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Desafio Duplo da Imagem da Nanda (04/02/13) - By Sammy Freitas

Posted by Unknown on 22 de fevereiro de 2013 06:00 in , ,
Recebi uma imagem da Marcinha me desafiando e pensei... porque não desafiar a todas!? Então, lá vai... não é obrigatório e quem quiser, topa, quem não quiser, não topa!


Frases Propostas pela Nanda no Desafio: 

1. Seus olhos incendiaram-se ao fitá-lo.
2. Mais uma caneca, senhor?
3. Que péssima hora para começar a chover!
4. Podia vislumbrar tudo pelo tecido fino, deixando pouco para a imaginação.
5. O que você quer, criança?


* * *

Já tinha passado do alvorecer e o toque dos tambores ao longe indicava o encerramento dos festivais no castelo. Galthar estava exausto. Após 12 dias de cavalgadas incessantes, parando somente ao anoitecer para dormir em acampamentos improvisados, fizeram com que seu corpo pedisse um descanso e comida decente.

Prendeu seu cavalo no estábulo e entrou com cuidado na Taverna do Leão Faminto. Já estivera ali anos antes e tinha sido banido devido a uma confusão tola. Mas agora estava diferente e portava vestes e honrarias dignas de um mensageiro do rei.

Se alguém o reconheceu, não disse nada. Tom, o estalajadeiro, estava secando um copo com um pano sujo. Nunca entendeu essa obsessão que os taberneiros tinham de secar os copos. Bastava encher novamente de cerveja. Aquele pano dele estava tão imundo quanto sua meia, e preferia beber num copo sujo a beber naquele copo supostamente lavado e seco... 

Pegou uma caneca de cerveja no balcão e procurou o canto quieto e mais escuro e se jogou na cadeira. Acendeu seu cachimbo com a chama da vela que bruxeleava por cima da mesa. 

Uma mocinha pequena, com lindos cabelos encaracolados e bem negros, veio em sua direção. Fazia muito tempo em que não tinha estado com uma mulher, então encarou o decote em seu vestido com tamanha dedicação que quase podia vislumbrar tudo pelo tecido fino, deixando pouco para a imaginação. Seus  olhos seguiram atentamente a mão dela ajeitar o vestido leve com timidez.

- Mais uma caneca, senhor?

- Não, benzinho... Mas ficaria feliz em pedir que você me mostrasse o quarto... - respondeu com o olhar belicoso tomado de luxúria.

A mocinha ruborizou e seus olhos incendiaram-se ao fitá-lo.

Deu um sorriso maroto e perguntou o que tinha para comer, ainda encarando o decote.

Ela se recompõs e prometeu lhe trazer um prato de sopa, ensopado de vitelo ou qualquer outra porcaria que tivesse na cozinha. 

Distraiu-se olhando os tipos na taverna. Bêbado.. Arruaceiro... Bêbado.. Bêbado... Ladrão... Bêbado... Arruaceiro... Arruaceiro...

Tão previsível... Até que no canto oposto, observou um ser pequeno. Suspirou de leve. Detestava anões. Sua arrogância era inversamente proporcional ao seu tamanho. E aquele anão era realmente pequeno. O anão estava acompanhado por um mago jovem e dois elfos misteriosos. Suspeito... muito suspeito... 

Ainda observava o grupo, quando a mocinha parou em sua frente encobrindo sua visão. 

- O que você quer, criança?

- Trouxe seu ensopado. Não estava com fome?

Pegou a colher e o pão e começou a comer, fingindo desinteresse no restante da Taverna, mas percebeu que a cena com a taberneira, havia chamado uma atenção desnecessária do grupo para si. O elfo levantou e agora conversava com os dois arruaceiros apontando em sua direção. Tinha duas opções, terminar de comer e sair rapidamente ou entrar numa briga que prometia...

Optou por esperar. Estava faminto e terminar de comer não poderia fazer mal. Além disso, deu um jeito para que suas armas ficassem à vista, e fez seu olhar mais perigoso, intimidando até mesmo um guerreiro que estava mais próximo.

Sem perder a vista dos arruaceiros que não paravam de encará-lo, Galthar foi surpreendido por um bêbado caindo por cima dele, quando começou a levantar, viu o anão ao seu lado com um pequeno machado em punho, forçando sua garganta.

O anão sorriu para ele com os dentes manchados e um bafo quente que era um misto de cebola, cerveja e carniça. Qualquer um ficaria chateado, sem vontade de cantar uma linda canção. Mas não Galthar. Ele não desistiria fácil. 

Debochou:

- Anão, o que você comeu hoje? Carniça de urubu?

