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Meu desafio! (Sou péssima dando títulos)

Posted by Nanda Cris on 25 de setembro de 2011 19:02 in ,
Marcinha me desafiou com a seguinte imagem:



Lá vai então!

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O ano? 5948.
O mês? Maio.
O dia? Do aniversário de Noth.
O pior aniversário de toda sua vida.
Todos do reino estavam vindo para o castelo. A movimentação na cozinha era intensa. Nada podia sair errado. Era o dia da apresentação da princesa para a sociedade. Mais precisamente para seu futuro marido. Após tantos anos de convivência, ela finalmente o trataria como ele merecia ser tratado. Esta era a recomendação da rainha, e Lucy nunca desafiava sua mãe.
Mas também, no que Noth estava pensando quando começou a ter devaneios românticos com a princesa do Reino de Stormwind? Filha única de um casal já bem idoso, ela era a esperança de continuação da dinastia e do fim da guerra com o reino de Azeroth. Mas ele não se importava com isso. Sabia que ela se sentia obrigada a acatar o pedido dos pais, mas também sabia que ela o amava. Mas como a princesa iria trocar tudo o que conhecia até agora, o luxo, os pais, a responsabilidade de um dia ser rainha por um simples ajudante de cozinha? Não, ela nunca o faria e ele precisava entender que ela não amava o principe Thrall, mas que se casaria por seu reino.



Lucy estava cercada de mulheres, cada uma responsável por uma parte de seu corpo. Todas estavam histéricas, porque segundo sua mãe, ela tinha que ficar impecável para conhecer o principe Thrall. Mas ela não conseguia se concentrar no que estava acontecendo à sua volta. E nem precisava, as mulheres estavam tão empenhadas nas suas tarefas que estavam dispensando uma pirralha de 15 anos dando recomendações. Assim ela podia pensar. Sua mente sempre se voltava para Noth, seu melhor amigo. Ela não se importava que ele fosse um simples serviçal, ela gostava dele com cada fibra do seu ser. Sabia que era recíproco. Ele a olhava com ternura, tocava-a quando não havia necessidade, mas mesmo assim, nunca demonstrou em palavras o que sentia. Não podia continuar com esses devaneios. Ela devia parar de sonhar acordada com ele e se concentrar em Thrall, seu futuro. A garantia de paz entre os reinos. A felicidade de seus pais. Sim, era melhor que fosse assim.



A cerimônia já ia começar. Todos do reino já se encontravam sentados no salão principal do castelo, esperando a grande cerimônia se iniciar. Noth sentia a bandeja de costelas de porco feitas na cerveja tremendo em sua mão. Precisava ficar calmo. O destino de Lucy já estava traçado assim que ela havia sido concebida. Como lutar contra isso?



Lucy vasculhava o salão procurando por Noth. Ela ainda tinha uma esperança louca de que ele a pegasse pela mão e a arrastasse para fora enquanto gritava que eles iam fugir dali. Meneou a cabeça. Melhor se concentrar na realidade. Pela algazarra que começava a ouvir, o príncipe Thrall não tardaria em surgir.



Noth observou Thrall. Alto e imponente, trajava uma roupa para cerimônias tão cheia de medalhas que era impossível contar. Como pensar que a princesa não iria sucumbir aos seus encantos? Ele era bonito, condecorado e proveninente de uma boa linhagem. O genro dos sonhos de qualquer rei. Os pais da princesa sorriam felizes. Já ela parecia nem o notar. Vasculhava o salão. O que ela estaria procurando?



Lucy não podia mais ignorar Thrall, então focou seus olhos nele. Noth não estava ali. Onde ele estaria? Mas aquele momento não era o melhor para pensar em Noth. Tinha que focar em Thrall e era o que estava fazendo. Ele reverenciou seus pais e se aproximou. Sua expressão parecia esculpida em pedra. Seus olhos nada demonstravam. Esperou. E o que recebeu de Thrall a deixou sem palavras. Um tapa. cambaleou ante a violência e quase caiu, mas foi amparada por uma das damas da rainha. Olhou para seus pais que pareciam chocados. Olhou para Thrall sem entender. Sua bochecha latejava. Seus olhos refletiam uma pergunta muda que lhe ia na alma: "Porque?". Ele aproximou-se dela e ela apenas se encolheu, esperando o pior. Ouviu sua boca sussurar perto do seu ouvido para ninguém mais ouvir: "Isto é por não estar olhando para mim quando deveria. Você é minha futura mulher, e me deve respeito". Ela sentiu o coração palpitar. Será que ele saberia sobre Noth? Baixou o olhar e tentou balbuciar algum pedido de desculpas, mas sua boca estava muito inchada para tanto.



Noth não podia acreditar no que via. Aquele canalha batera em Lucy e todos agiam como se fosse a coisa mais normal do mundo. Não podia permitir aquilo. Sentia o sangue fluir com mais intensidade pelo seu corpo. Largou a bandeja encima da mesa mais próxima e aproximou-se de um dos guardas reais que olhava fixamente para o seu comandante, esperando uma ordem. Aproveitou-se deste momento para roubar-lhe a espada da bainha e sair correndo em direção a Lucy e Thrall. Conforme ia correndo, todos do salão abriam espaço para que ele passasse, como se esperassem por uma revanche. Correu tão rápido que ao se aproximar de Thrall, ele ainda sussurava algo no ouvido de Lucy. Cutucou-o com a espada enquanto gritava: "Ninguém trata a Princesa Lucinda assim, principalmente dentro de seu próprio reino", e pôs-se em posição de ataque.



