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Desafio da Imagem - Tema: Dia das Mães - por Nanda Cris

Posted by Nanda Cris on 11 de maio de 2013 06:00 in , , ,


- Vamos lá gente! Sorrindo!

Todos sorriem.

- Agora, olhe para o menino com cara de afeto!

Eduarda faz exatamente o que lhe é ordenado.

- Milena, pega a colher de pau e finge estar mexendo alguma coisa! Quero interatividade!

A menina pega a colher e finge colocar na mistura, ainda com o sorriso congelado na face.

- Lucas! Não levanta tanto o saco de farinha! Vai ficar na frente do seu rosto!

O menino tenta se manter sorridente, apesar da repreensão dita em voz dura.

- Isso, perfeito! Todo mundo congelado! Ninguém se mexe ou respira. E... foi! - o fotógrafo sorri aliviado - Conseguimos finalmente uma foto perfeita.



Eles se dispersam rapidamente, aliviados por estarem livre daquela sessão de tortura. Já tinham perdido as contas de quantas fotos tinham tentado para aquele comercial de farinha de trigo.

As crianças seguiram correndo, brincando de pegar para o camarim coletivo que os três estavam dividindo. Eduarda ia atrás, seguindo-os. Começou a sentir um pouco os olhos marejados. A vivacidade daquelas crianças era algo que queria para sua vida, mas não parecia que seu destino era este. Secou discretamente as lágrimas antes de entrar no camarim.

E lá estavam Eduarda e Lucas com suas mães Andressa e Elisa. Aquele jovem casal lésbico tinha tudo o que ela gostaria de ter. Um amor forte, dois filhos lindos, e uma felicidade que estava estampada na face de toda a família.

Pegou sua bolsa, soltou um adeus fraco e saiu arrasada do camarim.

Este dia das mães ia ser especialmente ruim. Tinha acabado de se divorciar, porque encontrara seu marido com sua irmã na cama. O desgosto levara sua mãe, então, nem seria possível comemorar como filha esta data. E mesmo depois de 2 anos tentando desesperadamente engravidar do calhorda, nada conseguira, enquanto sua irmã ostentava uma linda barriguinha de 4 meses, gerada pelo seu marido traidor. O que era matematicamente interessante, uma vez que só pegara os 2 na cama havia 2 meses. Secou as lágrimas, levantou os ombros e foi pra casa. Jurou que nunca mais choraria pelo patife e não ia ficar se lamuriando pelos cantos!

Chegando em casa, tomou um calmante e foi dormir. Apagou completamente, só acordando no dia seguinte. Olhou pela janela e pensou:

- Hoje é sábado, véspera do dia das mães. Não tinha mãe, não tinha filho.

Olhou para a mesinha de cabeceira e viu seu tranquilizante. Podia tomar outro e dormir até segunda. Simplesmente pular o fim-de-semana. Não, não. Não era fraca a este ponto. Levantou-se e preparou um café. A cafeína a animou, mas só um pouquinho. Levou o notebook para a cama e deu uma espiada nos seus emails. Um deles chamou a atenção pelo título "Lar São José estará em festa neste domingo!". Clicou.

O Lar São José para Crianças sem Lar estará em festa neste domingo! Venha curtir muita música, diversão e sentir o afeto dessas crianças que não tem lar, mas tem muito amor para compartilhar!
Estamos todos de braços abertos, esperando por vocês!
A entrada é um quilo de alimento não perecível.
Todos nós esperamos por vocês!

E logo abaixo, vinha uma foto das crianças.



Percebeu uma menininha com colar cervical. Lembrou-se quando era pequena e precisou usar aquilo também. Ganhara o apelido de girafa naquela época. Decidiu-se. No dia seguinte iria ao Lar São José para conversar com aquela menininha.

Passou o resto do sábado, indo de loja em loja, comprando presentes para as crianças. Pela foto, dava para saber quantos eram meninos, e quantas eram meninas, então, comprou para todos. Seu dia foi muito animado.

O domingo chegou e, com ele, uma forte indisposição. Sentia-se fraca, enjoada. Tinha que parar de abusar tanto dos tranquilizantes. Pensou nas crianças e aquilo deu um ânimo. Resolveu ir ao orfanato mesmo assim. E não se arrependeu. Lá chegando, foi muito bem recebida, com sorrisos, abraços e muito carinho. Distribuiu os presentes, contou histórias, descobriu que a menininha não ligava de usar o colar, pois todos eram muito bondosos com ela e nunca faziam piada do seu problema. Estava muito feliz, mas ao longo do dia, foi ficando pior. Saiu da festa mais cedo, prometendo voltar e com uma pasta cheia de desenhos de todas as crianças. Passou no pronto-socorro perto de sua casa e acabou desmaiando ali mesmo. Não tinha conseguido comer nada naquele dia devido o enjoo. Seu açúcar baixou e ela simplesmente apagou. Acordou numa maca, com soro e um médico fazendo anotações numa prancheta. Sentia a boca seca.

- Doutor?

- Ah, até que enfim acordou, minha filha!

- O que eu tenho doutor?