O anão não estava para brincadeiras. 

- Venha comigo se não quiser morrer...

Levantou-se devagar e saiu com o anão, tentando manter o máximo de sua dignidade. Lá fora um raio cortou os céus. Tocou o machado de Tor no pescoço e resmungou:

- Que péssima hora para começar a chover!

- Você é Galthar, o mensageiro do rei?

- Quem quer saber, Anão?

- Dobre a língua, homem. Sou Avignon, filho do Rei dos Anões. Esta mensagem que está portando é para meu pai?

Galthar ficou surpreso. Achava que tinha viajado incógnico e tinha sido discreto. Pouquíssimas pessoas sabiam que era mensageiro. Mesmo assim, não entregaria a mensagem para esse possível espião. 

- Prove... 

O anão o soltou e puxou um pergaminho ainda com selo real. Galthar quebrou e leu atentamente empalidecendo quando terminou. 

- Estamos em guerra contra as trevas... Mortos-vivos se levantando....

- Não somos inimigos, Galthar. Ainda lutaremos juntos essa batalha.

- Como sabe tanto sobre mim e meu nome?

- Sei mais do que imagina. Dê-me a mensagem. Preciso descer aos túneis imediatamente e levá-la para meu pai.

- Não posso. Tenho que entregar pessoalmente. 

- Sele seu cavalo. Esta guerra é nossa.Venha comigo e vamos vencê-la.

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Desafio Realmente Desafiante 2013 - um livro com um casal apaixonado na capa

Posted by Nanda Cris on 20 de fevereiro de 2013 06:00 in ,



Inicialmente eu tinha escolhido para o Desafio Realmente Desafiante o livro "Despertar da meia-noite" para cumprir a meta: ler um livro com um casal apaixonado na capa. Porque escolhi este livro?

Primeiro porque realmente tem um casal apaixonado na capa! Elementar meu caro Watson!

Segundo porque eu sou totalmente apaixonada pela série Midnight Breed, já li os 2 primeiros livros (O beijo da meia-noite e O Beijo escarlate) e queria ler o terceiro.

Beleza, livro escolhido... olhos à leitura!

Só tem um problema: eu sou mega-caduca. Então, eu esquecer fatos que ocorreram em livros anteriores de sagas é algo beeem comum. Mas só pequenos detalhes, entende? Ou personagens que entraram, serviram o café e saíram... essas coisas. Nada que faça realmente diferença para o entendimento. Aí estou lendo o livro e pensando: "Caramba, não lembro disso!" , "Caramba, nem disso!". Aí fui olhar no Skoob e qual a minha surpresa quando eu descobri que estava lendo o livro errado? Só eu mesma! Em vez de ler o terceiro livro, estava lendo o quarto, "A ascensão da meia noite"!



No fim das contas, não fez muita diferença, porque ambos os livros tem casais apaixonados na capa. Mas, resolvi então escrever a resenha sobre o livro que eu efetivamente li antes de emendar a leitura no, agora sim, "Despertar da meia-noite"!

Bem, depois dessa história tragicômica, vamos ao que interessa, a resenha!

O livro conta a história da Raça, que é formada por vampiros nascidos do cruzamento de extraterrestres e humanas especiais, também conhecidas como companheiras de Raça. Cada uma dessas humanas tem um dom especial, que é passado para seus descendentes e para seus companheiros, caso eles troquem sangue. Apenas essas humanas conseguem gerar filhos dos vampiros e eles sempre nascem machos. Nesta sociedade existem os civis e os da Ordem, que é tipo um BOPE.

Cada livro conta a história de um dos guerreiros da Ordem. Mas, como pano de fundo, vemos os guerreiros que não estão em enfoque e conhecemos um pouco das suas vidas. É assim que conhecemos Rio. Sabemos que ele tem uma companheira chamada Eva, que eles são felizes juntos e que ele é um guerreiro da Raça. Uma reviravolta acontece no segundo livro, se desenrola pelo terceiro e, ao chegarmos no quarto livro nos deparamos com um Rio que não quer mais viver e está planejando se matar. Dylan é uma companheira de Raça e, ajudada por Eva, localiza Rio numa tumba que ele deveria ter implodido há meses, numa missão da Ordem. Dylan tira algumas fotos da tumba e de Rio, fugindo logo em seguida, enquanto planeja escrever uma história para o jornal em que trabalha. E é justamente este ato impensado de Dylan que faz Rio sair da apatia. Ele implode a gruta e vai atrás dela para impedir que as fotos sejam divulgadas juntamente com a matéria, mas acaba chegando um pouco tarde, pois ela já passou ambos para vários conhecidos e até mesmo para o editor do jornal. Rio, então, sequestra Dylan e a leva para a sede da Ordem, para junto dos outros guerreiros decidir o que fazer para sanar o problema. A única coisa que ele não contava, era se apaixonar por Dylan no processo.

