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O livro proibido
Posted by Olhos Celestes
on
28 de agosto de 2012
10:51
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Olá amigos, o Balta me propôs um desafio de 5 palavras (já que fico me queixando de não ter nada para escrever), escrevi o texto e pelo que sei ele fará uma continuação para o meu texto, usando as mesmas palavras.
As palavras foram: Épica, acolhedor,
desperdício, efêmera e conscienteEis o meu texto:
O livro proibido
Era
uma tarde fria de começo de outono, Megan estava doente já fazia duas semanas,
vários médicos haviam sido chamados por seus pais, nenhum conseguira
diagnosticar o problema. Ela não levantava mais da cama, não comia ou bebia,
ficava fitando o teto o tempo inteiro, não fechava os olhos para dormir e
também não respondia mais a nenhum estímulo.
Seus
pais afirmam que tudo havia começado depois de um livro que lera, ela estava
bem até o final do livro, sua mãe a viu nas ultimas páginas, alguns minutos
depois voltou ao quarto para chamá-la para almoçar e ela estava deitada, os
olhos fitando o nada, o livro caído no chão. Nada que a mãe fez adiantou de
alguma coisa, deixando-a desesperada.
A mãe,
depois de muito fazer e de tantos médicos chamar, resolveu que a culpa era do
livro. Pegou-o para ler, era sobre uma aventura épica,
mas tratava de assuntos assustadores, Maria achou o livro pesado demais para a
sua filha, falava de demônios e tratava tortura e mortes como se fossem as
melhores coisas do mundo, descrevia horrores. Maria não conseguiu terminar de
ler.
Os
médicos afirmavam que Megan estava o tempo todo consciente,
parecia na verdade estar em transe, mas estava ouvindo e vendo tudo que
acontecia ao seu redor, pois notaram pequenas oscilações em suas pupilas quando
estimulada. Queriam interná-la, disseram que talvez o melhor fosse induzi-la a
um coma de verdade e deixá-la em um hospital até que realmente esboçasse algum
movimento ou emoção. Os pais relutaram em aceitar, acreditavam que a filha
acordaria o quanto antes e queriam que quando ela acordasse estivesse em um
lugar acolhedor, na casa dela, e não em um
hospital, tinham medo que isso causasse outro estado de “transe
traumático”, como um dos médicos
descrevera que ela estava. Resolveram chamar mais um médico para dar sua
opinião. O Dr. Antonio, que é católico fanático, disse-lhes que chamassem um
padre antes de tudo.
— Sei
que pelo senso comum na minha profissão eu não deveria ser religioso,
principalmente ao diagnosticar alguma coisa, mas acreditem, a religião nos
ajuda muito a entender as doenças. Infelizmente o caso de Megan não é algo que
um hospital possa resolver, seria desperdício de
tempo e dinheiro interná-la. O melhor a fazer é chamar um padre de confiança.
—
Padre? Mas o que ela tem Doutor? — Maria chorava sem entender.
—
Apenas façam o que eu peço, um padre saberá o que fazer.
No dia
seguinte um padre compareceu à casa da família, estudou profundamente o estado
de Megan e deu seu parecer:
— Está
possuída, mas parece que não terei o que fazer.
Ao ver
a expressão de pavor e confusão dos pais ele continuou:
— Não
é uma coisa efêmera. Aquele livro que a deixou
assim foi escrito por um seguidor do Anticristo, é uma das várias portas de
entrada do demônio neste mundo. Ele tentou entrar aqui pela Megan, mas ela é
fraca demais e não resistiu, ele teve que voltar mas não quis deixar ela em
paz, quis vingar-se, já presenciei outros casos desse. Ele já levou a alma de
Megan para o Inferno, ela está apenas enxergando tudo que acontece aqui por uma
janela, até que seu corpo padeça e morra. Sei que é extremamente doloroso para
vocês, mas contornar os fatos ou dar uma explicação de forma diferente não
seria o melhor que eu poderia fazer. Eu sinto muito.
Dizendo
isso o padre se retirou, deixando um pai e uma mãe chorando desesperados sobre
o corpo imóvel, mas ainda não morto, de uma jovem que por sua curiosidade
acabou lendo o livro proibido que tiraria sua vida.
3 comentários:
Olhos,
ResponderExcluirvamos aos meus comentários:
"Megan estava doente já faziam duas semanas"
1. “Já FAZ ou FAZEM dois anos que não nos vemos?”
O certo é “já FAZ dois anos que não nos vemos”.
O verbo FAZER, quando se refere a tempo decorrido, é impessoal. Isso significa que não tem sujeito e que deve ser usado sempre no singular: “Já FAZ dez anos que ele morreu”; “FAZIA oito minutos que ele não tocava na bola”; “VAI FAZER quatro anos que o Vasco não vence o Flamengo numa final”.
O mesmo ocorre com o verbo HAVER. Ninguém diria que “hão dois anos que não nos vemos”. Nós não nos vemos “há dois anos”, da mesma forma que não nos vemos “faz dois anos”. Sempre no singular.
de resto, não achei mais nada.
Nossa, que texto TENSO! Eu prefiro finais felizes, mas gostei da idéia do texto. Mandou bem, como sempre, olhos!
fikei justamente com essa duvida quando escrevi. obrigada pelo esclarecimento Nanda
ResponderExcluirBacana a história Olhos. Um tema interessante, com várias portas abertas a criatividade. Talvez seja mesmo um final triste, mas eu consegui imaginar várias continuações que terminariam com o fim do sofrimento dessa família.
ResponderExcluirMuito bom Olhos!
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