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Batata Quente (1) - Parte 6
Não houve nenhum som, o tempo
pareceu parar enquanto Joana vislumbrava aquela luz que quase a cegava
transpassar pelo corpo de Thomas. Já não sabia se a luz vinha do cetro ou dele,
mas emanava de um jeito assustador. Lentamente, como se aquilo tivesse durado
uma eternidade, ela viu Thomas crescer, ele pareceu ficar mais alto, mais forte,
como se estivesse se transformando num monstro pior do que já era, um monstro
muito além do seu potencial de maldade humana.
Thomas levantou o cetro,
apontando-o para o céu, e gargalhou, uma gargalhada sinistra, ecoada,
amedrontadora. Tudo não durou mais de um minuto, mas pelo poder que o cetro tem
a quem o vê, pareceu uma eternidade. Um tremor involuntário tomou conta do
corpo de Joana, agora ela começava a perceber o motivo pelo qual deveria proteger
aquele cetro com sua própria vida, percebeu o poder que ele tinha e como
poderia causar a destruição do mundo inteiro se caísse em mãos erradas.
Thomas olhou para Joana,
percebendo que ela o observava. A luz já havia enfraquecido, mas não o poder
que agora ele detinha, seus olhos estavam furiosos e cheios de maldade, Joana percebeu
traços vermelhos neles. Ele riu mais uma vez, parecia louco, e com um leve
movimento do cetro em direção à ela criou uma rajada de vento extremamente
forte e cortante, que a jogou a três metros de distância, ela bateu de costas
em uma câmara mortuária, perdendo a consciência.
Thomas saiu andando sem olhar
para trás, um meio sorriso alucinado na face, segurando o cetro bem forte, seus
passos pareciam de um rinoceronte, sua mente começava a planejar por onde
começaria a dominar o mundo.
Joana acordou em um quarto de
hospital, ainda amedrontada tentou se levantar e sentiu fisgadas de dor por
todo o corpo, só então percebendo que estava ligada a um aparelho que media
seus batimentos cardíacos e ao soro. Percebendo que ela acordou um enfermeiro
entrou no quarto.
— É bom que não se mexa muito moça,
ou vai piorar. Está sedada mas ainda pode sentir um pouquinho de dor, as
fraturas foram muito sérias.
— Fraturas? – Joana sussurrou,
assustada.
— Pois é, quebrou três costelas e
teve duas fraturas na perna esquerda, precisou de cirurgia e vai passar por mais umas duas pelo menos. Além de ter um dedo da mão quebrado e vários
hematomas. Afinal o que aconteceu com você? O guarda do cemitério que te deixou
aqui não soube explicar o que houve.
— Eu preciso sair daqui. Eu
preciso detê-lo! — Joana começou a tentar se levantar, gritando.
— Moça, não, você não pode... — O
enfermeiro segurou-a na cama Ouvindo a gritaria outra enfermeira entrou
correndo no quarto e aplicou uma injeção para sedá-la totalmente.
“Eu preciso... eu preciso...
jurei proteger aquele cetro com a minha vida, agora ele está nas mãos de
Thomas e a culpa é minha... eu não posso ficar aqui... quem vai detê-lo
agora... quem vai salvar...” Foi só o que Joana conseguiu pensar antes que a
inconsciência chegasse.
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E agora que a Joana está fora da jogada, quem poderá deter Thomas? Deixo essa Batata Quente para quem quiser se aventurar agora.
2 comentários:
Essa estória está tomando caminhos muito inesperados pra mim. Eu gosto disso. Se Joana não pode fazer nada no momento para deter Thomas, quem poderá? Pensei aqui....talvez um novo personagem que sinta os poderes do cetro que foi ativado novamente...ou quem sabe o pai de Joana que na verdade fingiu sua morte para proteger a família...são tantas ideias!
ResponderExcluirO texto ficou ótimo Olhos! Parabéns!
Respondendo a pergunta da Paty:
ResponderExcluir"Eu, o Chapolin Colorado!"
Comenta aê!