Não vai existir uma mulher que leia esse livro que não queira um guerreiro da Ordem para chamar de seu. Pode ser bem casada, pode estar apaixonada, pode ser lésbica... não importa. Vai querer.

Abstraia esse negócio de feminismo, machismo e qualquer outro ismo. Aprecie os quase 2 metros de altura desses machos viris repletos de músculos e esqueça esse papo de queimar soutiens em praça pública. Você vai pensar que a vida das companheiras de raça é a décima maravilha do mundo. O que elas fazem? Absolutamente nada o dia inteiro. Elas esperam o dia para fazer amor com seus machos viris que chegam suados e cansados da caçada. E só. Tem profissão melhor? Desconheço. Todas largaram família, carreira, uma vida normal, só para apreciar cada pedacinho desses guerreiros que, em troca, demonstram por atitudes o orgulho de ter aquela fêmea, a tratando com deferência e respeito.

Eu poderia ficar aqui horas e horas descrevendo o quanto esses vampiros são fascinantes, mas acho que lendo fica mais fácil de entender. Comece pelo "Beijo da Meia Noite" e já seja apresentada a Lucan, o líder da Ordem. Você não tem do que se arrepender, garanto. Será um encontro eletrizante.

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Desafio Aniversário/Floreios e Borrões - Baile de Inverno em Hogwarts - by Sammy Freitas

Posted by Unknown on 19 de fevereiro de 2013 06:00 in , , ,
O desafio de aniversário do Blog consiste em escrever um texto baseado em um livro que gostamos muito. Então, escolhi a série: "Harry Potter". O fim dos livros, nos deixou com gostinho de quero mais e então, como tinha sido desafiada em um grupo de HP (Floreios & Borrões) a escrever uma cena do Baile de Inverno, resolvi unir os dois desafios e mandei ver na história. Espero que gostem!

Palavras dadas pela Denize: Carona / Animalesco / Fétido / Escancarou / Matou


***

Dois para a direita, dois para a esquerda, parecia simples, embora seu pai sempre tivesse sido reticente sobre a valsa...

Alvinho aproveitou o dormitório vazio para treinar com uma vassoura. Assim, se alguém entrasse de repente, sempre poderia dizer que estava treinando quadribol!

Enviou uma coruja para seu pai, já que Tiago, seu irmão insistia em falar barbaridades sobre como as meninas faziam quando os rapazes não acertavam a valsa. Também ensinou uns passos de uma dança que depois de muito pesquisar, descobriu que era uma dança trouxa chamada de Gangnan Style. Sendo assim, nunca sabia se seu irmão estava falando sério ou se brincava com ele. Talvez devesse usar algumas gotas de veritasserum daquele frasco roubado do armário de seu pai em agosto, antes do início das aulas.

Imaginou-se enfeitiçando o irmão e o obrigando a contar seus segredos! Um sorriso formou-se em seus lábios...

Ou talvez não... Quem sabe não haveria um momento melhor para usar? Talvez naquele maldito Scorpio que estava saindo com Dora... Ahhhh ela era tão linda... Seus únicos defeitos eram ser sonserina e ter o mau gosto de estar apaixonada pelo Scorpio ao invés dele... Faziam várias aulas juntos e jurava tê-la visto o encarando mais de uma vez.

A porta se escancarou com estrondo e, assustado, Alvo jogou a vassoura no chão. Teddy entrou:

- Alvo! você não deveria estar em aula?

- Poxa, Teddy! Você me assustou! Só estou um pouco atrasado! Aliás, você não deveria estar monitorando os corredores??? Cadê a camaradagem? - Teddy era monitor-chefe e este era seu último ano.

Teddy estreitou os olhos e falou com aspereza:
- Sem camaradagem! Já para aula!

Resmungando, Alvinho saiu apressado tropeçando nas vestes.

***

Ao fim da tarde, Alvinho ainda não tinha um par para o baile. Essa maldita falta de coragem... E parecia que todas as meninas já haviam sido convidadas. Se fosse mais corajoso, na hora do almoço teria gritado: Alguém sem par para o baile quer ir comigo???

Mas ficou com medo de ser o último solitário e se calou. Talvez fosse melhor ir sozinho mesmo. Já tinha se certificado que não havia nenhum regulamento quanto a isso. E quem sabe, com um pouco de sorte, não conseguiria dançar com alguém?

