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Kandinsky - Tudo começa num ponto - CCBB [exposições] SammyFreitas

Posted by Unknown on 23 de fevereiro de 2015 06:00 in , , , , , , ,

Kandinsky: Tudo começa num ponto

Em dezembro eu soube que Kandinsky vinha ao RJ. E já fiquei ansiosa. Te explico o porquê dessa comoção toda... Há cerca de 20 anos, comecei a me interessar por arte. Conheci alguns impressionistas, depois o cubismo de Van Gogh. Mas a minha grande paixão só despertou com os abstratos de Kandinsky e o dadaísmo de Miró. E eles se tornaram tão amados, que pedi uma reprodução de presente de casamento.

Estou muito longe de ser uma conhecedora de arte, mas Kandinsky, em minha opinião é um artista mais do que completo porque ele transita facilmente por vários tipos de arte. Ele aprendeu música bem jovem e isso o tornou sensível o suficiente para ser capaz de usar a harmonia em seus quadros. Ele foi poeta e também dirigiu alguns filmes mudos abstratos. Tudo isso me tornou uma grande fã dele. 

Fui à Exposição no CCBB no dia 20/02/15 e foi uma experiência fantástica. Pude conhecer toda evolução da carreira dele - desde quando começou usando de técnicas impressionistas, para depois criar seu próprio estilo e se tornar o precursor da pintura abstrata. 

Por ser um artista independente, ele foi extremamente influenciado pelo folclore e os contos de fadas de histórias que sua família contava quando era criança. Todas as histórias surreais influenciaram seu estilo, tudo aquilo que não tinha uma explicação lógica, o fascinava. 

Nesses quadros, conseguimos ver também a influência religiosa. São Jorge, e o dragão, suas primeiras representações por Kandinsky até que ele quebra os paradigmas ao criar um São Jorge abstrato. 

"O artista é a mão que, ao tocar nesta ou naquela tecla, 
obtêm da alma a vibração justa." 


arte de Kandinsky consegue chamar atenção porque existe um pouco da história dele em cada traço. Todos os caminhos e histórias que viveu e conheceu, passam a fazer parte de suas obras; assim, sentimos que a arte é uma porta de entrada para a alma de Kandinsky.  

“Eu vi todas as minhas cores em espírito, diante dos meus olhos. 
Selvagens, linhas quase loucas foram esboçados na minha frente”. 



A Exposição é muito completa. Sejam ao caminharmos pelas salas conhecendo sua história e percebendo sua evolução em cada quadro, em cada objeto, em cada xilografia ou pintura em vidro... Seja sentando na sala do cofre e assistindo aos filmes mudos e abstratos, dirigidos por ele, ou mesmo o ápice. A verdadeira experiência sensorial na Sala Imersiva. Na verdade, se pensar bem, não é bemmm uma sala. O átrio central do CCBB possui um circulo de cortinas brancas. E pessoas caminham com óculos no rosto. 

"O abstrato é um espelho do artista e um espelho do espectador. 
A identificação é instantânea."

Claro que quis participar da experiência, sem me importar com a fila. Observei que o teto da rotunda estava coberto com uma lona, tornando aquele ambiente outrora tão claro com um pouco mais de penumbra. 

E então um rapaz dá as instruções tão rapidamente... Coloque os óculos, olhe para cima até ver um círculo amarelo, ponha os fones no ouvido e aproveite a aventura. E que aventura! 

“As cores são a chave, os olhos o machado, a alma é o piano com as cordas”.

Não consigo explicar a sensação e a emoção que senti. Racionalmente falando, ouvíamos um quarteto de cordas e conforme virávamos nosso corpo e o rosto, a imagem se movia no óculos. Emocionalmente falando, você esquece o mundo a sua volta e faz um giro de 360º pela imagem. A única coisa que tenho a reclamar foi o fato de ter uma certa dificuldade para enxergar sem óculos, daí o meu olho direito enxergava tudo meio embaçado. (e mesmo assim, me proporcionou uma experiência única!)

Um artista tende a juntar dois mundos já que pintar é detonar um choque de mundos diferentes. Talvez isso tenha um pouco a ver com a junção do mundo real com o mundo imaginário. Kandinsky foi o grande responsável por trazer tantas ideias em forma de cor tornando-se a ponte entre o nosso mundo e o imaginado.

Recomendo que você morador do RJ vá ao CCBB e veja a exposição. Sinta as emoções, perceba que a linguagem musical não é casual, mas sim intencional nas obras de Kandinsky. Ele relacionou o ato de pintar com o de criar música. Era capaz de perceber em cada nota uma cor e poderia transformar partituras em quadros.


Não deixe de parar diante das obras, 
Contemplá-la por alguns minutos e em seguida, fechar os olhos. 


Ouça a música que existem em cada quadro em cada cor... 
em cada forma geométrica, em cada situação harmônica. 


Sinta o quadro. 

Aproveite a experiência.





Exposições no Rio de Janeiro:
CCBB Rio de Janeiro: Tudo começa num ponto - 28/01/2015 a 30/03/2015

A visitação no CCBB do Rio ocorrerá de quarta-feira a segunda, das 9h às 21h, com entrada grátis.



Próximas Exposições:
* CCBB de Belo Horizonte: 15/04/2015 a 22/06/2015
* São Paulo:  19/07/2015 a 28/09/2015 (ainda não sabemos onde será a exposição por lá)






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Um comentário:

  1. Uau, Sammy, que experiência!
    Adoro exposições, adoro museus e galerias, apesar de não entender nadica de nada de arte... a arte que eu vejo é sensorial, se me tocar eu paro e fico minutos perdidos ali, diante da obra. Acho que Kandinsky consegue isso muito bem, a interpretação é livre e as cores intensas dele me atraem demais!
    Sua alma é extremamente sensível. Isso é lindo, é único!
    Valeu pelas dicas e curiosidades sobre a arte dele!
    Quem dera a exposição chegasse por aqui tb...
    Beijo!
    As Meninas que Leem Livros

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