- Você teve uma hipoglicemia e desmaiou. Fizemos um exame de sangue e está tudo normal com você.Após tomar o soro, você já estará liberada para ir pra casa.

- Que bom doutor!

- Sim, e vai melhorar agora. Todos esses anos de profissão, nunca tive o prazer de dizer isso num "Dia das mães": você está grávida, minha filha.

- Grávida??

- Sim!

Ela não conseguia responder, apenas sentia as lágrimas escorrendo. Só conseguia agradecer a Deus e pensar:

"Mamãe, eu consegui, sou uma pessoa completa agora."


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HUMOR: Os 10 mandamentos do chimarrão

Posted by PatyDeuner on 10 de maio de 2013 06:00 in , , , ,



Apesar de simples e informal, a roda de chimarrão tem suas regras. São verdadeiros mandamentos, que devem ser respeitados por todos. Se você é iniciante ou está redescobrindo o costume, observe esses pontos relacionados com boa dose de humor:


1 - NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dollar, etc... mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.

2 - NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).

3 - NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.

4 - NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.

5 - NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado (fazendo pose de assumida).

6 - NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.

7 - NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.

8 - NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.

9 - NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando... E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quizeres mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.

10 - NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela etc... etc...


PÉRCIO DE MORAES

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RESENHAS: Pense fora da Caixinha - "O fantástico mundo de Zofia e outras histórias"

Posted by Unknown on 9 de maio de 2013 12:00 in , , , , , ,
 O fantástico mundo de Zofia e outras histórias
Kelly Link


Alguém já participou de LV's do SKOOB? LV's são Livros Viajantes. Algumas (boas) pessoas disponibilizam seus livros para que nós leitores, que amamos ler e que não podemos comprar todos os livros que queremos... Eu nunca tinha participado de nenhum, então, resolvi experimentar. Minha primeira experiência, não foi nada comum. Recebi em casa "O Fantástico mundo de Zofia e outras histórias"

O lema do Steve Jobs deveria aplicar-se perfeitamente a esse livro de contos.

Kelly Link, conseguiu escrever histórias NADA convencionais. Criatividade exacerbada e facilidade em fugir completamente da realidade - Kelly, parece ter escrito o livro completamente doidona.

Quem leu e gostou de Lewis Carrol e se amarra nos filmes de Tim Burton, vai encontrar referências em suas histórias. Todas as histórias dela, pendem para o terror, mas nada muito exagerado - do tipo que você teria medo de levantar para ir ao banheiro, por exemplo.

Em compensação, as histórias dela criam universos paralelos dentro do nosso próprio mundo, porém as mesmas não parecem fazer muito sentido. (não parecem fazer MUITO? E se eu te dissesse que não fazem sentido nenhum???)

Num apanhado geral, todas as histórias são para lá de originais e os finais surpreendentes. A mais comum (digo... a menos esquisita) é a primeira, que dá nome ao livro.

Zofia, é avó da personagem principal que carrega todo um vilarejo dentro de sua bolsa de pele de cachorro. Essa bolsa, já bizarra por possuir essa propriedade mágica, também é atemporal... Quem entra lá, pode ficar 10 anos facilmente sem sair e quando sai... Parece exatamente da mesma maneira como entrou. Até aí, estava tranqüilo. Se existe um mundo inteiro dentro do guarda-roupa de Nárnia, porque não um vilarejo inteiro numa bolsa?

Já segunda história, Hortlak, é uma história aparentemente banal, de duas pessoas trabalhando numa espécie de mercearia à beira de uma estrada, quando subitamente somos chacoalhados e nos deparamos com zumbis que agem como humanos e não necessariamente são comedores de carne humana e cérebros. Paralelamente, Erik é apaixonado por Charley, que trabalha num abrigo de animais e faz a coisa mais fantástica (e que eu acho que poderiam aderir na vida real...). Quando ela lê a lista de animais que serão sacrificados naquele dia, ela pega o cão e leva para dar uma volta de carro pela cidade, como se ela pudesse dar um último momento de alegria para eles... E então, acontecimentos estranhos envolvendo zumbis e canadenses e Batu e Erik estão trabalhando para descobrir o que os zumbis desejam e assim, conseguirem a maior experiência de vendas a varejo de suas vidas...

No conto Pele de Gato, o próprio narrador pára a história para dar uma explicação para nós leitores... Simplesmente diz: "Se estiver esperando por um final feliz nesta história, talvez seja melhor parar por aqui e ficar imaginando essas crianças, seus pais e o reencontro deles." Muito inovador, não acha?

Na história "O canhão", do nada um casal resolve transar DENTRO de um canhão... E o mais surpreendente é que o mesmo é lançamento dos dois no ar no fim de tudo... Você consegue pensar em coisas mais bizarras do que isso?

Particularmente, conhecia surrealismo apenas quando se tratava de pinturas/arte; mas esse livro, me deixou muito confusa, tensa e em alguns momentos me sentindo meio burra, porque tentava achar QUALQUER sentido, mesmo que parecesse impossível existir algum...

Se você tem vontade de conhecer um mundo surpreendente fora da caixinha, leia esse livro. Se você não tem imaginação suficiente para se aventurar ou não consegue lidar com situações para lá de bizarras e surreais, passe adiante.

