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[RESENHA] Entrevista com Vampiro - Anne Rice by Sammy Freitas

Posted by Unknown on 24 de agosto de 2014 09:00 in , , , , , , , ,


E aí PessoALL???  Meu desafio de 20 livros em 31 dias está terminando! Já se passaram 24 e eu já atingi a meta inicial! Foram 28 livros lidos, minha gente! Estou me sentindo uma máquina de leitura!

Alguns livros são tão marcantes, que merecem uma resenha. Não sei se estarei à altura de falar sobre uma obra da Anne Rice (minha primeira leitura dela, diga-se de passagem, mas vou tentar...

Sinopse: Uma história que começa com a ousadia de um jovem repórter ao entrevistar Louis de Pointe du Lac, nascido em 1766 e transformado em vampiro pelo próprio Lestat, figura apaixonante que terminará, ao longo da série, arrebatando multidões como cantor de rock.´— Quer dizer que ele sugou o seu sangue? – perguntou o rapaz. — Sim o vampiro sorriu. É assim que se faz.´ Louis, esse vampiro que se recusa a livrar-se das características humanas e aceitar a crueldade e a frieza que marcam os vampiros, continua a contar a história desde o início: ´— Escute, mantenha os olhos abertos – murmurou Lestat, com os lábios encostados em meu pescoço. — Lembro-me que o movimento de seus lábios arrepiou todos os cabelos de meu corpo, enviando uma corrente de sensações através de meu corpo que não me pareceu muito diferente do prazer da paixão...´ É um mundo de uma fantasia impressionante, um mundo gótico, romântico, esse criado por Anne Rice e traduzido por Clarice Lispector. O texto da autora americana não poderia ter melhor intérprete, talvez mesmo cúmplice.

Well, acho que é quase impossível você nunca ter ouvido falar do livro, da autora ou do filme (uma combinação de Brad Pitty + Tom Cruise + Antonio Banderas é quase impossível de ignorar!) 

E embora eu nunca tenha assistido ao filme, (segundo minhas irmãs, é pura heresia! A mais nova assistiu umas 555 vezes e sabe de cor a maioria das falas e a mais velha alega ter sido uma excelente adaptação além de um filme primorosamente bem feito), eu sempre tive curiosidade tanto sobre o filme quanto pelo livro e autora. A oportunidade de ler surgiu quando uma amiga (oi, Bluna!) pediu o livro emprestado. Como não gosto muito de emprestar o livro sem ler, fui lendo no ônibus...

Agora vamos às impressões: 

Quando iniciei a leitura, confesso que fiquei um tanto quanto entediada com a história, mas acredito que isso era mais um problema meu do que do livro, porque depois de um certo ponto, finalmente a história me fisgou. 

Louis era um vampiro certinho, mas ele era tão cheio de mimimi que eu o detestei! Como assim, cara? Tudo bem querer ser bonzinho, mas não chato e chorão! 

Enfim... o livro começa com Louis contando a história de sua longa vida imortal para um jovem repórter que ele estava espreitando, mas resolve “aproveitá-lo” para contar a sua história, daí o título Entrevista com o Vampiro. A história é narrada por Louis, ao contar os acontecimentos de sua vida ao repórter, alternando momentos de diálogo com o mesmo. Quando ele contava a história em si, eu ficava presa, nem piscava e passava uma página após a outra - mesmo quando me irritava profundamente com a maneira idiota que ele agia. Só que em algumas horas, ele perdia o fio da meada, pois parava para responder às perguntas ao repórter e se tornou na verdade uma longa conversa, às vezes não ficava muito claro quem falava, se Louis ou o repórter, ou mesmo se era alguma fala da história de Louis, nessas horas frustantes eu voltava uma ou duas páginas para tentar me situar novamente na história. Talvez se eu estivesse lendo sossegada num canto, não teria passado por isso, mas estava num ônibus saltitante e perdia o foco várias vezes nas curvas e freadas.

Louis era o filho mais velho de uma família e por isso assumiu os negócios da família. Um dia, seu irmão morre e ele se culpa por palavras ruins que falou para o irmão e podem ter sido o fato que desencadeou a morte dele. Daí ele começa a se colocar em perigo em busca da morte por causa da culpa que sentia. Como aquela frase diz: "Quem procura, acha" e é assim que a “morte” o encontra, na face de um vampiro sádico e cruel, Lestat. Louis acaba se entregando enfeitiçado pelo seu poder e beleza e cedendo à sua vontade. Passado os momentos iniciais, Louis começa a descobrir a verdadeira face de Lestat, ao mesmo tempo em que se desencanta progressivamente com sua vida vampiresca.

E aí, a equação que não fecha, é que Louis se recusa a perder a sua humanidade, ou pelo menos a humanidade que ainda lhe resta. Quase como se ele esperasse não perder sua alma, mantê-la intacta dentro de si. Ele mantém uma alma humana num corpo de vampiro. Fica desesperado cada vez que seu amor pelos humanos é sobrepujado pela necessidade de ter que matá-los para sobreviver.

