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Resposta ao Desafio do Tempo e do Espaço : Inimigos Noturnos (parte 1)

Posted by Nanda Cris on 23 de outubro de 2011 17:16 in ,
Fui desafiada pela Marcinha há algumas luas atrás (desculpa mana, pela demora) e aqui está o desafio e a resposta:

A noite estava um verdadeiro breu e os faróis do carro iluminavam apenas alguns metros à frente na estrada. Acelerava o carro o mais que podia, tinha certeza que o veículo de tras estava seguindo o seu. Não muito longe, já podia ver as luzes da cidade mais próxima. O ponteiro do combustível estava tão baixo que o carro podia parar a qualquer momento. Havia uma arma debaixo do banco, mas não tinha certeza se estava carregada. E, a cada curva acelerada, algo pesado se batia contra as paredes internas do porta-malas.


Ray sabia que sair à noite não era uma escolha sábia. Desde que a cidade fora tomada por aquelas estranhas criaturas, se aventurar após o sol se pôr não era a melhor opção para manter-se vivo. Mas aquela pista tinha sido impossível de deixar pra lá. Agora, olhando pra trás, se perguntava se tinha sido uma armadilha. Enfim, não importava mais. Estava dentro daquele carro roubado cujo farol não funcionava direito. Mal conseguia ver 1 metro à sua frente. Para piorar a situação, nenhum poste de iluminação funcionava à meses. As criaturas haviam quebrado as lâmpadas todas. Mas não enxergar a estrada era o seu menor problema. Vivia na cidadezinha de Clanton desde que nascera. Conhecia cada palmo daqueles arredores. Poderia dirigir por ali de olhos fechados e chegar no seu destino sem amassar o paralama. Seu problema principal naquele momento era o carro que o estava seguindo. Não sabia que aqueles seres estranhos sabiam dirigir. Se perguntava o que mais eles sabiam. Não, era melhor nem saber. Olhou o combustível. Já estava quase no final da reserva. Era sempre assim com ele, o destino tinha que reservar um carro cujo farol não funcionava e ainda por cima não estava abastecido. Maravilha. Pisou ainda mais no acelerador e conseguiu definir no horizonte umas poucas luzes. Devia ser Grisham, a cidade vizinha. Será que Forrest, seu amigo de longa data, ainda estaria vivo? Torcia para que sim, porque, sem ele não havia mais esperança. Fez uma curva fechada com o carro, entrando no matagal para tentar despistar a criatura que o seguia. Aquele ser não era muito inteligente, então, havia uma vã esperança de escapar assim. Escutou algo batendo pesadamente dentro do porta malas. "Desculpe Anna", pensou com pesar. Olhou para o retrovisor, conseguira. Despistara a criatura. Retornou para a estrada. Resolveu desligar os faróis. Só serviam para chamar a atenção. Aproveitou-se do retão que tinha à sua frente e vasculhou embaixo do banco da carona. Morar numa cidade pequena tinha suas vantagens. Sabia que o dono daquele carro, o juiz Reuben, sempre andava com uma arma ali. Tateou mais um pouco e achou. Abriu o tambor da arma e soltou um suspiro de alívio. Estava carregada. Colocou-a sobre as pernas e entrou em uma ruela, mais um pouco e chegaria na casa de Forrest. O carro estremeceu e morreu. Pane seca, que ótimo! Pelo menos estava perto do seu destino. Desceu o mais rápido que pôde do veículo, colocando a arma no cós da calça jeans com uma mão, enquanto abria o porta malas com a outra. O tempo era primordial. Quanto mais exposto na rua, menos probabilidade de se salvar e à Anna. Ela estava desacordada ainda. Pegou-a e colocou sobre os ombros. Começou a correr, tentando fazer o mínimo de barulho possível e mantendo-se nas sombras. Conseguiu chegar surpreendentemente sem transtornos ao seu destino. Bateu na porta e esperou, o coração aos saltos. Rezou para que Forrest ainda fosse um deles. Ouviu passos arrastados dentro da casa que pararam perto da porta principal. A maçaneta girou e ele viu Forrest. Seus olhos não acreditavam no que viam, ele era um zumbi agora.

OBS: Pra inspirar, no fone de ouvido está rolando System of Down. =]

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4 comentários:

  1. Adorei de montão Nanda, e você bem que sabe que eu gosto desse tipo de estória né?
    Mas isso não é justo!
    Você não pode deixar a gente nessa expectativa toda Nanda!
    Uma estória legal dessas deixa a gente nos nervos, roendo as unhas.
    E agora como é que vai ser para continuar? Marcinha corre e manda outro desafio rápido.

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  2. Não curto muito a estórias de zumbis, mas achei bem interessante a sua.
    Por acaso o carro roubado era um escort 93 cinza nimbus? kkkkkk

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  3. Acertou na mosca, amor. Me inspirei no nosso carrinho, kkkk.

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  4. Desculpem e demora, tenho andado sem internet... nossa, muito bom o texto, Nanda, vc leva muito jeio nessa linha de suspense, tenho que concordar com Paty, nos deixa roendo as unhas! E agora? Vai outro desafio pra continuar o texto? Estou pensando em 5 palavras, q te parece, Nanda? Se estiver a fim me fala que eu posto! Beijosssss...

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