Lucy mal podia acreditar no que Noth estava fazendo. Seu coração se agitava de alegria por vê-lo ali defendendo sua honra e de medo, porque temia por sua vida. Por mais que seu casamento iminente findasse todas as chances de se enamorar por ele, ainda gostaria de manter sua amizade e seus conselhos preciosos. O que seria da sua vida sem a felicidade que Noth trazia a ela? Lucy estava sentindo falta de ar. Noth não era um guerreiro, não devia estar fazendo aquilo, nem mesmo por ela. Sentiu a mão de Thrall empurrando-a para o canto do salão. Rezou.



Noth estava decidido. Tinha recebido treinamento como todos do reino de Stormwind para o caso de uma possível invasão. Não temia todas aquelas medalhas que refletiam as luzes do salão. Ele era honrado e estava lutando por um motivo justo. Seu Deus estaria com ele. Viu Thrall puxar sua espada com maestria. Esperou o primeiro golpe e este não tardou. Lutou com todas as forças que possuía. Mostrou uma destreza que não sabia que tinha. Já estava quase achando que não sairia vitorioso da empreitada quando Thrall focou em algo que ocorria às suas costas. Aproveitou este momento de distração e fincou-lhe a espada no coração. O príncipe caiu e o caos se instalou. Olhando para trás percebeu que o que havia chamado a atenção de seu oponente eram seus próprios homens que vinham sorrateiramente para matá-lo pelas costas. Noth recuou. Eram muitos homens contra ele. Mas os guardas de Stormwind já estavam vindo ao seu socorro contra a comitiva de Azeroth. A peleja começou e Noth não perdeu tempo. Tomou a mão de Lucy e correu em direção ao Rei e à Rainha. Puxou os três pela saída secreta que existia atrás do trono e da qual poucos tinham conhecimento. Na escuridão do túnel correu com os três em seu encalço até adentrarem os aposentos reais. Todos respiravam com dificuldade. Noth sentia que precisava se explicar o quanto antes e começou sem demora a falar.
- Perdão pela minha decisão precipitada no salão, mas eu não podia permitir que Thrall tratasse a Princesa Lucinda de modo tão ultrajante...



Lucy precisava falar o que lhe ia na alma, antes que perdesse a coragem. Falou de uma só vez, interrompendo Noth e falando tão rápido que as palavras saiam aos tropeços:
- Mamãe, papai, não me forcem a casar com quem não amo. Vamos arrumar um jeito de fincar a bandeira da paz em todos os reinos, sem que eu tenha que me sacrificar deste modo. Eu amo Noth, e peço permissão para nos casarmos, se ele me aceitar como sua mulher.
Lucinda olhou bem fundo nos olhos de Noth e aguardou o que ele tinha a falar sobre o que acabara de dizer.



Noth nunca sentira tanta felicidade em toda a sua vida. Lucy o amava e estava pedindo permissão aos pais para casar com ele! Completamente sem palavras, para demonstrar a alegria que estava sentindo, apenas segurou a mão de Lucy e a apertou enquanto sorria. Após isso, olhou para os pais de Lucinda, apreensivo. Ambos sorriram. Sentiu um alívio súbito. Não seria punido por seu amor correspondido. Claro que os Reis queriam que Lucinda se casasse com alguém influente. Mas não queriam que ela fosse infeliz, ou tratada com tanto desrespeito por uma marido que mal a conhecia. O Rei tomou a palavra:
- Lucinda, minha filha. Você é meu único tesouro, nada é mais importante para mim e para sua mãe do que a sua felicidade. Porque não falou antes o que afligia seu coração?
- Papai, achei que a atitude correta para uma princesa era aceitar o que o seu reino lhe impunha.
A mãe então falou, enquanto acariciava os cabelos da filha:
- Nunca vá contra os seus instintos e seu coração. Agora vejo que estava errada em tentar separar vocês. Tem minha benção. Seja feliz, minha filha.
O Rei então se aproximou e falou:
- A minha benção também. Marquem a data e o casamento será realizado.
Lucy sorriu e olhou para Noth, ele a olhava com toda a paixão que lhe ia na alma. Tinha certeza de que, com ele ao seu lado, conseguiria a paz para os Reinos e teria uma vida plena e feliz.

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6 comentários:

  1. UAU! Não sei como você consegue escrever desse jeito Nanda, quando se trata de outra época então é fantástica. No meio do texto tive a esperança de que a estória não ia acabar e teríamos uma continuação rsrsrs. Doce ilusão.
    Adorei!

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  2. eita. Assim o coração não aguentam, como já devem ter dito pra você Nanda, vocÊ tem talento, ainda to meio bobo com o ritmo perfeito e preso à estória do Noah

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  3. Nossa, bela história, Nanda! Acho genial essa maneira como vc conduz a narrativa, mudando a perspectiva de uma mente pra outra, indo e vindo de maneira tão fuída. Parabens!

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  4. Show Nanda. Só fiquei triste pelo Thrall ser o vilão da história. Logo ele que é tão honrado e justo.
    Mas, muito bom. Se quiser continuação, pode falar que o pessoal de Azeroth considerou um ato de traição ao tratado de paz e a guerra continuou com Hellscream no comando... Só uma ideia só... E aí Paty, não acha que ia ser uma boa? Hehehehe

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