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Homenagem

Posted by Marcinha on 16 de junho de 2013 06:00 in , , ,
O que nos forma como indivíduos, como criadores? Que influências compõe nossa bagagem cultural e se derramam sobre nossas idéias criativas, sobre nossos textos?
Quem me vê escrever neste blog não suspeita que meu lado "escritora" veio se desenvolver há pouquíssimo tempo. Minha infância e adolescência foram cercadas de heróis que desenhavam... Ziraldo, Maurício de Souza, Renato Silva, também Van Gogh, Da Vinci... e eu desenhava, desenhava... horas a fio, tentando me igualar aos mestres.
Nunca tive paixão pelas letras... De onde vem agora essa vontade de encantar usando as palavras?
Pensei e repensei sobre a origem disto. E nada de achar nem mesmo um só herói literário que se destacasse na minha memória.
Então, num relance recordei, que lá pelos treze anos eu recitava uma poesia inteirinha, e cada palavra dela tinha muito significado para mim. (E a recito de memória até hoje.)

Como dizia o poeta...

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão... nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão

- Vinícius de Moraes -



Assim sendo, considero este um herói litérário da minha adolêscencia até porque, até onde eu me lembro, não houve nada que eu tenha lido até hoje de autoria desde homem que não me tenha feito refletir e suspirar.
Fica aqui minha homenagem a Vinícius, O Poeta.

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5 comentários:

  1. Já eu, sempre fui voltada para as letras, mas não curto muito poesia. Meu negócio são textos inteligentes, irônicos e que não rimem.
    Amo Veríssimo, Arnal Jabor...

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  2. Também adoro Vinícius de Morais Marcinha. Ele é profundo sem ser pedante, e tudo que escreve será sempre atual e para qualquer idade. As vezes me pego pensando da onde tirei essa voracidade de escrever que só veio surgir há pouco tempo pra mim também, e não acho resposta. Não tenho um autor que realmente me identifique ou nada parecido. Acho que cheguei em um tempo da minha vida que sonhar e fantasiar se tornou muito importante, e a maneira mais formosa de expressar nossas fantasias é com palavras. Eu não sei porque acho que isso deve acontecer com você também...essa necessidade de expressar suas fantasias...estou certa?

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  3. Sim, Nanda, vc sempre teve afinidade com as letras, tanto para lê-las quanto para escrevê-las.... a literatura sempre te seduziu! E meus parabéns por isso!
    Muito engraçado um episódio de que me lembro, quando vc chegou lá com seus 15 aninhos no 1º ano do ensino médio e a professora de português perguntou na primeira aula "quem leu algum livro nas férias?" Foi a Nandinha e pá! mandou-lhe um Sidney Sheldon na lata, a probre professora teve de catar seu queixo no chão, hahahahaha...
    Agora, hmmm, Paty, vc deu o que pensar... e adorei essa expressão que vc usou "a maneira mais formosa". Pode ser sim. Já trabalhei muitas coisas em meus textos, frustrações, dúvidas, raiva, perdão, desejo, aceitação... e fantasias, claro.
    Estou pensando em outra série, Paty, para postas aqui no blog, e de certa forma a idéia desta segunda série vem do seu entusiasmo. Estou amadurecendo a idéia. ;)

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  4. Huuum, legal!
    Eu tive um pouco de afinidade para o desenho sim, mas foi quando ainda criança, desenhava muito melhor que as outras. E era dada para as artes, até o ensino médio. Tentei até trabalhar com artesanato, eu era mesmo boa nessas coisas, mas depois veio as letras... Ah, sempre gostei de ler, mas meus pais nunca me incentivaram, aí veio um período meio difícil na minha vida, quando eu comecei a me perguntar o que eu realmente queria fazer no futuro, e junto veio minha primeira perda (a morte de meu avô que eu tanto amava) e uma professora me resgatou nessa angustia e me emprestou alguns livros, fez o meu gosto pela leitura virar vício, e me afoguei no mar de histórias. Só que, eu sempre tive uma imaginação GIGANTE! minha mente não pára nunca de trabalhar, e ela e uma amiga também me incentivaram a escrever um livro, e quando comecei nunca mais parei. Deixei de lado os desenhos, o artesanato, pra escrever, e escrevi muito em pouco tempo. Pena que agora o tempo é que seja tão pouco para eu escrever ;(

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  5. Ahhhh Marcinha... Vinícius, o poetinha... Grande inspirador...
    As palavras dele tem alma...

    E nesta foto ele está tão parecido fisicamente com meu pai, o maior inspirador das minhas leituras...

    Se o seu herói literário foi Vinicius, eu posso dizer que o meu, sempre foi meu pai.

    Aprendi tanto com ele, mesmo que tenha sido por pouco tempo. Ele me incentivava - tanto a ler (eu amava vê-lo sentado na cadeira de balanço, com o cachimbo na boca e lendo um livro. Quantas vezes sentei naquele colo cheirando a chocolate (ele fumava um tabaco com cheiro de chocolate para não irritar meu nariz!) enquanto ele lia e contava histórias?

    Até que ele me apresentou oficialmente às letras. Ele também escrevia... Tenho poemas lindos escritos por ele...

    Ele me desafiava com fotos e quadros a escrever uma história para aquelas imagens...

    Meu pai. Meu incentivador. Meu herói.

    Obrigada por homenagear Vinícius, porque me trouxe lindas recordações ;-)

    "O poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente"

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