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Batata Quente - Estória 2 - Parte 3
Voou como se mil demônios o estivessem perseguindo. As criaturas mal podiam identificá-lo no ar, apenas viam um vulto branco se aproximar, ficando cada vez mais e mais próximo. Pousou com um estrondo exatamente no meio do primeiro grupo que guardava Suzane. Deviam ser uns 15. O fator surpresa o ajudou, nunca esperariam que ele estaria sozinho e muito menos que seria uma criatura alada.
- Enfim, companheiros chupadores de sangue, é o que tem para hoje. - ele pensou, com amargura.Usou as garras para estripar os 3 primeiros que estavam mais próximos, com uma só sequencia de golpes. Deus, como eram idiotas. Um quarto atacou por trás, alcançando a jugular de Cristopher com as presas. A criatura só esqueceu de um pequeno detalhe: ele era feito de pedra. O monstro ainda tentou se afastar, resmungando de dor, mas ele foi mais rápido e arrancou-lhe a cabeça com um só puxão de sua mão absurdamente forte. Ao presenciar este último embate, as criaturas que ainda restavam daquele primeiro grupo saíram em disparada, cada uma para um lado, percebendo que vencê-lo não seria uma opção.
Ele então encaminhou-se, com uma calma fria, para o segundo grupo composto pelas 3 últimas bestas. Eles pareciam não entender muito bem o que havia se passado. Num momento eram a maioria, estavam em vantagem. No seguinte, o grupo se resumia a eles. Inteligência não era o forte daqueles seres, então teve que demonstrar a cada um sua força e poder, matando todos em sequência. Por fim, recolheu Suzane do chão e a aninhou nos braços como uma pedra preciosa. Tinha que sair dali com ela já. Apesar de ter mais valor viva, aquelas criaturas eram estúpidas demais, orgulhosas demais. Poderiam querer se vingar de Cristopher matando-a, já que nada podiam fazer contra ele.
Alçou voo da praça Parvis rapidamente. Nunca pensariam em procurá-lo no ar. Resolveu levá-la para a sua casa, onde nascera e onde morava desde o século XXII. Era a escolha mais próxima e mais segura. Em questão de segundos, pousava no teto da catedral de Notre Dame. Acomodou-a do melhor modo que pôde, telhas não eram tão boas quanto plumas mas era o que poderia oferecer por hora. Concentrou-se, precisava retornar à sua forma humana. Ela não poderia vê-lo deformado.
Ao finalizar a transformação, encaminhou-se para um canto de telhado onde guardava algumas roupas para emergência. Estava acabando de fechar sua camisa quando percebeu uma movimentação com o canto do olho. Virou-se sobressaltado e lá estava ela, com toda a sua formosura golpeando-o como nenhuma das feras conseguiram há pouco. Ela aproximava-se, cautelosa, os olhos, em confusão.
- Porque estou no telhado da Catedral?
- Eu te trouxe aqui, aimé. - ao ouvir como ele a achamava, ela corou e desviou os olhos.
- Quem é você? Nós nos conhecemos?
- Nos conhecemos, fleur. Você não lembra, mas me conhece sim. Eu sou Cristopher. Não há o que temer. Você foi atacada na praça, acho que desmaiou, eu os afugentei e a trouxe para cá.
- E onde está Romeu?
- As criaturas o mataram. Lamento, mas não cheguei a tempo.
Duas lágrimas verteram pelos olhos de Suzane, mas ela se mantinha forte, tentando se controlar. Fungou de leve.
- E o que faremos agora?
Ele olhou para o horizonte, vendo o sol que começava a despontar.
- Preciso que você se mantenha em segurança dentro da Catedral, onde o solo é sagrado, até amanhã à noite, quando poderemos decidir o que fazer.
- E porque não decidimos agora?
- É melhor você ver, ao invés de eu tentar te explicar. Não há mais porque esconder.
Ele, então, encaminhou-se até a beira do telhado e, ao pular para a beirada, ouviu um pequeno arqueijo atrás de si. O tempo estava acabando, não havia tempo para explicar. Acomodou-se na sua quina favorita no exato momento em que os primeiros raios de sol tocaram sua forma humana. Sentiu a transformação chegando, repuxando pele, deformando seu rosto e imobilizando sua alma. Seu último pensamento conciente antes de cair no sono sem sonhos de todas as manhãs foi:
- Tomara que Suzane esteja aqui quando eu voltar à vida.
* aimé - amada
* fleur - flor
6 comentários:
Adorei Nanda, prendi o folego até o ultimo ponto!
ResponderExcluirE agora, quem vai pegar essa Batata Quente? Estou muito ansiosa pelo desfecho dessa estória!
Nanda, esta história tá ficando muuuuuito legal!!!! Sua ideia da gárgula rendeu bons frutos nas mãos da Nanda Olhos.
ResponderExcluirQuanto ao desenvolvimento do texto, não achei nada para reparar. Você é sempre perfeita Nanda, e como disse a Olhos, também prendi o fôlego até o último ponto.
Como nossos colaboradores andam meio distantes ultimamente, acho que vc pode ficar com essa batata quente Olhos. Depois de vc, eu pego.
Agora, bem que o Kbeça podia fazer uma pontinha também né? Afinal, tá ficando tão bom!
Tuuuuudo bem! ^^ Então a Batata Quente é minha!
ResponderExcluirMeninas, estou um pouquinho (pouquíssimo) enrolada com esse desafio. Não falta vontade pra respondê-lo, mas falta tempo, não quero fazer um tempo ruim por falta de tempo. Muito serviço pra fazer em casa e amanhã vou viajar pela primeira vez com minha filhota, então estou tensa e não conseguirei entregar a continuação no prazo (que seria até segunda, dia 30), então quero saber, Paty, você quer pegar agora e depois eu continuo a sua continuação ou posso pedir mais uma semana de prazo para entregar a proxima parte?
ResponderExcluirops, TEXTO ruim, rsrsrsrsrsr
ResponderExcluirEsperaremos vc Olhos, porque eu tenho que fazer o outro Batata Quente. Leve o tempo que precisar querida, e boa viagem!
ResponderExcluirComenta aê!