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Inimigos Noturnos - Parte 4

Posted by Nanda Cris on 28 de junho de 2012 22:30 in ,
Só tenho 1 coisa para dizer: Paty com suas frases está conduzindo a minha estória descaradamente, rsrs. Mas tudo bem, lindona. Quando eu conseguir alguém que compre essa estória, 50% dos lucros é seu, podexá! :-D

As frases:
1- Quando menos esperava ela o abraçou e sussurrou que o amava.
2- - Tenho fome, preciso comer...
3- Um lindo vestido de seda creme deixava transparecer seus seios.
4-  Em meio a discussão, Brad deu um grito angustiante enquanto seu braço era arrancado.
5- - Não podemos ficar com um zumbi aqui. Esse é o nosso refúgio!

As primeiras partes: http://retalhosassimetricos.blogspot.com.br/2012/05/inimigos-noturnos-parte-3.html

O texto:
Não sabia se o que o havia acordado era a dor latejante na cabeça, se era o cheiro delicioso de comida ou se tinha sido um bater ritmado que provinha não muito longe de onde ele estava. Talvez tivesse sido a combinação dos três juntos. O fato era que ele acordara de um sono sem sonhos e agora olhava em volta, tentando se localizar. Estava deitado num saco de dormir, dentro de uma barraca. Além dele mesmo haviam ali apenas uma mala de lona e uma velha senhora, sentada a um canto, tricotando enquanto cantarolava baixinho. Tentou sentar-se e tudo começou a girar. Recostou-se novamente e percebeu a idosa se aproximando. Ela colocou a mão em sua testa e sussurou enquanto abria um sorriso desdentado:
- Sem febre, muito bom, muito bom.
A esta altura, seu estômago doía mais que a sua cabeça, então, sem pensar muito na boa educação, falou:
- Tenho fome, preciso comer...
- Claro, claro, pequena criança. Vou providenciar algo, não saia daí.
Ray então fechou os olhos para tentar suavizar um pouco o desconforto que estava sentindo e, sem perceber, resvalou para um sono agitado novamente.