***

Terminou de se arrumar e seguiu em direção à música. Parou na porta dos salões e permaneceu ali, sem coragem para entrar sozinho. Sentou na beira da escada e abaixou a cabeça. Estava num dilema... Não sabia se teria coragem de entrar sozinho e por outro lado não queria perder seu primeiro Baile de Inverno. 

Quem disse que só as garotas eram inseguras e medrosas! Se o famoso trouxa Joseph Climber que ele tinha aprendido na aula de Cultura Trouxa Pop era um exemplo de coragem e perseverança, porque ele, um bruxo de linhagem e com uma família tão proeminente não conseguiria fazer o mesmo?

Levantou e ouviu um som animalesco. Podia ser inseguro, mas não era covarde. Correu na direção do som e encontrou um grupo de primeiro-anistas testando máscaras de leão e jogando bombinhas que exalavam um cheiro fétido. Humpf... Seu pai contava as aventuras dele e seus tios de tal maneira, que ele sempre imaginou que Hogwarts seria o lugar mais divertido para estar. 

Voltou para o baile e, ao avistar a escada, uma menina mascarada saiu correndo, batendo as portas do salão atrás de si e gritando para alguém que tinha permanecido nas sombras:

- Você o matou! Você o matou! 

Deveria segui-la? - Pensou rapidamente.


Não ia ficar parado diante do que poderia ser uma grande aventura! O que seu pai faria? Ficaria olhando? Não! Então foi atrás dela. Quando queria, conseguia ser muito veloz. Alcançou-a com facilidade e quando colocou a mão em seu ombro, ela se virou e ele viu através da máscara, os olhos mais lindos que já tinha visto em toda sua vida. Aqueles olhos, demonstravam um pesar, uma perda... uma dor, que ele não conhecia nesses tempos felizes. Deu um passo para trás quando ela respondeu irritada:

- O que você quer, Alvo Severo?

Espantou-se ao ouvir seu nome. Ela o conhecia!

- Desculpe... vi você saindo correndo e ouvi suas palavras... Achei que...
- Quem você pensa que é para achar alguma coisa? Só porque seu paizinho "salvou o mundo" acha que pode fazer o mesmo?

Recuou diante das palavras duras e gaguejou de volta:

- N-nnnão.. a-a-a-chei nada... é só que....
- Ora, cale a boca! Pensa que não te vejo me espreitando? Me seguindo pelos cantos e esbarrando em mim sempre que passa?

A compreensão se instalou imediatamente. Era Dora! Mas seus olhos... estavam diferentes...

- Dora??? 
- Quem mais poderia ser?
- Hum... Qualquer outra menina do baile? - arriscou Alvo, tentando se fazer de engraçadinho.

Dora não respondeu, virou de costas e saiu andando. Alvo ficou parado, vendo a menina de quem gostava tanto ir embora e deixando escapar talvez, a única oportunidade de conhecê-la melhor. Suspirou e começou a voltar em direção ao baile quando ouviu:

- Como é? Você não vem? Você me seguiu até aqui todo preocupadinho e agora vai desistir fácil assim??

Surpreso, Alvo foi em sua direção:

- O que eu posso fazer? Você me mandou embora!
- Mandei? Rapaz, você tem probleminhas! Eu perguntei o que você estava fazendo aqui e depois te mandei calar a boca. Mas em momento algum eu te mandei embora.
- Ok... Entendi. Você quer que eu cale a boca, mas não quer que eu vá embora. Meninas são tão estranhas...

Dora sentou no canto do corredor e Alvo sentou ao seu lado e ficou esperando. A menina suspirou e disse:

- Eu tenho um problema. Não tenho ninguém para contar, então, eu aceito contá-lo para você, se me permitir apagar sua memória depois.

Em um misto de curiosidade e chateação, resolveu aceitar. Quem sabe entenderia melhor aquela menina que admirava?

- Combinado. Pode me contar porque saiu correndo e porque gritava "Você o matou?"

- Sim... posso. Scorpio terminou o namoro comigo. Ultimamente brigávamos muito, e a maioria das vezes, por coisas muito bobas. Ele é muito ciumento e dominador e eu não sei ser submissa como ele quer. Tenho minhas próprias opiniões. Além disso, não tenho paciência para quem não entende meu sarcasmo. Ter que explicar a piada, acaba comigo. 

- E quem matou quem?

A menina fuzilou-o com os olhos. 