E sabe? Kelly Link, ganhou uma viagem ao redor do mundo respondendo a seguinte pergunta: "Por que você quer viajar ao redor do mundo?" "Porque não se pode passar por dentro dele."

Amei a resposta dela. Definitivamente, criatividade é algo que não lhe falta...



Tempo:3 dias
Finalidade:Pensar fora da caixinha
Restrição:Pessoas Convencionais
Princípios ativos:Surrealismo, Contos


Título: O fantástico mundo de Zofia e outras histórias
Autor(a): Kelly Link
Editora: Leya Brasil
Número de Págs.:264 páginas

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Apresentação... Sammy Freitas

Posted by Unknown on 06:00 in ,
Apresentação - Sammy Freitas!


Pois é... uma vergonha! Completo hoje 6 meses de Blog! SEIS MESES! 52 TEXTOS e só agora venho me apresentar. 

Como diria a sábia tia Nanda Cris, "Bad, bad... no donuts for you!" Mas... antes tarde do que nunca não é?


Sammy aos 4 anos, quando começou
a criar suas estórias...
Poderia fazer uma apresentação formal, contando que aprendi a ler com 3 anos e meio, escrevi minhas primeiras histórias (em que geralmente todo mundo morria...) por volta dos 7/8 anos de idade e pulei de série porque achava aquilo tudo muito fácil... Ganhei vários concursos de contos e poesias na escola durante o ginásio e segundo grau e já adulta, fui colunista do Jornal Ponto Final, em Mariana/MG por 4 anos... Trabalhava como freelancer de copydesk para a extinta editora Leitura. Venci dois concursos nacionais de contos e tive os dois publicados numa Antologia...  Escrevi um livro de crônicas, projeto da prefeitura da minha antiga cidade e outro de poesias...  Fui membra honorária da Academia Marianense de Letras e publiquei mais 4 livretos com um ou dois contos cada... Mas nada disso irá preparar vocês para dizer quem EU realmente sou. Quem se esconde por trás daquela moça que faz uma singela tentativa de ser escritora...

Fiquei muito tentada a simplesmente colar minha apresentação do facebook aqui. Primeiro, porque sou um horror com apresentações... Nunca sei o que  dizer direito, o que realmente seria relevante para as pessoas. E aí, acabo  sendo prolixa e falando demais... 


Enfim, toda apresentação envolve no mínimo dizer quem sou eu... Eu sou a Samantha, nome de feiticeira - meu pai era um grande Fã do seriado! Sou meio moleca, divertida, simpática, modesta (cahannnn) e inteligente... Como filha de Athena não poderia menosprezar essa capacidade intelectual não é?

Gosto tanto dos livros e do universo que eles criam, que muitas vezes, eu me refugio neles, em encontros de fãs. E aí, eu deixo de ser a Samantha, analista de estoque, mãe, filha, irmã, para me tornar Corvinal em Hogwarts, tributa do Distrito 3 em Panem, Feiticeira em Idris, participante do exército dos Gentis em Nárnia, da Casa de Stark em Game of Thrones, em RPG, normalmente sou Feiticeira, Bruxa, Maga ... Luto sempre pela estratégia, astúcia e inteligência, nunca pela força bruta.

Quando sou amada, sou mesmo, porque apesar dessa aparência metida a superior querendo saber de tudo e mais um pouco, no fundo, as pessoas que me conhecem sabem o quanto sou fiel, amiga e o quanto me preocupo com o próximo. Não desejo mal a ninguém, primeiro porque é um dos pilares das minhas crenças e segundo porque isso não condiz com meu caráter. 

Como eu disse, eu não sou de briga, nem dada a discussões (exceto quando é uma discussão inteligente! ADORO!!!! Mas sabe... não suporto quando pessoas ignorantes (por falta de conhecimento) insistem em algo que não faz o menor sentido e são tão cabeça-duras que não ouvem sequer os argumentos alheios. Aliás, esqueci de dizer, sou geminiana, logo, eu FALO muito... E meu pâncreas se contorce cada vez que tento falar algo e sou interrompida indefinidamente... Rapaz... isso me deixa louca!

E apesar de normalmente deixar de lado as discussões - porque nem vale a pena discutir, algumas vezes isso é muito mais forte do que eu. Daí... acabo conquistando um inimigo rancoroso de graça. Ainda assim, eu nem guardo mágoa e nem rancor. Perdôo a todos sem distinção, seja qual for o mal que me fez. Preciso de um tempo sozinha (em geral meia hora é suficiente para a raiva passar) e aí, volto tão tão contente, pronta a continuar perturbando e implicando com meus amigos!

Eu já fiquei mais de 50 horas sem dormir, já trabalhei mais de 100h por semana, reparo e falo mal de desconhecidos (mas só entre amigos e normalmente para zoar alguma coisa, nunca para menosprezar ou magoar ninguém), falo palavrão prá caralho (ops). 