Ao acordar, relanceou o olhar procurando a velha senhora. Surpreendeu-se ao perceber que ela havia sido substituída por uma bela jovem, que o encarava sem pudor. Ela se levantou e encaminhou-se até a beira do seu saco de dormir, parando a poucos palmos de distância. Era impossível não notar seus trajes. Ela vestia um lindo vestido de seda creme que deixava transparecer seus seios. Mesmo debilitado, era impossível não notar sua exuberância. Deixou-a falar primeiro, pois não estava muito certo sobre quem ela era ou como deveria agir. Ela não o deixou esperando muito tempo:
- Quem é você forasteiro e o que fazia com aquele bebê zumbi?
- Meu nome é Ray, e o seu seria?
- O meu não vem ao caso, e caso você não tenha percebido, quem pode fazer perguntas aqui sou eu. - Ao terminar de dizer isso, agachou-se para conseguir encostar o canivete, que sacara só Deus sabia de onde, no pescoço dele. Esse movimento fez sua saia revelar suas longas pernas bronzeadas. Ela não pareceu notar ou, se notou, não se importou. - E então?
- Ok, se você prefere assim... Me chamo Ray. Perdi toda a minha família num ataque de zumbis. Consegui fugir com minha namorada, Anna, mas ela também foi capturada mais tarde. Procurei-a por todos os lugares e depois de um tempo, acabei achando-a através de um bilhete anônimo que até agora é uma incognita para mim. Estávamos escondidos naquela casa até que um zumbi nos atacou ao mesmo tempo em que vocês nos acharam e o resto da estória você deve saber melhor do que eu, já que estava apagado e não faço idéia do que aconteceu.
- Sei... - ela olhava-o como se o avaliasse.
- O que? Não sou muito bom em contar estórias quando alguém está com um canivete apontado para a minha jugular. - ela encarou-o por mais alguns minutos e abaixou a arma, sem se afastar ou guardá-la de todo. Ray sentiu-se encorajado a continuar o diálogo - Por acaso o bebê zumbi a quem você se referiu anteriormente era Anna?
- Por acaso era sim, forasteiro.
- E o que você pode me falar sobre os bebês zumbis?
- Eu pareço te dever alguma explicação?
- Sabe, nós estamos meio que ferrados juntos, seria interessante eu saber o que vocês sabem, para tentar ajudar.
- Não há o que ser feito por sua bela Anna. Ela esta nesse momento sendo preparada para a sala do abate. - a calma dela era enervante
- Abate? - ele devia ter ouvido errado, só podia ser isso.
- Sim, abate, darling. Neste exato momento Brad está cuidando da sua Flor de Lótus. Qual o seu problema? Não podemos ficar com um zumbi aqui. Esse é o nosso refúgio! Você só não está lá com sua preciosa Anna porque não tem nenhuma mordida.
Ray sentiu uma descarga de adrenalina percorrer todo o seu corpo, enquanto levantava e empurrava a desconhecida com uma força que nem ele sabia que possuía. Saiu correndo sem saber direito para onde, apenas queria se manter em movimento, procurando, procurando. O refúgio era uma confusão de pessoas e barracas coloridas. Em meio à sua busca frenética, deparou-se com a senhora desdentada que vira mais cedo. Segurou-a pelos braços para que não fugisse e indagou, todo o desespero que possuía estampado em sua voz:
- Senhora, onde ela está? Onde está Anna?
- Quem é Anna, meu filho? 
- A bebê zumbi que veio comigo.
- Ah... essa...
- Senhora, por favor, me ajude. Eu a amo. Não posso deixá-la ir assim, sem nem me despedir. - Ray pode ver que esta frase calou fundo na alma da idosa, talvez se lembrando de um amor perdido, ou de um filho que nunca mais aninharia nos braços. Ela apontou um dedo trêmulo para uma grande barraca distante, mas ainda assim, bem visível no meio daquela confusão toda. Ray nem conseguiu agradecer-lhe, adiantou-se, depositando todas as suas forças naquela corrida, o tempo era crucial.
Ao chegar mais perto da enorme tenda, deparou-se com um guarda que possuía uma longa faca. Seu único modo de lutar e vencer, estando desarmado, era o elemento surpresa. O rapaz parecia distante, sonhava acordado. Ray não queria matá-lo, apenas tirá-lo de combate. Então, aproximou-se sorrateiramente, atacando-o de lado, com uma cotovelada bem dada entre o olho e a orelha esquerdos. O guarda soltou uma exclamação abafada e caiu, inconsciente.
Ray rapidamente armou-se com a faca e foi entrando na barraca, pé ante pé. O que ele viu o deixou petrificado. Anna estava nua e assustada, acuada em um canto e dois homens discutiam entre si pelo direito de tê-la primeiro. Tê-la. Primeiro. A sua Anna. Ele aproveitou-se do forte diálogo que se desenrolava e aproximou-se de um dos homens, em cuja camisa era possível ler "Brad". Brad, o carrasco que, segundo a desconhecida, poria um fim à vida de Anna. A raiva cegou-o. Atacou. Em meio a discussão, Brad deu um grito angustiante enquanto seu braço era arrancado. Ele desmoronou no chão, choramingando, enquanto o outro homem corria em direção à saída da barraca. Que fugisse. Anna era sua prioridade agora. Correu até ela, a faca ainda em sua mão direita, gotejava sangue, fazendo uma trilha vermelha por onde passava. Ao se aproximar dela, abraçou-a, enquanto sussurava em seu ouvido que tudo ficaria bem. Quando menos esperava ela o abraçou e sussurrou que o amava.

Espero que tenham gostado, amigos Retalhenses!

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2 comentários:

  1. Muito bom morzinha.
    Fiquei com a sensação de quero mais no final do texto.
    :)

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  2. Nanda, vc tá ficando especialista em zumbis! Sério, o texto tá muito bom, bem desenvolvido e ritmado. Não sei se é porque tô amando sua história ou você realmente está escrevendo bem demais, mas não consigo ver erros na sua escrita.
    Agora, se vc sentiu que estou conduzindo sua história...ACERTOU!KKKKK
    É que tô louca pra ver esses pombinhos juntos mesmo ela sendo um bebê zumbi! Tenho certeza que vc vai achar uma solução para esse "detalhe" dela ser um zumbi rsrsrsr.

    Não vou enviar agora um desafio para a continuação porque quero deixar vc respirar com os outros desafios. Mas...aguarde-me que em breve vou querer o resto dessa história!

    PARABÉNS!!!!

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