- Também não tenho paciência com gente impaciente e ansiosa... Bem... nós tínhamos um projeto na aula de herbologia. E uma de nossas espécimes cultivadas era um Pithecolobium gummiferum, que se utilizado em excesso, pode causar efeitos alucinógenos. Scorpio descobriu isso acidentalmente ao sentir o odor do vapor durante uma decantação. Ele resolveu então, testar melhor esse efeito e quem sabe um dia até poderia criar um produto para venda. O problema, é que ele testou primeiro em animais. E o primeiro e último animal testado, foi Francis, meu gato. Esta semente é fatal para animais. 

Dito isto, Dora abaixou a cabeça e começou a chorar

Alvo não sabia se tinha entendido direito. Scorpio iria virar um trouxa traficante de drogas? E estava testando fórmulas dentro da escola? E ia esquecer de tudo isso! E foi então que a última parte da explicação de Dora começou a fazer sentido para ele. Scorpio havia matado seu bichinho de estimação. Sentiu pena e a abraçou. Não disse uma palavra sequer sobre o assunto, sua única preocupação era mantê-la em seus braços e tentando consolá-la...

- Eu sinto muito... - murmurou baixinho perto do ouvido dela. Sentiu o perfume dos seus cabelos e acariciou de leve seu rosto, secando as lágrimas.

Num momento de coragem súbita, aproximou seus lábios e deu um beijo leve. 
Dora levantou os olhos surpresos e correspondeu ao beijo - o que poderia perder? 

Dora se desvencilhou de Alvo e levantou... 

- Venha comigo. 

Ele a seguiu e chegaram à Torre de Astronomia. Dora apontou para o céu e disse que uma vez, seu avô lhe dera de presente uma estrela e que ela, sonhadora, tinha entendido o simbolismo daquele ato como uma maneira pouco convencional de presentear alguém. Começou a explicar para Alvo que imaginava estar na estrela apontando para a Terra e discutindo se haveria vida inteligente por aqui. 

Alvo pegou carona em sua imaginação e também imaginou-se sentado em sua estrela conversando e discutindo todo um mundo novo. Começaram a trocar sonhos e experiências entremeando elementos criados por eles e  por roteiristas de seriados da TV trouxa. Era um mundo onde zumbis atacavam Winterfell para poder resgatar o UM anel...

Até que perceberam que o dia estava amanhecendo. Dora pegou sua varinha e  disse: 

- Agora é o momento que eu tenho que apagar sua memória... - disse tristemente...

- Tem certeza disso? 

- Não... Mas não tenho escolha. Contei a você um segredo que não era meu. Um segredo que pertencia ao Scorpio e pode vir a prejudicá-lo. Por mais raiva que eu sinta do que ele fez, não posso entregá-lo.

Alvo nem se lembrava mais dessa parte da história, tão feliz havia ficado com o resto da noite. Tentou argumentar, mas Dora balançou a cabeça. 

- Não, Alvo... Não posso... - balançou a varinha levemente e sussurrou - Obliviate...

Dora desceu da Torre de Astronomia enquanto Alvo ainda estava meio atordoado.

Alvo olhou a sua volta piscando os olhos com força, tentando entender como chegou à Torre de Astronomia. Sacudiu a cabeça de leve tentando espantar aquela sensação de vazio em sua mente e pegou sua varinha caída no chão. 

Encaminhou-se para o seu dormitório sorrindo e com a nítida sensação de que tinha aproveitado a noite de alguma maneira...







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Livre - resposta ao desafio musical (tema estrangeiro)

Posted by Marcinha on 18 de fevereiro de 2013 05:00 in , , ,
Livre
(Nota da Autora: Estes acontecimentos sucederam os do texto "Acelerando", que pode ser conferido aqui.)

Me exercito com pesos no quarto onde ficam meus aparelhos de ginástica. Olhando-me no espelho, confiro a postura enquanto conto mentalmente as flexões feitas com o braço direito. O som do Queen se espalha pelo quarto, compassando o exercício.

"I want to break free
I want to break free
I want to break free from your lies
You're so self satisfied I don't need you
I've got to break free
God knows, God knows I want to break free."

A letra da música dá o que pensar. É impressionante como a mente voa quanto fazemos algo que mantém o corpo mecanicamente ocupado.

Nesse momento ouço uma voz que me é tão familiar.

- Eu sabia que você ia voltar. Tanto rebuliço, tanto barulho por nada. Voltou exatamente pro mesmo lugar de onde saiu. Como sempre.

- Não me lembro de ter pedido sua opinião. - respondi com amargura, continuando meu exercício - Fiz isso por minha própria conta, independente do que você pense ou tenha a me dizer. Eu decidi voltar. Estou dando uma segunda chance a mim mesma. Ponto.