Já tive água e luz cortada por falta de pagamento, mas nunca tive a internet cortada (será porquê???) Eu esqueço quem me deve. (ainda bem... senão eu já tinha perdido muitos amigos por conta disso, rsss) Eu tenho memória curta. (Mas normalmente só para o que machuca ou magoa... Coisa de PVC, né, rsss) Já passei fome, sede e frio (não necessariamente nessa ordem e menos ainda tudo junto) Já amei e fui amada. Já fui traída e já traí. 

Ainda acredito no amor incondicional. Não acredito que todo mundo seja totalmente bom e menos ainda totalmente ruim. Odeio com todas as minhas forças qualquer tipo de fanatismo. Odeio gente estúpida e idiota, porém odeio muito mais quem nem tenta progredir e melhorar; Odeio folgados e malandrinhos que adoram tirar vantagem em cima dos outros, principalmente dos amigos (embora eu mesma seja meio folgada às vezes) Odeio a mentira (mas de vez em quando eu minto... quem não mente? O pior é a mentira sem necessidade e que é tão tosca que você percebe no ato...) Odeio a falsidade. 

Apesar de tudo, amo minha família, meu porto seguro (Guilherme, Mãe, Rachel, Sheila, Dindinha e não podia deixar de falar na Katniss, minha gatinha Maine Coon de um ano que conquistou meu coração! Galera, AQUELE ABRAÇO!) Amo os meus amigos ♥ (Nem vou tentar citar todos aqueles que me são tão caros aqui, porque não caberia...) Amo cozinhar e inventar coisas novas e elaboradas na cozinha. Amo ler. Amo escrever (AMO? Existe alguma palavra que seja mais forte que amar algo???) 

Já fui mais responsável, já fui mais estudiosa, já chorei de raiva, já chorei por amor, á chorei de saudades, já chorei de dor, já chorei de rir, aliás, tem algum motivo pelo qual eu não tenha chorado? Eu sou a maior chorona! Choro com comercial, filme, livro... Chorei até quando o Ted urso foi estraçalhado! Já fui assaltada 5 vezes e em só em uma delas lamentei profundamente... 

Já perdi os documentos 2 vezes e nas duas eles me foram devolvidos... Já achei documentos de outras pessoas e fui parar em Caxias e Santa Cruz para devolver. Já perdi dinheiro, já achei dinheiro, já devolvi carteira com dinheiro dentro... Sou muito orgulhosa, adoro ajudar, mas tenho horror a ser ajudada... Sou muito independente, sou teimosa, sou divertida, sou confiável, não sou fútil, menos ainda vaidosa. 

Odeio demagogia e hipocrisia, sou de esquerda, acredito num mundo utópico em que nós mesmos cidadãos comuns poderíamos fazer a nossa parte ao invés de ficar esperando a boa vontade dos governantes. Sou voluntária e tento me engajar em qualquer causa que eu acredite. 

Odeio vulgaridade, às vezes eu consigo ser muito careta por que tenho valores bem enraizados. Não permito que controlem minha vida, mas para não magoar as pessoas, dificilmente eu digo não... 

Eu confio demais e por isso eu me decepciono demais. Eu costumava ser muito romântica, agora sou prática... Já apanhei, já bati (faixa roxa de judô! yeah!), nunca fugi da polícia... Durmo de meias igual burguês. Eu ronco (e daí? estatisticamente, 60 a 70% dos brasileiros roncam, então, faço parte do grupo principal! Eu sou fiel e não costumo sentir muito ciúmes (mas já fui muitoooo ciumenta) Eu ainda não tenho carteira de motorista (mas é algo que preciso corrigir antes de morrer! Detesto verão, amo inverno! 

Acho que ficou meio grande né? Mas essa sou eu...

Eu dou conselhos » Eu recebo conselhos » Eu aprendo » Eu ensino » Eu VIVO.




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O chimarrão nosso de cada dia

Posted by PatyDeuner on 8 de maio de 2013 06:00 in , , , , ,


Apresento-me aqui como gaúcha nata, com todos os trejeitos de um povo bastante singular. Embora viva em terras mineiras a mais de 20 anos e ame de todo coração minha Belo Horizonte, mantenho as tradições do meu povo de forma tão arraigada que não há como fugir do reconhecimento. E bah! Como amo um chimarrão! Todos os dias tiro minha hora para saborear o mate e lembrar as tertúlias do passado.

“Uma chamarra, uma fogueira, uma chinoca, uma chaleira… uma saudade, um mate amargo e a peonada repassando o trago. Noite cheirando a querência nas tertúlias do meu pago". (Tertúlia)
Esse refrão tão conhecido do povo gaúcho define bem a tradição das rodas de chimarrão.

Claro que tomar o chimarrão sozinho não faz parte da tradição, mas ainda não encontrei ninguém por aqui que aprovasse o sabor tão típico da erva. Resolvi então fazer as devidas apresentações dessa bebida. Quem sabe não consigo alguns adeptos?

Existem vários tipos de preparo da erva-mate: a tradicional, a tradicional nativa, a erva-mate pura folha, a moída grossa e ainda há a opção da erva misturada com alguns chás como erva cidreira e erva doce. Mas podemos nos ater apenas na forma tradicional do mate que vem de uma planta do gênero Ilex e que possui mais de 500 espécies (não vem ao caso citar as diversas variações).