Anne Rice capricha nos detalhes e desnuda todas as camadas da alma de Louis. Enxergamos nele todo desespero de ter se tornado um vampiro, ou melhor, um monstro... Louis é um personagem intenso e que busca respostas naquilo que o atormenta todos os dias. Seriam os vampiros obra do demônio ou de deus? Deus e o diabo existem? As mortes que causa  são grandes tormentos para sua mente questionadora e inquieta. 

Louis despreza Lestat. Despreza a crueldade, a futilidade e principalmente a falta de cultura dele. A relação deles se desgasta cada vez até que um dia, Louis encontrou Claudia em um quarto, abraçada ao cadáver da mãe e não resistiu e a mordeu. Quis então deixar de viver com Lestat, acreditando tê-la matado.E então, Lestat acorda a menina e transforma em vampiro como um presente para Louis.

Claudia chega a eles como uma forma de manter Louis junto a Lestat, criando um ambiente “familiar” ou uma responsabilidade quase humana para Louis, por ter de cuidar e acompanhar a criança imortal. O problema é que ela começa a história com 5 anos, mas sua mente se desenvolve enquanto seu corpo não, permanecendo eternamente com a aparência de uma criança. E como sua mente se desenvolve, ela se torna uma adulta manipuladora e fria, principalmente fazendo com que Louis faça todas as suas vontades já que ele se sente culpado pela transformação dela.

A história se desenvolve por com a relação dos três, cada qual lidando com seus demônios pessoais. Mais tarde surge o vampiro Armand, mas não falarei sobre ele, senão darei um puta spoiler da história... Ele surge num contexto já bastante avançado da história, mesmo assim, ele se torna uma personagem muito importante no livro.

E para finalizar, depois de passar por Paris, finalmente Louis volta sua cidade e fica bem evidente a constante busca pelas origens dos vampiros, do conhecimento de si, de sua natureza e suas reflexões morais.

É um livro muito denso e com várias frases que me marcaram muito. De todas, as duas melhores são relativas à maldade em si: 

“O mal é sempre possível. E a bondade é eternamente difícil.” e “O mal é um ponto de vista.” 

É um livro denso, se você passar pelo mimimi do Louis e todas as reflexões, você começa a achar o livro fantástico e com uma visão totalmente diferente dos vampiros. Finalmente conseguimos ter um vislumbre da mente deles.





Tempo: 1,5 horas
 Finalidade: Vampiros de verdade!
Restrição: Pessoas que não gostam de terror/vampiros.
Princípios ativos: Terror Sobrenatural

Autor: Anne Rice (tradutora: Clarice Lispector)
Editora: Rocco
ISBN: 9788532501028
Páginas: 334


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4 comentários:

  1. Ahhhh eu simplesmente amooo Entrevista com o Vampiro ! Não sabia q a tradução era da Clarice Lispector ! Q maravilha !

    Não li o livro mas morro de vontade... tenho o filme gravado (em VHS hahaa) e já assisti umas 555 vezes, assim como sua irmã :)

    Sou apaixonada por Lestat. Louis realmente é meio cansativo... mas igualmente fascinante.

    Ainda vou ter esse livro pra mim :) Adorei tua resenha amôura !

    Bjs !

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  2. Anne Rice definitivamente é a melhor pessoa para vc ler sobre vampiros. Os personagens dela são bem realistas e cheios de nuances, é muito interessante.
    O modo como Claudia se desenvolve mantendo o corpo de criança é uma coisa que me marcou muito quando li esse livro, fiquei me imaginando no lugar dela... é muito triste.
    O Louis na época que eu li nem me encheu muito o saco não, meu problema foram os detalhes todos do livro, tipo a cor da grama. Who cares?! Engata a quinta aí minha filha e mete bronca na história! Odeio descrições detalhistas de cenário, sou geminiana e imediatista. Acho que por isso nunca li Tolken.
    Enfim, divaguei mas é isso aí. Ótima resenha Sammy Maria!

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  3. Sammy, querida, tenho acompanhado sua batalha literária. Nossa, que recordeeee! Nem em sonho eu atingiria uma meta audaciosa assim.
    Tenho medo de vampiros, desde sempre. Ainda assim, prefiro esses da autora: verdadeiros sangessugas, originais e sedutores. Nunca simpatizei com os novos românticos vampirinhos.
    Vi este filme e é de arrepiar. Mas eu daria meu pescocinho pro Brad Pitt morder, rsrs.
    Adorei sua resenha rica em detalhes e impressões.
    Beijooooo!

    Minhas novas resenhas, adorarei saber sua opinião:
    A verdade sobre nós: Ler para Divertir
    A cor do leite: As Meninas que Leem Livros

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  4. Você escreve pra caramba além de ler pra caramba também. Faz tempo que não estou conseguindo ler como antes por causa de um probleminha na vista, mas fiquei até com vontade de ler esse livro.

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