- Você é fraca, isso sim. - retorquiu, com um risinho debochado - Desistiu da fuga. Mas não pode se ver livre de mim e sempre estarei aqui para dizer o quanto você é fraca e imperfeita. Ah, e covarde!

- E porque você não cala essa boca?! - cuspi, num rompante - Sempre me atormentando, sempre enchendo a minha cabeça com intrigas. Grande parte do que você diz não se aproveita. Estou farta das suas mentiras!

- Você precisa de mim, querida... - afirmou, com sua falsa doçura - Tudo que você é hoje, fui eu quem te ensinou. Eu fiz de você a mulher forte que você é hoje. Toda essa pose... agradeça a mim! Você era uma completa submissa, sem nenhuma tenacidade.

- Eu sei o quando a sua ajuda me fez crescer, eu reconheço isso. Mas me envenenou um bocado também. - afirmei com convicção - Agora eu já posso tomar decisões por mim mesma, sem ter de ouvir o seu veneno o tempo todo, sem me basear somente no que você acha. - disse, cada vez mais irritada - E escute aqui! Eu estou tentando me apaixonar, eu optei por isso! Quero entrar de cabeça nesse retorno e fazer meu casamento dar certo! Mas você não está ajudando nem um pouco!

- Cadê a pessoa que afirma que "o amor é uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas"? - riu abertamente, num misto de desdém e sarcasmo - Se apaixonar! Agora entregou os pontos de vez... Está é acomodada! Você não é mulher suficiente pra tomar uma iniciativa na vida, não é?

- Sou! E vou te mostrar! Sou capaz, sim, de tomar uma atitude e me libertar de você de uma vez por todas!

A raiva me corrói por dentro, queima, fere, embaçando minha visão. Ódio! Rancor! Mentiras! Chega de mentiras! Preciso me libertar disso! Preciso me libertar agora! Chega!!!

Numa descarga de adrenalina, levantei a barra cromada com quatro anilhas de dez quilos. Arremessei quarenta e tantos quilos de pura ira contra o sorriso debochado que me feriu tantas vezes. O projétil pegou bem no meio dos olhos. Esse foi o meu "basta". Eu não vou mais precisar te ouvir! Nunca mais!
Silêncio. Enfim o silêncio.

Observo satisfeita os restos do meu adversário no chão. Era apenas um espelho, eu sei. Agora o espelho jaz em cacos sobre o piso à minha frente. Foi uma ação simbólica. Mas para o meu subconsciente, quer dizer muita coisa.

Essa parte de mim, essa mulher cruel que me encara no espelho, que me subestima e ridiculariza, e que me envenena todo o tempo terá de ficar calada de agora em diante. Eu preciso ser livre, livre de preconceitos que distorcem a minha visão, livre de mentiras que eu contei a mim mesma e que transformaram meu companheiro de vida num inimigo distante.

Agora eu estou livre.

Estou livre para me prender novamente, segundo a minha vontade.


 
I Want To Break Free
Eu Quero Me Libertar

I want to break free
Eu quero me libertar
I want to break free
Eu quero me libertar
I want to break free from your lies
Eu quero me libertar das suas mentiras
You're so self satisfied I don't need you
Você é tão auto-suficiente, Eu não preciso de você
I've got to break free
Eu tenho que me libertar
God knows, God knows I want to break free.
Deus sabe, Deus sabe que eu quero me libertar

I've fallen in love
Eu me apaixonei
I've fallen in love for the first time
Eu me apaixonei pela primeira vez
And this time I know it's for real
E dessa vez eu sei que é verdade
I've fallen in love, yeah
Eu me apaixonei, sim
God knows, God knows I've fallen in love.
Deus sabe, Deus sabe  que eu me apaixonei

It's strange but it's true
É estranho, mas é verdade
I can't get over the way you love me like you do
Eu não posso superar o jeito que você me ama
But I have to be sure
Mas eu tenho de agir certo
When I walk out that door
Quando eu ando para fora daquela porta
Oh how I want to be free, baby
Oh, como quero ser livre, querido
Oh how I want to be free,
Oh como eu quero ser livre,
Oh how I want to break free.
Oh como eu quero me libertar

But life still goes on
Mas a vida continua,
I can't get used to, living without, living without,
Eu não posso me acostumar a, viver sem, viver sem,
Living without you by my side
Viver sem você ao meu lado
I don't want to live alone, hey
Eu não quero viver sozinho, hey
God knows, got to make it on my own
Deus sabe,eu tenho de fazer isso sozinho
So baby can't you see
Então, querido, você pode ver
I've got to break free.
Eu tenho que me libertar