Se o gosto amargo e a alta temperatura que o mate é servido não é atrativo pra vocês, vou apontar os diversos benefícios que a erva pode trazer à saúde:

Regula as funções sexuais.

Estimulante da atividade física e mental (tonifica o sistema nervoso).

Facilita a digestão.

Estimula a circulação.

Regula as funções do coração e da respiração.

Diminui o colesterol e triglicerídeos.

Promove a regeneração celular.


Se todos esses benefícios não te estimularam a provar a bebida, vou citar a mais importante de todas as qualidades: o rejuvenescimento da alma!
Em uma roda de chimarrão compartilhamos tanto emoções quanto conhecimentos, seja com amigos, família ou desconhecidos que por ventura se arriscam a participar dessa união reveladora. Um mate não é só uma bebida. Um mate é um elo que une as pessoas por um ideal ou por um simples momento de partilha. E não importa a quantidade de pessoas em uma roda. Bastam duas almas para que uma ligação especial aconteça. É um prazer inigualável!

Vou ensinar então como preparar um bom chimarrão caso alguns gaúchos façam uma visita à sua casa (para um gaúcho é uma gafe terrível receber uma visita e não oferecer um mate!)

Você vai precisar de:

Uma cuia de chimarrão .

Uma bomba de chimarrão.

Um aparador que pode ser uma tampa de plástico lisa (eu uso a própria mão para aparar a erva) .

Uma garrafa térmica com água .

Um copo de água morna.

Erva mate para chimarrão.

Veja como fazer: 



Esquente a água até que a chaleira comece a fazer barulho, pois esse é o ponto onde a água está suficientemente quente, mas ainda não ferveu. A água fervente pode queimar a erva e deixá-la com gosto ruim.

Coloque a erva na cuia cobrindo até o pescoço, ou seja, uns três ou quatro dedos antes da borda. Como existem vários tamanhos de cuia, não há quantidade certa de erva para cada chimarrão.

Agora é necessário tampar a cuia com a tampa plástica ou com a mão (como eu faço) e vire um pouco de lado, agitando no sentido horizontal para que a erva fique em apenas um lado da cuia. Retire o aparador desvirando a cuia cuidadosamente para a erva não sair do lugar e jogue a água morna no espaço que ficou, tomando o cuidado de despejar na parede da cuia oposta ao lado da erva (senão ela desbarranca toda!)

Feito isso, insira a bomba na parte da cuia onde está a água, tampando o bocal dela com o polegar. Depois que ela estiver lá dentro pode retirar o polegar e soltar a bomba.

Seu mate está pronto!


Há tantas coisas para se falar do chimarrão que ficaria entediante descrever em texto. Então eu convido vocês a matear comigo qualquer hora dessas e prosear mais sobre esse assunto.

Gostaria de compartilhar também um texto bastante espirituoso intitulado 
“Os 10 mandamentos do chimarrão” que vou apresentá-lo nessa próxima sexta-feira, já que é um dia especial para o riso e a diversão.

Ficou curioso? Então não deixe de visitar o blog na sexta!


Alguns significados:

*Chinoca: Mulher, prenda.

*Peonada: Trabalhadores rurais montadores de cavalo e bois.
                Peões boiadeiros. 

*Querência: (RS) Lugar onde o gado foi criado ou onde habitualmente pasta.
                       Lugar onde as pessoas nasceram ou vivem.

*Tertúlia: É uma reunião entre parentes e amigos pra ouvir música, 
              compartilhar e colocar a prosa em dia. 
              Numa tertúlia gaúcha não falta o chimarrão.


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Olá Amigos!

Posted by Unknown on 7 de maio de 2013 06:00 in ,

Vim me apresentar (finalmente né?).

Meu nome é Denize Ternoski, também conhecida como Olhos Celestes. Estou no blog desde que ainda namorava com o Baltazar (ex-colaborador), hoje estamos casados e temos uma linda filha de 11 meses, chamada Ana Lucia.

Bem, tenho 21 anos, atualmente não trabalho (quero dizer que não saio de casa e não ganho um salário, mas sou mãe e dona de casa, sendo assim, o trabalho nunca acaba!).
Moro em Curitiba, Paraná.

Escrevo desde pequena. Quando criança gostava de escrever cartas e poemas. Os professores sempre me apoiavam, já meus pais não. Aos 16 anos comecei a escrever meu primeiro livro. Já tenho alguns acabados, mas nenhum ainda publicado. Nosso país infelizmente não da apoio a escritores jovens e pobres!

Escrever para o Retalhos não é um passatempo, tampouco uma obrigação. Somos como uma família, e esse é o espaço que tenho para que meus textos sejam vistos (alem de um incentivo para continuar escrevendo, já que nessa vida de mãe, dona de casa e esposa, é difícil encontrar tempo para pôr minhas idéias no papel).

O que mais posso dizer sobre mim?
Curto Rock. Embora desde que a Aninha nasceu eu só ouça Galinha Pintadinha e afins (coisas de ser mãe).

