1
O Pequeno Príncipe - Teatro Municipal RJ [críticas] by SammyFreitas
Posted by Unknown
on
11 de janeiro de 2015
13:45
in
asteroide b612,
criticas,
espetáculo,
o pequeno principe,
resenha,
sammyfreitas,
teatro municipal
Nos anos 80, toda Miss naqueles glamourosos concursos, dizia que seu livro favorito era "O pequeno Príncipe". Eu li, é claro. Lia tudo que caía nas minhas mãos. E por muitos anos, clichê ou não, também foi meu livro favorito (junto com "O menino do dedo verde").
Os anos se passaram e já adulta resolvi reler - com um pouco de receio se perderia a magia do que tinha lido e relido tantas vezes dos 6 aos 12. Não conseguia entender como tantos amigos adultos diziam: "DETESTEI." Graças aos céus, meu encantamento não diminuiu. Pelo contrário. Enxerguei coisas que não tive maturidade para entender quando criança.
Por isso, no ano passado, quando um amigo (oi Victor!) me convidou a ajudar no Projeto Asteróide B612 - um projeto social muito bacana, eu fiquei toda empolgada. Infelizmente falta de tempo com trabalho e faculdade me impediram de participar como deveria.
Os anos se passaram e já adulta resolvi reler - com um pouco de receio se perderia a magia do que tinha lido e relido tantas vezes dos 6 aos 12. Não conseguia entender como tantos amigos adultos diziam: "DETESTEI." Graças aos céus, meu encantamento não diminuiu. Pelo contrário. Enxerguei coisas que não tive maturidade para entender quando criança.
Por isso, no ano passado, quando um amigo (
Portanto, sendo uma pessoa que ama as lições que a gente tira do livro, não pude deixar passar em branco quando soube que o espetáculo voltaria ao RJ para apenas 6 apresentações - juntamos uma turma e compramos os ingressos para a Platéia, bem perto do palco, a sexta fileira. Acabamos nos atrasando e chegando 7 minutos após o fechamento das portas. Batemos um papo com os seguranças que nos deixaram entrar no Teatro, mas ficamos no Hall para esperar o intervalo. Havia duas TV's ali para assistirmos o primeiro ato. Rolou certa tristeza. Só que a equipe do Teatro é fantástica. Não iam nos deixar assim. Ponto para organização. Abriram uma frisa vazia para que assistíssemos a primeira parte do espetáculo ali. Vou te falar.... Não quero outra vida, estávamos super bem posicionados e as nossas melhores fotos vieram dali. Depois do intervalo, fomos aos nossos lugares (que também eram bons, diga-se de passagem - mas nada como a frisa... na altura do palco e ninguém na tua frente...)
Tenho algumas considerações a fazer sobre o espetáculo...
O espetáculo todo é super fiel ao livro. A produção é bastante cuidadosa. Ver o asteróide ali ao fundo, já me deu tanta emoção...
Ao fundo do palco, um telão produzia algumas imagens para ilustrar as cenas. Eu não conhecia ainda esse recurso, mas posso dizer que foi bem interessante. Nos momentos em que o nosso Principezinho viajava pelo espaço, as cenas que passava ao fundo eram imagens do Cosmos - não uma imagem sobrepondo outra, mas pequenos vídeos que se repetiam de forma lenta, como se realmente fosse o espaço em movimento. Gostei muito dessa preocupação.
Durante as cenas do deserto, dunas preenchiam as imagens de fundo. E embora, tivéssemos poucos objetos de cena, acho que o telão (que ocupava o fundo todo do palco) ajudou e muito na montagem. É a modernidade sobrepondo os antigos panos de fundo...
Pois bem, o telão aproveitou para ilustrar também algumas cenas... No momento em que o príncipe se aproxima do aviador e pede: "Desenha-me um carneiro"... Adivinha qual imagem aparece no telão? Exato... Você que está acostumado a ver isso no teatro, não ria da minha ingenuidade. Eu simplesmente achei o máximo!