I've got to break free
Eu tenho que me libertar
I want to break free, yeah
Eu quero me libertar, sim
I want, I want, I want, I want to break free.
Eu quero, Eu quero, Eu quero, Eu quero me libertar



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Uma nova vida - desafio musical

Posted by Unknown on 17 de fevereiro de 2013 06:00 in , ,

Resposta ao meu desafio musical, proposto pela Sammy
musica Mais Uma Vez - Legião Urbana



Uma nova vida

Eu tinha uma vida normal, pelo menos era o que eu pensava. Era diretor de uma das maiores empresas do Brasil, um homem bem sucedido, era assim que eu me classificava. Mas era bem sucedido no que? Não tinha uma família, não ligava para meus pais, não tinha uma religião, minha crença era no dinheiro, e em tudo que eu poderia comprar com ele.

Num dia como qualquer outro em que voltei para casa depois do trabalho, tomei um belo banho na minha banheira da hidromassagem, senti uma pontada no peito, mas não era nada demais, terminei meu banho e fui dormir, mas algo totalmente inesperado aconteceu. 

Acordei num lugar escuro e úmido. Comecei a me debater para saber onde estava e percebi que estava preso por correntes, pés e mãos atados. Eu estava num colchão bolorento, o que me causou nojo já de cara, e ao olhar em volta percebi que não havia mais nada naquela sala escura, a não ser uma vela no canto oposto. De onde eu estava também não enxerguei nenhuma porta.

Lutei contra minha consciência, dizendo a mim mesmo que aquilo era um pesadelo, apenas um pesadelo... eu acordaria em breve. Mas não, eu tinha sensações, sentia o cheiro do bolor por toda a sala, sentia meus pulsos doendo pelo atrito das correntes. 

Como fui parar ali? Quanto tempo havia se passado desde que adormeci na minha casa? O que significava tudo aquilo?

Um sequestro, é claro! Afinal eu era um empresário muito rico, o que mais poderia ser? Mas como alguém conseguiu entrar na minha casa, com todo o sistema de segurança, alarmes, câmeras, cães?! Era um pesadelo, só podia ser...

Eu não tinha o que fazer,  comecei a suar frio, não podia nem mesmo me levantar. Comecei a gritar e gritar, até não sentir mais meus pulmões dentro de mim, até minha garganta queimar.
Só depois que parei de gritar, uma voz me respondeu, uma voz forte e precisa, parecia um tambor, e não consegui identificar de onde vinha, pois parecia preencher toda a pequena sala. A voz me respondeu:

- Não adianta gritar, isso não vai te salvar. Você vai ter que aceitar o seu destino.

- Que destino?! – Gritei de volta. – Se você quer dinheiro, diga o quanto, qualquer quantia! Eu digo como conseguir, mas me tire daqui!

Nenhuma resposta.

Comecei a chorar. Porque eu, porque? Foquei meu olhar na pequena vela do outro lado da sala, a chama bruxuleante. A vela parecia exatamente igual, não derretia. Pensei estar começando a ficar maluco, então me veio uma musica na cabeça, e comecei a cantar baixinho para acalmar um pouco os pensamentos.
“...Mas é claro que o sol

Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem



Tem gente que está
Do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar...”

Comecei a perceber como a música fazia sentido. Eu estava, afinal, num lugar escuro, mas poderia ser pior, se não tivesse aquela pequena luz da vela ali, e eu tentava não endoidecer. 

Mas, aquilo também me fez pensar na minha família, em como eu havia abandonado meus pais depois de ficar rico, como nunca mais havia ligado ou mandado uma carta. Sim, eu estava do mesmo lado das pessoas  mesquinhas e egoístas, e era eu que estava machucando alguém, machucando meus pais, por ter esquecido de amá-los.

Aquela revelação doeu muito dentro de mim. Ali, no escuro, comecei a chorar mais alto, chorar por tudo de errado que havia feito, e a musica foi se misturando aos soluços.

“...Tem gente enganando a gente

Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia
A gente aprende


Se você quiser alguém

Em quem confiar
Confie em si mesmo


Quem acredita

Sempre alcança...”

