

A inspiração veio de um pesadelo que tive esta noite. Apesar de ter sido um pesadelo para mim espero que gostem.

Junior acordou sentindo calor. Abriu os olhos devagar e viu-se deitado em uma confortável poltrona num luxuoso iate. Usava roupas caras, relógio de ouro, tênis de marca, o quê será que estava acontecendo? Quando se deparou com uma mulher muito bonita, semi-nua, tomando sol a sua frente. Seu queixo caiu. Balbuciou alguma coisa, quando a moça olhou para ele e falou:
- Acordou querido?
Sem a menor vergonha, ou preocupação, a moça levantou-se e veio andando em sua direção. Se abaixou para beija-lo.  Junior sabia que eram namorados, mas mesmo assim fechou os olhos com força, virou o rosto e pensou "meu Deus, onde está Duska?", esperando pela reação da moça. Não havendo nada por alguns segundos, decidiu abrir os olhos. Desta vez se encontrava em um suntuoso salão, sentado a mesa de uma farta e longa mesa, cheia de convidados bem vestidos. Ao fundo uma loira sensual lhe dirigia um sorriso. Ela era muito bonita e elegante e Junior sabia que ela era sua noiva.
- Vamos, amor. Apague a velhinha para que seu desejo se realize.- Disse ela para ele.
Foi quando ele reparou que todos o olhavam com um sorriso e a sua frente havia um bolo com um vela. Ficou nervoso. Olhou em volta procurando sua verdadeira amada, sem acha-la. Sentiu-se tonto, desorientado e caindo. Quando bateu no chão, despertou sobressaltado em uma cama, macia com lençóis sedosos. Uma mão feminina lhe acariciou o peito. Mesmo sem olhar sabia que se tratava de uma amante.
- Está tá tudo bem, bebê? - Falou uma ruiva, que mais parecia uma atriz de Hollywood. - Vou buscar um copo d'água para você. - Ela se levantou e saiu do quarto.
Ainda atordoado,  Junior levantou-se correndo e foi atrás dela. Seu cérebro à mil. Com um único pensamento em looping "onde está Duska?".
A casa se parecia com a sua. Só mais arrumada e com itens mais caros que o normal. Quando chegou a cozinha, alguém estava atrás da porta da geladeira. Pensou "é ela" e abriu o seu melhor sorriso. Quando a porta da geladeira se fechou uma mulher negra elegantemente vestida com os dentes de comercial de pasta dental, sorriu para ele falando:
- Já de pé, docinho? Te acordei?
Ela veio andando até ele para abraça-lo. Junior já estava desesperado e pensou "Duska não existe, é só um sonho". Sabia que aquela mulher que o abraçava era a sua esposa, e começou a pensar, entre lágrimas, que a mulher que ele procurava insistentemente não era real. Quando ela o abraçou, Junior despertou.
Olhou a sua volta e reconheceu as paredes cinzas da tinta desgastada, seus moveis velhos e surrados do uso, sentiu a o colchão duro e pensou "finalmente, estou em casa" com um sorriso de satisfação nos lábios.
Seu coração disparou quando olhou para o lado e viu, dormindo calmamente, a mais bela mulher do mundo todo, deitada ali: Duska. Só ela tornava seu mundo mais bonito, mais animado, mais rico e confortável. Só ela preenchia seu coração de amor e sustentava seu melhor sorriso. Se aproximou dela, abraçou-a forte e sussurrou em seu ouvido:
- Te amo.
Ela ainda grogue de sono, respondeu um "também" sonolento e embolado, aninhou-se no seu abraço e voltou a dormir. Só então Junior pôde dormir tranquilamente sabendo que ela era real.

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Amizade de verdade supera tudo

Posted by Kbeça on 29 de janeiro de 2012 10:52 in , , ,
Em uma final de Kickboxing dois amigos resolveram mostrar que a amizade deles era mais importante que uma medalha, ou troféu.

Assista ao vídeo.


Muito bom. :)

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Finalmente a resposta ao desafio da Nanda.

Posted by Drica Chica on 01:15 in
    
     O dia não tinha começado bem pra ela. Esquecera-se de ligar o despertador no dia anterior e com isso acordou com 40 minutos de atraso para o trabalho. E que belo dia estava fazendo lá fora...eram já seis e quinze da manhã e o céu continuava escuro e a chuva torrencial da noite anterior parecia não ter parado nem um minuto. Que vontade de voltar para o edredom quentinho e o para o abraço dele! Mas era semana de provas na escola onde trabalhava e sua presença era essencial  nesse momento.
     Abriu o guarda-roupa e imaginou como seria bom ter um armário igual ao da Mônica do gibi: cheio de vestidinhos vermelhos e iguais. Pegou a primeira roupa que estava disponível e nas pontas do pés saiu do quarto em silêncio para não acordá-lo. Arrumou-se como um furacão e desceu a rua correndo para conseguir chegar no ponto a tempo de pegar o ônibus daquele horário. Eis que quando estava atravessando  a rua, um carro passou correndo deixando toda a lama da rua na sua calça comprida, mas mesmo suja e esbaforida conseguiu entrar no ônibus numa alegria só se sentindo  uma campeã de Triatlon! Chegou  apenas com quinze minutos de atraso e correu para distribuir as provas.
     Passou a manhã inteira resolvendo problemas de brigas de alunos, desrespeito ao professor, confusões na cantina, ouvindo reclamações de mães que nunca deveriam ter colocado filhos no mundo e etc. Com isso não pode atender aos vários telefonemas dele. Após uma manhã bem agitada e cansativa, assinou o ponto, pegou sua bolsa e foi iniciar sua longa caminhada até o ponto do ônibus. Daí viu as várias ligações que ele havia dado. Ligou de volta e pediu que encontrasse com ela no mercado, pois estava chovendo ainda e não tinha como trazer bolsa, guarda-chuva e afins. Nem perguntou o porquê dele ter ligado várias vezes antes, estava tão cansada e estressada que até esqueceu esse detalhe.
     Chegou ao mercado e se sentiu um réptil se arrastando pelas gôndolas, tudo que queria era chegar em casa, tomar um banho e deitar...esquecer um pouco daquela manhã  cansativa. Ele chegou e sem dizer oi ou pestanejar, disparou uma série de coisas que ele achava erradas  deixando-a atordoada e sem entender nada.  Então, quando ele disse que não aguentava mais essa situação, ela pensou naquele momento já com o coração apertado e quase chorando: “- É o fim! Eu não devia ter levantado da cama hoje!“ Foi quando ele segurou um pacote de macarrão e perguntou: “- Por que você não quer casar comigo? Eu quero oficializar nossa situação, mas você está sempre me enrolando!” Foi quando ela percebeu que ali, na sua frente, estava o homem com quem ela quer envelhecer junto, o homem que ela quer amar por toda a vida, aquele mesmo homem cheio de defeitos e virtudes, o homem  com um coração puro e um pacote de Fidelinho da mão. A partir daquele momento ela se sentiu especial. Especial por ser tão amada por ele, a ponto dele brigar para casar com ela.  Então ela o abraçou e disse:”- Esse foi o pedido de casamento mais estranho, original e romântico que já vi em toda minha vida!”  E dia terminou bem, muito bem.

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