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Desafio Realmente Desafiante - O poder do fogo - by Sammy Freitas
Posted by Unknown
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25 de fevereiro de 2013
06:00
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Desafio realmente desafiante da Sammy!
1. Ler um livro que você ganhou, não gostou muito e ficou na prateleira.
O poder do fogo - Kheder Rodrigues
Se tem uma coisa que é legal, é você escrever sobre um livro pouco reconhecido e resenhado. Porque quando você escreve sobre os best-sellers, TODO mundo já escreveu alguma coisa, então você corre o sério risco de parecer repetitiva com suas colocações.
E quem leu minhas resenhas, já percebeu que gosto de ser original. Tanto nos comentários que faço, quanto nas análises. E como ser original se um livro tem 985672132435346467563452323 resenhas?
Bem... A sinopse do livro fala sobre um grande teste que é uma série de provas práticas e teóricas para definir o rumo profissional de um estudante, em um mundo diferente do nosso.
Esse mundo fantástico, criado por Khêder, lembra bastante nossa época medieval, não vejo nenhum problema quanto a isso, nem acho que seja cópia de mundos de outros autores. Mas li no skoob alguém dizendo que ele criou um mundo fantástico totalmente novo. Não. Ele não criou. Criou algumas características. E se estendeu em algumas descrições que saíram completamente do foco do texto.
Claro que o livro deve fornecer explicações sobre o texto, mas parece que simplesmente após escrever o livro todo, como ficaram muitas pontas soltas, ele juntou as explicações e saiu colocando no texto a torto e à direito, e aí a leitura engasga em alguns pontos, não flui.
Ele cria uma estrutura mitológica com 7 deuses e suas características envolvendo os 7 elementos. Seis elementos convencem (Terra, Ar, Fogo, Água, Luz e Trevas), mas Gelo como elemento, não me convenceu, nem mesmo nas explicações. Gelo é um estado da água. E água é um elemento.
Os deuses são citados/chamados/praguejados e em alguns momentos, me deixava perdida, achando que eram personagens novos. Ele não dá tempo para nos acostumarmos. Veja bem, é toda uma mitologia nova! Quando alguém exclama: "Kedar!" eu penso? WTF? E tenho que voltar o livro procurando as explicações sobre aquele deus. Logo adiante, acontece outro problema e alguém diz: "Por Paloma!" E eu penso: "lá vou eu procurar explicações de novo". Enfim... Entendi toda a criação da mitologia, mas ele precisava dar tempo, repetir mais sobre cada deus, antes de ficar alternando sobre eles.
Outro problema que eu encontrei, foi relacionado às características dos personagens. Ele monta um perfil de cada um. Ok. E então, ele cria situações que os personagens não agem condizentes com aquele perfil traçado por ele. Claro que personagens crescem, amadurecem, mas para isso, eles precisam passar por experiências. E ele fala pouquíssimo sobre o período de treinamento, o que nos deixa no escuro para entender a situação que fez com que os jovens possam vir a ter amadurecido.
Gostei dos personagens do livro. Mas puxa, todo mundo tem que ser tão bom? NADA desabonava nenhum deles. Eram todas pessoas maravilhosamente perfeitas, e mesmo com problemas pessoais de insegurança, eram todos bonzinhos e perfeitos demais para ser verdade. Os muitos bandidos (sim, porque não eram vilões...) que apareceram eram sempre ruins. Havia uma divisão clara: Fulano é Bom, Beltrano é Mau. E isso não existe na vida real (nem mesmo nos livros).
Senti a falta de personagens realmente opositores. Normalmente um livro tem um grande personagem opositor (vilão), mas neste livro não acontece só um conflito na história. Acontecem quatro, principalmente para introdução de novos personagens que se tornarão amigos dos protagonistas. Féron, o guerreiro que salva Kiara de três assaltantes, Suzi, a arqueira que ajuda a resgatar Kiara de uma ladra. Eles aparecem prontamente e sem fazer qualquer sentido na história, apenas porque são pessoas "legais" que estavam na hora e no local certo e porque a protagonista poderia precisar de amigos no futuro. Não me convenceu.
A idéia do livro é boa, porém é um texto que poderia ter sido melhor trabalhado e lapidado. Tem problemas de descrição de personagens e locais dificultando nossa visualização no livro. O livro é para ser lido, imaginado. E ele foi só lido, o que reduz bastante o prazer da leitura.
Bem, para resumir, é uma leitura divertida e que eu chamaria de "sessão da tarde". Classificaria o livro como um livro para adolescentes. Faixa etária - no máximo até 14 anos, por se tratar de uma leitura simples e cheia de pequenos problemas de coesão de idéias
O livro tem vários ensinamentos tanto de Elemiah, a elementar mestra de Kiara e Lucius, quanto pensamentos extremamente maduros dos dois, que em tese, tem só 14 anos. Gostei especialmente de uma citação:
"Às vezes, pensamos saber o que queremos... Nutrimos desejos sobre algo que nunca conseguiremos obter. Mesmo assim, sonhamos, porque é isso que nos faz seguir adiante." Kiara Ancessus
Título: O poder do fogo
Autor: Khêder Rodrigues
Editora: Novo Século - Novos Talentos da Literatura Brasileira
Páginas: 236
4 comentários:
Hummm...a sinopse do livro também me faria guardá-lo na estante por um longo período. Adoro temas mitológicos e descrições destinados a leitura de adolescentes, mas, pelo sua resenha, e história deixou a desejar até mesmo para os mais novos leitores.
