2
Autores debatem mudanças didáticas para tornar literatura atrativa na escola
Posted by Baltazar Escritor
on
14 de outubro de 2011
06:52
in
Baltazar_Escritor,
interessante,
outros_textos
Discussões são realizadas na manhã desta quarta-feira, no 2º dia da Flica.
“Existe uma outra forma de apresentar uma recomposição do passado. O grande desafio do autor é a narrativa literária. Os historiadores estão amarrados às pesquisas, às fontes. A literatura pauta a perseguição da beleza, da palavra que seduz e conquista. O autor tem a licença de compor de modo a cativar o leitor”, observa.
Para especialistas, professores precisam envolver crianças com narrativa.
O segundo dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica 2011), nesta quarta-feira (12), começou por volta das 10h no Conjunto do Carmo, na Praça da Aclamação. Mediada pelo assessor especial da Secretaria de Educação da Bahia, Nildon Pitombo, a mesa “Paradidáticos e sua Importância para a Educação” levantou debates sobre o conteúdo dos livros usados nas escolas brasileiras e formas de despertar o interesse dos alunos pela literatura.
Participaram da discussão o historiador baiano, diretor geral da Fundação Pedro Calmon (FPC) e membro da Academia de Letras da Bahia, Ubiratan Castro, o escritor, pedagogo e membro da Academia de Letras de Ilhéus, Pawlo Cidade, e o engenheiro, pesquisador e presidente dao Comitê de autores da Câmara Baiana de Livro, Silvino Bastos.
O local da palestra ficou lotado. De acordo com a assessoria do evento, todas as mesas da Flica tiveram as inscrições esgotadas. O auditório tem capacidade para 250 pessoas sentadas. A organização da Flica informou que só vai divulgar o número de pessoas que circularam pela festa após o fim do evento, no domingo (16).
O historiador Ubiratan Castro começou a discussão da mesa falando da importância de retratar a história nos livros didáticos e paradidáticos.“Cultura passa distante dos currículos escolares. Parece que cultura é só o que a lei determina. Não gosto muito da palavra paradidático, prefiro trabalhar com o conceito de literatura científica, que é aquele que apresenta o resultado e o método usado na pesquisa. Só há ciência quando se mostra como foi feito o estudo, como se chegou ao resultado apresentado. Hoje, o trabalho de um historiador é o de um cientista”, diz.
“Existe uma outra forma de apresentar uma recomposição do passado. O grande desafio do autor é a narrativa literária. Os historiadores estão amarrados às pesquisas, às fontes. A literatura pauta a perseguição da beleza, da palavra que seduz e conquista. O autor tem a licença de compor de modo a cativar o leitor”, observa.
Para Castro, uma dos pontos que podem mudar a literatura escolar, na junção dos didáticos com paradidáticos, é a narrativa, a linguagem usada pelos autores. Segundo ele, a narrativa histórica se caracteriza pela fidelidade às fontes.
Para o pesquisador Silvino Bastos, toda criança deve ser motivada a ler. Hoje, segundo ele, os livros competem com atrativos como jogos eletrônicos, as novas tecnologias e a internet. Bastos observa que o paradidático tem uma função importante na educação e que a ponte com o didático pode tornar as assuntos de sala de aula mais interessantes. “A importância é cobrir essa diferença entre dois mundos. É um campo sem fim a ser explorado. Eu posso usar a literatura para passar conhecimento. O livro paradidático entra nesse campo da ciência. Por que não divertir e instruir ao mesmo tempo?”, indaga.
O professor e escritor Pawlo Cidade levantou a discussão de que o professor é agente fundamental nesse processo de mudança, de tornar interessante o material e os métodos usados em sala de aula. Cidade fez uma breve demostração do que pode ser feito durante uma brincadeira com o público presente na Flica na manhã desta quarta-feira. Ele usou o texto de uma fábula para estimular os presentes com respostas dadas através de expressão oral e gestos. Em poucos minutos, o que se viu foi um público interado e envolvido com a brincadeira.
“Talvez não tenhamos paradidáticos daqui a alguns anos. A revolução deve passar pelo professor. É preciso se sensibilizar para depois sensibilizar. É dessa forma que trabalho com os meus alunos. É necessário também que o professor goste do que faz. Do contrário, não vai conseguir 'tocar' o aluno. A escola ainda não conseguiu se transformar em um polo produtor de leitores. Isso é preciso”, analisa.
Dia de palestras
Às 15h, o historiador Ubiratan Castro volta à Flica na mesa “As Primeiras Vilas da Bahia”, onde divide as discussões com o público e o curador do evento, Aurélio Shommer. Também nesta quarta-feira, às 19h, será realizado o debate “Contos: síntese e completude”, com o cientista, romancista e dramaturgo Ronaldo Correia de Brito e o escritor Marcelino Freire. O mediador será Aurélio Shommer.
Na programação musical, a banda Baiana System se apresenta no palco Cachoeira, na orla da cidade, a partir das 22h.
Paralelamente à programação oficial, foi realizada pela manhã a contação de história para o público infantil por Iray Galvão, no Toldo da Palavra. Às 14h, tem a apresentação do Coral do Setre, na Ordem Terceira do Carmo. Às 17h, Ubiratan Castro faz uma contação de histórias no espaço Pouso da Palavra, na Praça da Aclamação de Cachoeira. A partir das 18h, no mesmo local, José Inácio Vieira de Melo autografa a obra 50 Poemas Escolhidos. Às 19h, será realizado um recital de poesia pelo grupo Concriz, também no Pouso da Palavra.
Fonte: G1

2 comentários:
Só eu gostava dos livros de cada bimestre que a escola passava?
ResponderExcluirLi livros muito bons nessa época...
"A marca de uma lágrima", "O Guarani", "Bisa Bia, Bisa Bel", "A droga da obediência"...
Eu sou extremamente à favor do uso de quadrinhos e RPG para auxiliar no aprendizado.
ResponderExcluirComenta aê!