AMO ler! Ler e escrever são as formas que uso (e recomendo) para fugir do stress do dia a dia, dessa nossa vida monótona, onde coisas não tão boas ou interessantes acontecem com frequência. Leio muitas histórias sobrenaturais, são minhas preferidas, mas também gosto de livros policias ou romances (esses menos).

Uma dica de leitora: Temos encontrado autores nacionais MUITO BONS! Então, se você for do tipo que ainda tem algum preconceito com autores nacionais, pegue algum desses livros para ler:

Ø  Cira e o Velho (Walter Tierno)
Ø  Camundo – O Desenho e a Sombra (Nanuka Andrade)
Ø  Contos de Meigan  - A Fúria dos Cártagos (Roberta Spindler)


Só não coloco o meu nessa lista (A Menina dos Olhos Azuis) porque ainda não foi publicado! (Nem um pouco modesta hehehhehe)

Uma das grandes vantagens de comprar livros nacionais é que você pode comprar varios deles direto com os autores (pela internet), por um preço mais baixo que o das livrarias, ele vem pelo correio, e AUTOGRAFADO PELO AUTOR!
Fica a dica!!

Voltando a falar de mim... hum... Meus textos? Poucos tem finais felizes. Escrevo ficção sobre qualquer assunto que me dêem, mas não gosto de contos de fadas do tipo “...e viveram felizes para sempre.” Vou colocar aqui um exemplo do que são os meus textos:

Esse foi um desafio de imagem


FADA DOS SONHOS

Dinoráh esperou muito por aquele dia, o dia em que sua aluna estaria pronta para a missão. Foram anos e anos de muito treino e muitas dificuldades. Não é fácil treinar uma fada desde bebê a se tornar forte o bastante para uma missão tão importante como aquela. Devia treinar seus pensamentos, emoções, poderes, fraquezas. 
Dois mil longos anos de treino duro, mas Melissa era muito dedicada e parecia ser perfeita para a missão, esteve pronta até antes do tempo. Algo dentro dela a fazia ser mais especial.
            Naquela manhã Melissa se despediu de suas amigas e foi até sua planta favorita, despedir-se dela também. Era uma planta grande e exótica, ela não era só cheia de vida, tinha alma como todas as outras daquele lugar. Mas essa em especial falava.
            - Então você está saindo para sua missão? – disse a planta.
            - Sim. – Melissa respondeu com um sorriso largo.
            - Então sente-se aqui em minha folha, quero te dar um ultimo carinho antes de você partir.
            Melissa sentou-se na sua grande amiga. Com o olhar distante e um sorriso começou a imaginar como seria sua nova vida. Era grande a expectativa, pois fora treinada para aquilo desde muito pequena, e era um cargo muito importante o que iria ocupar.
            Melissa fora designada para ir à Terra, no inicio dos tempos. Ela seria a Fada dos Sonhos dos humanos, e a grande responsável por todas as vitórias daquela raça, todo o desenvolvimento, pois sem sonhos ninguém sai do lugar. E ela, tão sonhadora que era, seria a escolha perfeita.
            Os membros do Conselho Universal das Fadas, não estavam muito contentes em enviar uma fada tão jovem para uma missão dessas, que faria crescer ou destruiria toda uma raça, mas Dinoráh lutou bastante para que sua fadinha fosse aceita logo na missão. Ela sabia que a pequena estava mais do que pronta.
            O orgulho era visível em seu rosto enquanto olhava para Melissa, e dizia as palavras mágicas. A magia começou a acontecer, saindo de sua varinha e caindo suavemente sobre Melissa, que sentiu uma brisa macia e doce tocar-lhe, os olhos brilhavam de tanta expectativa.
            Sonhava muito com o que encontraria na Terra, e como não o faria? Era a Fada dos Sonhos!
            Ao chegar à Terra encontrou homens das cavernas, vivendo do que conseguiam encontrar na natureza. Achou aquilo muito lindo, pois na terra das fadas elas viviam em muita harmonia com a natureza.
Vivendo algum tempo com os humanos começou a assistir seus sonhos, eles queriam mais do que aquilo, começaram com a ideia de plantar o que comiam, criar seus próprios animais. Melissa foi incentivando cada ideia deles, plantando a magia dos sonhos em suas almas.
            Um pouco de progresso não faria mal, Melissa pensou, e foi incentivando. Logo eles pararam de viver em cavernas, começaram a construir algum tipo de habitação, uma sociedade.
Melissa sabia que estava na Terra para fazer os humanos progredirem. Ela não tinha tanto poder, na verdade seu maior poder era colocar esperança nas mentes das pessoas, para que não desistissem de seus ideais.
            O tempo foi passando, e em cada marco da história ela estava lá, a cada ideia que alguém tinha, ela plantava aquela semente de esperança, fazendo aquilo se tornar um sonho. E tudo ia muito bem.
            Mas Melissa viu quando os humanos começaram a sonhar por si só, e seus sonhos eram os piores possíveis. A humanidade começou a decair, uns pelas mãos dos outros.          
Ela estava em uma missão que já havia falhado antes mesmo de começar, pois a maioria dos humanos não precisava de sementinhas de sonhos para construir coisas, principalmente coisas ruins. Quem precisava dela eram os mais fracos e oprimidos.
Mas ela continuou lutando, plantando agora suas sementinhas só na mente daqueles que ela julgava ter bom coração. Sabia que não era isso que sua missão dizia, ela tinha que incentivar TODOS os sonhos humanos, mas ela não voltaria a sua terra se sentindo tão horrível. Ela se sentia um lixo por não conseguir fazer com que os humanos não destruíssem a si mesmos com seus sonhos doentes.
Desanimada e fraca, a Fada dos Sonhos foi denegrindo aos poucos, acabando-se. Ela não pôde mudar os humanos e seu sonhos horríveis, e também não tem conseguido plantar sonhos bons em quase nenhuma mente.
            Sua missão falhou assustadoramente, e aquele sorriso infantil de seu rosto deu lugar à lágrimas de dor. Agora seu único sonho é de que um dia fadas não sejam mais imortais, para que ela possa morrer, já que não há nada mais que ela possa fazer nesse mundo, e não tem coragem para voltar ao seu com tanto fracasso nas costas.