O figurino era um show à parte. Não falo do aviador com seu macacão cáqui ou do Pequeno Príncipe com a roupa que estamos para lá de acostumados a ver... Mas alguns pequenos detalhes nos outros personagens dos 6 planetas em que o Pequeno Príncipe passou, me fizeram sorrir... O que era o rei de pantufas de coelhinho?? A Naja cara... toda maquiada e com um figurino de tirar o fôlego. Infelizmente, eu não consegui tirar boas fotos, porque a iluminação não ajudava. Ora estava claro demais, ora escuro demais. Sem jogos de luzes. Lamento muitoooo que estivesse desse jeito. Assim, os personagens 'brilhavam iluminados' a la vampiros de Crepúsculo, o que dificultava enxergar detalhes nas fantasias. Fotografar então, nem pensar, todo mundo parecia um anjo de luz - totalmente branco, mesmo sem flash envolvido na fotografia...
E para não dizer que não prestei atenção no musical, que tal falar um pouco sobre a atuação? João Velho, deu um show como aviador. Mesmo em alguns momentos, que para mim, ficou claro que não eram as exatas palavras do texto, ele teve muito jogo de cintura e não deixou a peteca cair. Várias vezes, me arrepiei e me emocionei com entonação que ele usava para as frases e palavras. Talvez se baixasse um pouco o volume do microfone, teria ficado melhor, ainda assim, ele foi perfeito na minha opinião.
A rosa, na peça foi encenada de maneira mais doce. Tão doce que você quase gosta dela. Quase. Porque eu li o livro e detestava o fato dela ser tão metida e canastrona. Ali ela quase podia soar gentil e sincera. Só que não. A melhor parte de assistir um espetáculo com amigos, são os comentários que a gente escuta no decorrer da peça...
O aviador diz para o príncipe que os espinhos não servem para nada e que é uma maldade das flores... Rapidamente o principe se agacha no palco e baixa a cabeça. "Xatiaduuu" - foi o que ouvi dos amigos. Não pude deixar de rir... Era exatamente o que tinha pensado... A modernidade dos comentários atuais numa peça atemporal... E quando a rosa fala que não ia fazer algo (não lembro agora...) o comentário da minha amiga foi "Porque não sou obrigada" - nessa hora, precisei realmente colocar a mão na boca para não gargalhar abertamente. Já disse que adoro meus amigos?
A atuação do Antônio Rabello não me convenceu. Acho que ele parecia muito mais velho e pouco ingênuo e inocente para o que esperávamos do principezinho. Ele não foi capaz de me emocionar, uma pena, porque ele tinha todas as falas certas para fazer isso.
Destaque especial para o bêbado. "Bebo porque é líquido, se fosse sólido eu comia..." E depois o rápido diálogo do porquê dele beber - que continua atualíssimo, tirou risadas de todo o público...
"Bebo porque tenho vergonha"
"Vergonha de quê?
"Vergonha de beber"
A passagem rápida por todos os planetas e finalmente, no segundo ato, ele viria à Terra.
Na Terra, toda história que já conhecemos sobre a Naja - atriz lindíssima e com uma caracterização fantástica... Os campos de rosas onde pequenas alunas da escola de dança, bailavam levemente pelo palco. O coral infantil foi um espetáculo à parte. Afinadíssimas e com uma canção que deixou único, todo o momento em que o príncipe descobria que sua rosa também não era única.
A raposa foi a nossa querida Elke Maravilha. Eu realmente a adoro e quando ela entrou no palco foi bastante aplaudida. E mesmo que também tivesse falas perfeitas ela sorria o tempo todo, mesmo nos momentos em que esperávamos um pouco mais de drama - como no momento em que pede para ser cativada.
E todo o espetáculo aconteceu com a Orquestra inteira no palco. Vou contar uma coisa para vocês... Não existe nada mais fantástico, que você assistir um espetáculo com a música acontecendo ali... ao mesmo tempo.... juntando a emoção da música com a atuação e os detalhes cuidadosos da peça.