ResponderExcluirVocê foi perfeita em sua resenha Sammy...como sempre. Deve ser bom mesmo escrever sobre um livro pouco falado e comentado. Ter poucas sugestões a respeito de um livro nos leva a ter uma percepção muito mais própria...individual.
Já eu, sinceramente, não ligo se o livro tem 5498 resenhas. Eu, normalmente, não leio resenhas. Em grande parte delas a galera escreve com spoiler, então eu acabo ficando puta de ler algo que era uma para ser uma surpresa. Quando vou escolher um livro, vejo a sinopse e, se ela me agradar, dou um pulo no Skoob para ver a nota que o livro tem. Depois disso, me decido por adquiri-lo ou não. Sem resenhas!
ResponderExcluirRealmente, gelo como elemento??? Pegou pesado. Ele poderia botar espírito (como no House Of Night) ou colocar coração (como no Capitão Planeta, rsrs, alguém lembra desse desenho???) ou não botar porra nenhuma! Pra que tanto elemento?
Sobre os nomes dos deuses, vc podia ter feito o esquema que eu faço quando leio livros da Agatha Christie. Ela também tem personagens demais, para tempo de menos. Eu sempre leio Agatha com um bloquinho do lado. Aí eu pego e escrevo algo tipo: "Sra Smith - a maníaca por gatos" porque aí, quando ela aparece de novo é só olhar o bloquinho e pimba!
Realmente alterar as características de um personagem, do nada, sem nem um cineminha, é meio chocante. Seria a mesma coisa que a Martha, no meio de um combate, pegar uma flauta e começar a tocar, kkkk. Não rola.
Exato, concordo em gênero, número e grau. Ninguém é 100% bom, nem 100% mal. Ninguém é preto ou branco. Todos nós somos nuances de cinza, que variam com vários aspectos. Até mesmo o tom de cinza muda ao longo de um dia, ou uma hora, no meu caso (bipolar total, kkkk)
"é um texto que poderia ter sido melhor trabalhado e lapidado. Tem problemas de descrição de personagens e locais dificultando nossa visualização no livro." - esse eu acho que é o grande problema dos livros nacionais. Ou a galera não sabe escrever mesmo e pronto (tipo "O diário de um anjo" que eu abandonei por ser mal escrito demais) ou então parece que foi feito na pressa, tipo, tem que terminar, então joga tudo lá e o leitor que se vire pra imaginar o que eu não contei. Acho que vale mais a pena investir numa continuação do que bater tudo no liquidificador, jogar na nossa goela abaixo e depois ficar em casa se lamentando porque o livro não vende.
A capa é realmente linda, a nota no skoob é boa, a sinopse me prendeu. Resumindo: vc me salvou de um desastre literário. Obrigada! :-D
O problema, Nanda, é que com as facilidades que muitas editoras dão do tipo: "Publique seu livro" - pagando taxas, em parte é bom, porque possbilita que grande parte dos autores nacionais consigam publicar.
ResponderExcluirMas é uma faca de dois gumes. Porque aí, a editora publica um livro só pensando comercialmente na grana que vai receber e o livro "passa" sem uma revisão de um copydesk. Existem dois tipos de revisores numa editora. O simples revisor (corrige ortografia, gramática, concordância, blá blá blá) e existe o Copydesk, que é um profissional habilitado e que não só lê o livro e corrige algo que tenha passado pelo revisor. Ele também faz um trabalho de consultoria, corrigindo esse tipo de incoerência, dando idéias e sugestões de melhorias.
Quando o livro é muito bom ou o autor conhecido, ele conta até com um Editor dedicado só para ele.
Por isso eu SEMPRE sugiro o serviço do copydesk. Ele não é seu amigo que leu e vai dizer que adorou cada parte do livro. Ele é um profissional com bagagem para orientar e ajudar o autor. Ninguém deveria ter vergonha de usar esse serviço, porque melhora o livro, ajuda a história a ficar mais condizente com a sua idéia.
Mas publicar um livro nacional é uma carga pesada que fica em cima do autor e muitas vezes ele não tem condições de pagar pelo serviço e aí... O que poderia ser um BOM livro, fica sendo um livro mediano e/ou medíocre.
Muito boa a resenha, Sammy... no todo, pelo que vc esplanou, achei o livro confuso... comecei a ler um livro uma vez que me obrigou a deixar uma folha em branco no meio dele, onde eu ia fazendo anotações de quem era quem... realmente eu acho isso o fim. O autor te de ter a piedade de simplificar sua história, pra que nós, pobres leitores, tenhamos prazer com a leitura...
ResponderExcluirPS: Sim, Nanda... "Vai planeta!!" Eu adorava esse desenho!
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