Parecia que não era só eu que cantava aquela musica. Comecei a ouvir um coro de vozes que vinham do outro lado da parede, de todos os lados na verdade, todas as vozes sofridas como a minha, pareciam cantar para se salvar.
- Aceite o seu destino, e confie em si mesmo! – aquela voz poderosa me falou.
- Que destino?! – gritei em resposta, mas a voz nada disse.
Na minha cabeça aquela ultima frase ficava martelando “quem acredita sempre alcança...” Mas não era eu, eram aquelas vozes todas repetindo sem parar aquela frase. Com a cabeça girando, tentei me focar naquela pequena luz da vela e lembrar o resto da música.
“...Mas é claro que o sol

Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Nunca deixe que lhe digam:
Que não vale a pena

Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos
Nunca vão dar certo
Ou que você nunca
Vai ser alguém...”

Sairia dali, eu sabia que ia sair, estava começando a acreditar no que a musica que saída dos meus lábios dizia, e aquilo começou a puxar meus pensamentos a uma realidade avassaladora.
Eu estava apenas em uma sala escura, preso por correntes à realidade que eu mesmo criei para mim, sozinho, preso na minha ganância. Mas haviam pessoas que estavam passando fome, frio, sofrendo com doenças terminais, realidades em que o estupro e a dor já faziam parte do cotidiano. Essas pessoas estavam numa escuridão muito maior que a minha, mas ainda assim tinham esperanças. Tentei pensar, no que elas tinham esperança?
- Em Deus, claro! – concluí.
Eu devia ter esperanças em Deus, foi Ele que me ajudou a conseguir realizar meus sonhos, a me tornar um empresário de sucesso, Ele me perdoaria se eu tentasse me desculpar, Ele me livraria dessa escuridão.
As vozes ao meu redor continuaram a música:
“...Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar

Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo!

Quem acredita
Sempre alcança!”

- Eu sei! – gritei. – Eu sei que em minha ganância machuquei tanta gente, tanta gente que me amou! Meu Deus, me perdoe! Me tire dessa prisão, eu prometo melhorar!
E dessa vez a voz respondeu.
- Não sei se isso será possível Manoel... Isto não é apenas uma prisão, é o purgatório, onde você pagará por seus atos até ser digno de ir para o céu.
- Purgatório? Como assim? – Comecei a tremer com a idéia.
Então a voz dizia que eu morri? Mas eu sentia meu corpo, sentia fome, sentia frio. Ouvia as vozes repetindo desesperadamente o resto da música “Confie em si mesmo! Quem acredita sempre alcança!”
- Você teve um infarto, Manoel, não se lembra? – a voz ecoou na sala. – por isso está aqui.
Meu mundo começou a girar, tantas lembranças, tantos pensamentos. Eu podia mesmo ter morrido? Bom, o que mais explicaria  eu ter acordado ali, naquela sala estranha?
- Você precisa me deixar voltar!
- Daqui, meu filho, você irá para o céu, ou para o inferno, de acordo com suas decisões do que pretende ser.
- Não! E minha família? – comecei a chorar alto – Não posso simplesmente morrer, e nunca pedir perdão. Eu mudei, eu aprendi!!!
- Mudou mesmo? – perguntou a voz, ainda mais forte.
- Sim! – eu gritei. – E eu confio em mim mesmo!
De repente entendi o que as vozes me diziam, elas me diziam para continuar, elas cantavam para que eu confiasse na minha mudança, para que Deus também pudesse confiar em mim. Pediam desesperadas para que eu acreditasse em mim, e alcançasse a graça que Deus poderia me conceder.
- Eu mudei! – gritei para ele – Eu mereço algo melhor do que essa prisão, eu mereço a chance de me redimir, eu acredito!
- Que assim seja. – a voz respondeu.
Por um minuto nada aconteceu, então fiquei surdo, depois cego. De repente uma luz muito forte ofuscou minha visão, e aos poucos pude perceber pessoas de branco que andavam de uma lado para o outro e mexiam em mim, não entendia o que diziam, apenas uma frase:
- Ele voltou, conseguimos.
Adormeci sem sonhos, e tempo depois acordei numa cama de hospital, agora mais consciente. Percebi que minha mãe estava ao meu lado, chorando.
- Mãe? – chamei.
Ela me olhou, os olhos vermelhos e inchados.
- Filho? Por Deus, você está mesmo vivo! Depois do infarto, achamos que íamos mesmo perder você, os médicos disseram que foi um milagre! Graças à sua governanta que voltou a noite para falar com o senhor, e o encontrou desacordado no corredor.
“No corredor?” pensei, então nem mesmo cheguei a deitar na cama e dormir? Mas e minha mãe? Apesar de tudo ela estava ali, apesar de todas as mágoas, ela veio rezar por mim.
- Mãe, me perdoe por tudo que fiz. De hoje em diante serei bem melhor. Eu voltei, Deus me deu a chance de voltar, para reparar meus erros.
Choramos juntos, de alegria.

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