5
Somente aos teus Olhos
Muito bem senhorita Telma. Dar-lhe-ei minhas boas vindas aceitando e cumprindo o meu desafio.
A resposta ao desafio é esta:
Telma, a imagem que eu escolhi no seu álbum foi esta:
No próximo episódio de Desafiando o Kbeça: o que fazer com doce, cachorro, maça, fone, revistinha?Não sabe? Então não perca o próximo episódio de... Desafiando o Kbeça!!
A resposta ao desafio é esta:
Somente aos teus Olhos
Bem vindos. Bem vindos.
Aproximem-se. Este humilde bardo lhes entreterá por algumas Dracmas, bebida, ou
companhia.
Vou contar-lhes uma parte da
história que os outros bardos e poetas não contam. Seja por remorso, por
vergonha, ou porque mancharia a alva aura do herói. Uma história de amor e
lágrimas.
Outrora tão linda que até mesmo os
deuses a desejavam, seja por punição a um delito, ou por inveja, ela foi
transformada e amaldiçoada. Mesmo assim, não deixara de sentir, de amar, de
desejar.
Enquanto, em sua forma anterior,
despertava o amor e o desejo, agora, nesta forma, era temida e odiada. Apesar
de sua vulnerabilidade mortal, sua maldição estendia sua vida além dos demais. Então,
aqueles que a conheciam em sua forma bela, pereceram com o tempo e somente os
deuses guardavam registro de sua aparência.
Não precisava comer ou beber. Tão
pouco dormia. A única coisa que lhe aquecia o coração e a fazia feliz era o seu
tesouro. Seu precioso tesouro. Que, de alguma forma, sua existência tornou-se
pública, mas ninguém sabia dizer o que era, ou a sua dimensão.
Quase todos os dias aventureiros
batiam à sua porta clamando a glória de abatê-la. Seja, buscando a graça dos
deuses, ou a simples fama mundana, ou em busca do seu tesouro. E, dia após dia,
eles fracassavam, para tormento d´aquela alma já torturada.
Certo dia, um guerreiro que
buscava derrota-la, mas não pela glória, ou fama, ou riqueza, e sim por amor,
adentrou seu covil. Mais uma vez, ela se preparou para o combate. Antes de ir
de encontro a ele, parou próxima a uma pilastra e, com seus olhos vazios,
admirou mais uma vez o seu tesouro. Sem saber que esta seria a ultima vez que
ela o veria/teria.
O guerreiro era diferente de todos
os outros e ele não estava sozinho. Além de sua habilidade, contava com a
proteção divina e astúcia. Cansada e acostumada demais com a vitória fácil,
deixou-se cair em um truque simples demais e foi derrotada. O guerreiro, não
caindo no poder de sua maldição, decepou-lhe a cabeça. Talvez pela maldição,
talvez por obra de sua missão, o corpo caiu morto ao chão, mas a cabeça
continuava viva. Ele a pegou, a embrulhou num tecido especial que trazia
consigo, e a guardou em sua bolsa.
Instigado pela curiosidade e pelos
rumores, vasculhou o covil atrás do tão famoso tesouro. Sua curiosidade
aumentava conforme caminhava pelos salões e via espalhados pelo chão, peças de
ouro, pedras preciosas, joias, como se fossem meros pedaços de lixo, ou poeira.
Chegou a uma sala fechada. Era
aqui. Tinha de ser. Usou de força e arrombou a porta. Lá dentro um velho
tentava se esconder, sem sucesso, em um canto da sala. Estava visivelmente
assustado. Chamou baixinho:
- Mamãe?
"Mamãe", pensou Perseu.
Era esse o tesouro do monstro. Mas, como? Como o velho não foi transformado
como todos os outros? Como? Quando ele se abaixou para olha-lo mais de perto,
percebeu que ele era totalmente cego. Perseu, ouviu uma gargalhada vinda de
algum lugar do tártaro, ao mesmo tempo em que ouvia um choro vindo de sua
bolsa.
- Sinto muito. - balbuciou Perseu.
- Sinto muito mesmo.
Ele não sabia se estava se
desculpando para o velho, ou para o "monstro". Mas, não podia deixar
de cumprir sua missão, de salvar o seu amor.
Pegou o velho nos braços e o levou
até a cidade próxima. Deixou-o no templo de Atena e seguiu com sua missão de
salvar Andrômeda.
Quem pode entender os caprichos
dos deuses? Após o ocorrido, Atena apiedou-se e decidiu dar o descanso final a
ela e a seu filho, e removeu a maldição dela e curar a visão de seu filho.
Juntos, mãe e filho, entraram nos
Campos Elíseos. Ela formosa novamente e, pela primeira vez, ele viu o rosto de sua amada mãe. E lá permanecem por toda a eternidade.
Espero que tenham gostado. Este
velho bardo beberá um pouco de vinho e se retirará agora.
Até uma próxima aventura.
Telma, a imagem que eu escolhi no seu álbum foi esta:
No próximo episódio de Desafiando o Kbeça: o que fazer com doce, cachorro, maça, fone, revistinha?Não sabe? Então não perca o próximo episódio de... Desafiando o Kbeça!!
5 comentários:
Ainda bem que eu tive uma tecla SAP pra me explicar a lenda de Perseu, porque eu viajei aí.
ResponderExcluirRsrsrsrs. Que falta de cultura, sô!
Muito bacana mesmo. A mitologia é fascinante e envolvente. Adorei mesmo Kbeça.
ResponderExcluirAdorei Kbça! Adoro a mitologia grega!
ResponderExcluirIdem os outros comentários! Adoro!
ResponderExcluirCaramba, Kbeça!!!!
ResponderExcluirAlém de amar a imagem que você escolheu, esse é um dos mitos que mais me salta aos olhos. Há um vínculo muito forte, psicológico, com relação a olhar os olhos pra ver a alma, que reflete-se em nossa própria retina, que tem tudo a ver com o mito, a imagem e que foi extreamente bem, escrito por você!!!
Obrigada por super valorizar a imagem com esse texto MARA!!!!
Comenta aê!