É isso! Um abraço

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Desafio da Imagem: Dia das mães!

Meninas! Vamos botar a cabeça para funcionar e escrever um desafio de dia das mães?

Denize


Marcinha


Nanda


Paty


Sammy

Valendooooooooooooooo!

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O travesti ou A travesti? E o significado da palavra

Posted by Unknown on 6 de maio de 2013 06:00 in , ,


Eis aqui uma bela pegadinha que cai em vestibulares e concursos, e que também por vezes deixa jornalistas e pessoas comuns ressabiadas, sem saber como proceder em certas ocasiões.

Afinal, você diria “O travesti, Cristina Furacão, fotografou seu namorado” Ou “A travesti, Cristina Furacão, fotografou seu namorado”?

Huuum, aí o bicho pega!

E se você for um escritor, que escreve para blogs, colunas sociais, e seus afins? Vai ficar se perguntando como deve escrever para que a pessoa citada não fique constrangida ou até com raiva de você, certo?

E provavelmente vai usar o seu instinto para resolver a questão, e assim cometer um dos mais típicos erros de português!

Se você escreveu A travesti, errou.

Travesti é uma palavra de dois gêneros, portanto se for homem usa-se o/um e se for mulher usa-se a/uma.

Segundo os dicionários, o substantivo de dois gêneros "travesti" tem dois significados:
1- Indivíduo que, geralmente em espetáculos teatrais, se traja com roupas do sexo oposto;
2- Homossexual que se veste e que se conduz como se fosse do sexo oposto.


Nesse caso, embora a pessoa citada vista-se com roupas e acessórios femininos, ela originalmente é um homem, então deve-se usar o gênero masculino O. É isso que manda a gramática, as regras de português dizem que o nome Cristina é falso, portanto trata-se como o original.

Se fosse uma mulher trajada de homem, então usaríamos o gênero feminino.

Simplificando... Veja onde se usa cada gênero:


Quando se usa, então, A travesti:
1 - Quando uma mulher se trajar com roupas de homem em um espetáculo teatral;
2 - Quando uma mulher homossexual, além de se vestir como homem, conduzir-se como tal.

Quando se usa, então, O travesti:
1 - Quando um homem se trajar com roupas de mulher em um espetáculo teatral;
2 - Quando um homem homossexual, além de se vestir como mulher, conduzir-se como tal.


Ficou claro? Se tiverem dúvidas podem postar nos comentários ok? ;)

