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Desafio de Natal da Nanda

Posted by Nanda Cris on 29 de dezembro de 2011 15:50 in , ,
Paty, como tarefa dada é tarefa cumprida, está aí a resposta ao seu desafio! Espero que goste!

A Imagem:


O texto:

A primeira palavra que Vanessa, minha filha, havia dito não tinha sido mamãe nem papai. Tinha sido cachorro. Sim, cachorro! Uma decepção para a mãe amorosa e para mim mesmo.
Quando andava pela rua, seus olhinhos sempre vagavam pelas calçadas procurando, procurando. Podia ser o mais sarnento e decrépto cão das redondezas, ela sempre corria para acariciá-lo e falar palavras doces. Antonia, minha esposa, estava sempre com um vidrinho de álcool em gel na bolsa para essas ocasiões.
Se íamos visitar amigos que tinham cães, Vanessa nem olhava para as crianças de sua idade, ou os brinquedos caros, ela corria para os peludos e passava a tarde toda atirando bolinhas.
Desde a sua primeira cartinha para o Papai Noel, pedia sempre a mesma coisa. Adivinhem? Acertou quem falou cachorro! Antonia era contra, dizia que cachorro e apartamento não combinavam. E assim, os anos foram passando e a gente nunca dava o tão sonhado presente para nossa menininha.
Eu não tinha nada contra, até gostava de cachorro. Tive 2 quanto era mais novo e gostava muito deles. O primeiro foi o Floquinho, ele parecia ligado na tomada em 220 volts. Nunca se cansava. Brincávamos o dia inteiro no jardim, correndo para lá e para cá e, no final do dia, ele parecia que tinha acabado de acordar. Sempre pronto para mais uma brincadeira.



O segundo foi o Brad, um poodle muito dengoso. Só queria saber de carinho na barriga. Se via alguém da minha família já deitava de barriga para cima. E como gostava de tirar uma fotografia, fazia pose e tudo só vendo...



Essas lembranças me trouxeram um sorriso nos lábios e a certeza de que estava fazendo a coisa certa. Depois de tantos anos, finalmente havíamos conseguido juntar dinheiro para comprar uma casa com um quintal bonito e espaçoso. Aquele enorme gramado parecia implorar por um cachorro. Além disso, toda criança merece ter um animal de estimação para aprender a ter responsabilidade sobre outro ser vivo. Alimentar, cuidar, dar banho, levar para passear... tudo isso ensina maturidade. Sem contar que, vamos combinar, ter cachorro é tudo de bom. Minha infância foi mais feliz graças ao Floquinho e ao Brad.
Tinha pedido para Antonia acordar Vanessa, enquanto mantinha o filhote calmo embaixo da árvore. Ele já havia tirado 3 vezes o laço vermelho que Antonia insistia em colocar nele. "Todo presente tem que ter um bonito laçarote", dizia minha esposa, com convicção. Arrumei uma bolinha e estava distraindo-o, quando escutei Vanessa se aproximando com Antonia, ambas conversando animadamente sobre como o Papai Noel tinha sido generoso esse ano. Sorri. Continuei balançando a mão para lá e para cá com a bolinha, para manter o cachorrinho entretido, mas desviei os olhos para a porta. Queria registrar para sempre esse momento no meu cérebro. E não me arrependi por tê-lo feito. Vanessa entrou na sala e me viu. Já ia abrir um sorriso quando reparou no cachorro. Seus olhinhos brilharam, ela soltou um gritinho de animação. Deu 2 pulinhos onde estava e saiu correndo em disparada em direção ao filhote que tinha esquecido da bolinha e voltava toda a sua atenção para a menininha que corria até ele. O cachorro então soltou um latido tímido e saiu trotando na direção de Vanessa, abanando o rabinho, muito animado.
Quando finalmente se encontraram, minha filha abraçou o filhote com empolgação e gritou:
- Oi Fluk, eu me chamo Vanessa! - me lembro de ter pensado: "Essa menina é danada, já sabia até que nome ia dar pro cachorrinho!"
Eles, então, passaram aquele dia todo correndo para lá e pra cá. Não se desgrudaram um minuto. Tinha sido amor à primeira vista. Aquele foi o primeiro dia de uma amizade que durou todos os anos da vida de Fluk.
Até hoje, já casada e com filhos, Vanessa diz que esse foi o melhor Natal de sua vida.

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5 comentários:

  1. Nanda, você foi rápida hem?
    O texto ficou muito cuti, cuti!
    Uma graça mesmo, adorei.
    bjs.

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  2. muito tempo sem um desafio, o cérebro ja estava em abstinencia, kkkk.

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  3. Ai ai, fiquei com os olhos cheios dágua, afs acho que tô sensivel com esse clima de natal, rss... ficou lindo o texto, Nanda, a idéia foi fantástica! Parabéns! E nossa, que rapidez hein!

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  4. Depois de ver o vídeo de natal da Paty (Uma História de Natal) e chorar de novo lendo este texto, só me resta uma coisa: vou brincar com o Nupo. Daqui a pouco eu volto para continuar lendo os textos e comentando.

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  5. Acordei-o com um bifinho, depois coloquei-o no seu paninho, fechei sua janela e o embalei com carinho ao som de "quem é o meu filhote?".

    Sai da área dele com ele sorrindo e eu com o meu coração mais leve.

    Cachorro é tudo de bom. :)

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