Amei o espetáculo e mesmo com algumas pequenas falhas de atuação, para mim, foi fantástico. Parabéns a todos e meu Muito Obrigada pela oportunidade de assistir a montagem e ouvir a OSRJ no Teatro que mais amo neste Brasil!
Sinopse
O espetáculo conta a história de um garoto que mora em um pequeno asteroide, onde ele cuida dos seus vulcões e da sua única companheira, a Rosa. O principezinho decide buscar conhecimento pelo universo quando a convivência com a Rosa começa a ficar difícil, por causa das cobranças e egoísmo da sua companheira. Em sua viagem, o príncipe visita vários planetas, conhecendo diversas figuras e de cada um deles ele leva uma lição de vida.
SERVIÇO
O PEQUENO PRÍNCIPE
ORQUESTRA DE SOLISTAS DO RIO DE JANEIRO – OSRJ
De Glauco Fernandes
Baseado na obra de Antoine de Saint-Exupéry
Elenco:
João Velho – Aviador
Antônio Rabello – Pequeno Príncipe
Elke Maravilha – Raposa
Paulo Cesar Pereio – Rei
Luana Mallet – Rosa
Sheila Ley – Serpente
Wagner Brandi – Empresário
Gilson Gomes – Geógrafo
Nilson Nunes – Bêbado e Guarda Ferroviário
Luiz Washington – Vaidoso e Acendedor de Lampiões
Celso André – Vendedor de Pílulas
Duda Formoso – Florzinha do Deserto
Participações: Coral Infantil da UFRJ
Alunas da Escola de Dança, Artes e
Técnicas Theatro Municipal Maria Olenewa
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Direção cênica: Neila Tavares
Adaptação e Direção Geral: Lara Velho
Música original e regência: Glauco Fernandes
Temporada: Dias 07, 08 e 09 de janeiro, às 19h
Dia 10 de janeiro, às 16h e 20h
Dia 11 de janeiro, às 16h Preços:
Frisas e Camarotes – R$ 504,00
Plateia e Balcão Nobre – R$ 84,00
Balcão Superior – R$ 60,00
Galeria – R$ 30,00
Duração: 120 minutos (com intervalo) Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano s/nº
João Velho – Aviador
Antônio Rabello – Pequeno Príncipe
Elke Maravilha – Raposa
Paulo Cesar Pereio – Rei
Luana Mallet – Rosa
Sheila Ley – Serpente
Wagner Brandi – Empresário
Gilson Gomes – Geógrafo
Nilson Nunes – Bêbado e Guarda Ferroviário
Luiz Washington – Vaidoso e Acendedor de Lampiões
Celso André – Vendedor de Pílulas
Duda Formoso – Florzinha do Deserto
Participações: Coral Infantil da UFRJ
Alunas da Escola de Dança, Artes e
Técnicas Theatro Municipal Maria Olenewa
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Direção cênica: Neila Tavares
Adaptação e Direção Geral: Lara Velho
Música original e regência: Glauco Fernandes
Temporada: Dias 07, 08 e 09 de janeiro, às 19h
Dia 10 de janeiro, às 16h e 20h
Dia 11 de janeiro, às 16h Preços:
Frisas e Camarotes – R$ 504,00
Plateia e Balcão Nobre – R$ 84,00
Balcão Superior – R$ 60,00
Galeria – R$ 30,00
Duração: 120 minutos (com intervalo) Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano s/nº
Um comentário:
Sammy, amei o texto, deve ter sido realmente lindo! Eu li o Pequeno Príncipe, e faço parte do grupo que "não achou tanto assim" (porque detestar, acho que não há porquê), talvez pelo fato de falarem muito desse livro, eu ter criado uma expectativa muito exagerada e estar esperando algo diferente, sei lá. Mas talvez a peça me emocionasse, afinal apesar de eu não ter ido muito ao teatro até agora (preciso ver isso aí!), a arte da encenação sempre me emociona!
ResponderExcluirComenta aê!