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Rumppelsthorn Cava-Rocha

Posted by Marcinha on 5 de maio de 2013 06:00 in , ,
 Embora não houvesse maneira alguma de ver o sol nascendo lá fora, o anão sabia, como todos os anões sempre sabem, que já era manhã. Rumppelsthorn, ou Rumppel, como era conhecido nos seus bons tempos, desceu os degraus de sua casa rumo ao trabalho. Havia saído pelo alçapão, habilmente escondido sob o tapete de pele no chão de seu quarto. Após fechar o alçapão atrás de si, apenas seu alforge com ferramentas e o candeeiro que carregava lhe fariam companhia enquanto descia os degraus de pedra da mina subterrânea há tempos escavada.
 O anão olhou a sua volta, e respirou fundo, enchendo os pulmões com o ar frio e úmido das entranhas da terra. O cheiro de terra e rocha molhada sempre o revigorava, o fazia sentir-se como nos tempos em que desfrutava do respeito de muitos de sua raça. Agora estava velho demais, e desacreditado demais; seu tempo havia passado, era o que muitos lhe diziam.
 Por outro lado, as coisas haviam mudado muito desde a Última Batalha; a vitória sobre o inimigo de sua terra havia cobrado seu preço a muitos povos, dentre eles, o seu. Os anões não haviam ficado de todo pobres, mas já não possuiam a riqueza de outros tempos, e isso havia dispersado a sua nação de uma maneira que incomodava o velho anão. Havia anos que muitos anões jovens haviam partido para outras terras, em busca de trabalho. Os jovens demais haviam ficado; mas já não levavam em conta os antigos valores, nem se detinham mais a dar atenção ao que os mais velhos falavam. E assim o prestígio dos mais sábios ficara esquecido e grandes anões, como ele fora um dia, agora figuravam em conversas onde o desdém e a zombaria estavam sempre presentes. E isso entristecia enormemente o velho Rumppel.
 Ele ajeitou o pesado alforge às costas com um solavanco, enquanto descia a escada estreita, ora dobrando à direita, ora à esquerda nos patamares de rocha que separavam os inúmeros túneis. Logo voltava a descer, uma escada após a outra, orientando-se pela frágil luz do candeeiro e pela agudeza de sua memória. Há vários dias fora difícil encontrar o antigo caminho, mas agora estava acostumado a ele mais uma vez. A vontade de encontrá-lo o havia guiado através dos túneis, sem nunca desistir.
 Rumppel chegou ao fundo da trilha, à parte que ele escavara sozinho nos últimos dias. Colocou o alforge no chão e pendurou o candeeiro em um gancho que instalara na parede. A tímida luz iluminou a parede de rocha, que ele analisava demoradamente enquanto retirava as ferramentas. Observou a rocha molhada à sua frente, que ele escavara tão fundo, metros incontáveis abaixo da superfície. Sentia que estava perto. Algo lhe dizia que estava próximo de encontrar o que procurava, embora não soubesse exatamente o que era. Mas, incontestavelmente, buscava algo que lhe devolvesse o prestígio de seus velhos tempos. Queria mostrar a todos os anões que ele ainda era Rumppel, o grande; intrépido e desbravador como nos tempos de sua juventude. Os anões não lhe davam o devido valor, assim como não davam valor à sua própria terra e suas origens, afastando-se de sua nação em busca de fortuna em outros reinos. Rumppel lhes mostraria como os anões de verdade se erguiam, explorando e mineirando a terra sob seus próprios pés, como seus antepassados haviam feito quando todas jóias possuídas já não eram suficientes para satisfazer-lhes a sede de riqueza. Ele reviveria os túneis que sua família escavara, os veios abertos para a prosperidade da terra que fizeram o nome do clã Cava-Rocha na era de ouro dos anões.
 O velho anão enfiou sua barba ruiva, quase toda tomada por fios prateados, no desgastado cinto, preparando-se para o trabalho. Tocou a rocha molhada com seus dedos nodosos, tentando sentir diferenças de temperatura ou vibrações, procurando pistas de em que direção deveria cavar. Foi então que ele sentiu um pulsar. Retirou subtamente a mão, com assombro, e logo recolocou-a na mesma velocidade, temendo perder a sensação que sentira. Mas o pulsar estava lá, nítido, sob a rocha. Rumppel agarrou sua picarenta e começou a cavar com avidez, um golpe após o outro, sem parar um instante até que um objeto se revelou à sua frente. Ele continuaou a escavar seu entorno, usando ferramentas menores, a fim de não danificá-lo. Após algumas horas de trabalho, Rumpell retirou da rocha um objeto antigo e desgastado, que revelava em seu interior o pulsar que ele havia sentido.
 O velho anão examinou o objeto à luz do candeeiro, era um urna de aparência antiga, até mesmo ancestral, diria ele. O recipiente esculpido em pedra escura e muito lisa se assemelhava a um jarro com tampa, ricamente ornado com desenhos e símbolos em baixo-relevo por toda a superfície. De cada lado havia uma alça circular, por onde Rumppel o segurava, e inscrições em um dialeto que o velho anão não conseguia reconhecer. Ele respirou fundo, comtemplando seu achado, que ainda transmitia o mesmo pulsar à sua mão, e  experimentou a tampa; estava trancada. No mesmo instante foi tomado de inquietação, o que ele ainda estava fazendo debaixo da terra? Já havia encontrado algo, provavelmente uma grande descoberta, a julgar pelo aspecto misterioso e o fato de estar trancada. Isso sem contar aquele rufar pulsante que não cessava! O velho anão recolheu as ferramentas ao alforje; logo em seguida, mudando de idéia, despejou-as todas no chão novamente. Então, com todo o cuidado, colocou apenas a urna no interior do alforge; amarrou-lhe a boca e jogou-o as costas com delicadeza. Em seguida recolheu o candeeiro da parede de pedra e partiu, escada acima.
 À medida que subia, Rumppel tentava pensar rapidamente no que deveria fazer. Não podia anunciar sua descoberta abertamente, sem ao menos saber do que se tratava. Precisava encontrar alguém que abrisse a urna, que parecia estar selada magicamente, já que não possuía nenhuma tranca ou fechadura visível. Também deveria de ser alguém de confiança, para não lhe roubar o achado. Além disso seria interessante ter um mago por perto, com poder suficiente para algum imprevisto; pois aquele pulsar constante o estava deixando bastante inquieto.
 O velho anão ruivo subiu todos os degraus sem nenhuma pausa, no mesmo ritmo frenético de seus pensamentos. Entretanto, quando alcançou o alaçapão no chão de seu quarto, Rumppel já sabia exatamente a quem devia procurar.

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