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Batata Quente (1) - Parte 3
Demorou mas ficou pronto! O que a Joana vai fazer agora?
Batata Quente (1) - Parte 3
Batata Quente (1) - Parte 3
Sentiu um gosto
amargo e químico na garganta quando tentou sem sucesso umedecer a língua seca.
O corpo todo doía e a cabeça latejava. Quando abriu os olhos agradeceu a
escuridão, e por um momento pensou estar em sua cama, curando mais uma de suas
tão corriqueiras ressacas. Absorveu o cheiro forte de urina seca e a realidade
veio à tona junto com as memórias do que tinha acontecido. Levantou-se rápido
apalpando os quadris freneticamente a procura de sua arma, mas a vertigem não
deixou que se pusesse de pé. Caída no chão, pode contemplar suas mãos sujas de
sangue seco, iluminada pelo brilho fraco de luz que vinha por debaixo da porta,
e quando seus olhos focaram a abertura, viu que alguém estava parado lá, do
outro lado, e nesse mesmo instante ouviu o rangido do trinco sendo aberto.
A luz cegou-a por
alguns momentos enquanto tentava identificar a sombra do homem, e quando ouviu
sua voz não teve mais dúvidas do que estava por vir.
-Bom dia doce
irmãzinha! Dormiu bem?
A raiva lhe deu forças
para sentar e encarar aquele homem desprezível.
- Sinto muito querida
pelas acomodações tão humildes, mas é tão difícil achar boas casas pra se
alugar hoje em dia, você sabe...
- O que você quer
Thomas? - Ela gritou interrompendo o monólogo, e ouviu sua risada seca e
rancorosa.
-Ah Jojo! Sempre tão
impaciente! Papai não iria aprovar essa ansiedade. Ele era um homem muito
metódico e perspicaz não é mesmo? Lembro-me como se fosse hoje, de uma frase
que ele vivia repetindo para você.
“Nunca deixe as
emoções te dominarem querida. Elas invariavelmente vão acabar com você.”
- Era assim mesmo não
era? Bem, pelo jeito você nunca conseguiu seguir esse conselho. Eu, ao
contrário, absorvi cada uma de suas palavras. Passei anos esperando a minha vez
de ser o primeiro. Fui humilhado, rejeitado e castigado por aquele idiota
pretensioso, mas, fui tolerante.
- Thomas, você sabe
que não foi bem assim. Ele só quis transformá-lo em um homem honesto e decente.
Mas você nunca escutou!
Ele agora rangia os
dentes, e seus olhos faiscavam enquanto falava entre os dentes.
- Eu implorei a ajuda
dele! Me humilhei pedindo seu perdão! E o que ele fez? Me pôs na cadeia! Aquele
idiota mercenário!
Aproveitando o descontrole
emocional de Thomas, ela juntou todas as forças que ainda lhe restavam e pulou em seu pescoço, jogando-o
no chão. Ela era consideravelmente mais forte e conseguiu imobilizá-lo enquanto
esmagava seu pescoço sem piedade.
- Ainda...quer...ver
sua...mãezinha? – Ele conseguiu sussurrar com o pouco ar que lhe entrava nos pulmões.
Aquilo a fez soltá-lo
imediatamente como se suas mãos pegassem fogo. Assustada demais para perguntar
o que ele havia feito à sua mãe, ela apenas balbuciou.
- Você não teria
coragem de...
Esfregando o pescoço
ainda com as marcas dos dedos dela, ele falou em voz baixa, com o semblante verdadeiramente
cruel e os olhos ardendo em fúria.
- Joana...Agora você
realmente conseguiu me irritar! Você acha
que eu não teria coragem? É sua mãe, não minha. Ela sempre me tratou como o
verdadeiro bastardo que sou, assim como nosso querido paizinho. Vou lhe dizer
apenas uma vez. Eu quero aquele septo de ouro, custe o que custar. Aquele velho
morreu sem me dizer onde o escondeu. Ah! Mas acabou por achar o fim que
merecia!
-Deus. Foi você não
foi? Matou o nosso pai!
- Não me venha com
essa choradeira Joana! Aquele septo é meu e ele não quis me devolver! É culpa
dele ter morrido daquele jeito! Agora escute bem. Nesse exato momento sua
mãezinha deve estar enlouquecida procurando esse septo para salvar você. Meus
homens vão vigiar cada passo dela, e tem ordens extremas de fazer o que
precisar ser feito. Então, não tente nenhuma gracinha.
As lágrimas brotaram
em seus olhos sem convite. Ouviu o baque surdo da porta de ferro trancando-a de
volta na escuridão. Jogou seu corpo frouxo sobre o colchão duro e chorou. Seu
pai nunca a deixava chorar. Chorar era para os fracos. A última vez que chorou
foi sobre o túmulo dele. Mas então, como daquela última vez, deixou que as
emoções a dominassem.
9 comentários:
Então, não curto muito estórias policias, mas essa está ficando mais empolgante a cada colaboração e quero muuuuito saber a continuação!!!
ResponderExcluirNo mais estava procurando pra ver se tinha algum erro e achei o seguinte, veja se concorda:
"...hoje em dia..." é redundância não?
"- O que você quer Thomas? Se vai me matar ande logo!
Ela gritou interrompendo aquele monólogo irritante.
-Ah Jojo! Sempre tão impaciente!
- Papai não aprovaria uma atitude tão incoercível.
“Nunca deixe as emoções te dominarem. Elas invariavelmente vão acabar com você.”
- Não foi isso que ele te ensinou?
- Seu nojento!
Com suas forças renovadas pelo ódio, pulou em seu pescoço jogando-o no chão. Sem forças para apartá-la, ele conseguiu apenas grunhir.
- Ainda...quer...ver sua...mãezinha?"
e essa parte eu achei muito rápida, não sei como explicar, mas ficou meio confusa, eu me perdi na primeira vez
aqui tenho duvidas, mas acho q vai uma virgula "Eu quero aquele septo de ouro custe o que custar" (...septo de ouro, custe...)
e acho q aqui não vai virgula "É culpa dele, ter morrido daquele jeito!"
Paty,
ResponderExcluirGostei do texto! Septo, irmão bastardo! Arrasou!
Tá cada vez mais interessante essa estória. Parabéns!
Vamos ao que eu achei estranho:
incoercível? Abalou bangu em chamas! Fui até pesquisar o que era... para quem também não sabe:
Significado de Incoercível
adj. Que não se pode comprimir, conter: fluido incoercível.
Que não se pode reprimir, refrear: riso incoercível.
Aí veio a dúvida... era nesse sentido mesmo? Ou vc quis dizer algo como "incoerente"?
Essa frase aqui: “Nunca deixe as emoções te dominarem. Elas invariavelmente vão acabar com você.”, ficou perdida no texto, não sei qual dos irmãos falou.
Aqui: "Sem forças para apartá-la, ele conseguiu apenas grunhir." Achei que apartar não caiu legal. Porque apartar no sentido de "apaziguar, separar os que estão brigando." serve apenas se uma terceira pessoa estivesse apartando a briga dela com o irmão. No caso, ele poderia dizer que estava sem forças para rechaça-la. :-)
"Mas como da última vez sobre o túmulo dele" - tá faltando alguma coisa aí, não tá não?
Gentem! Enlouqueci agora com tantos erros! Nanda e Olhos, as duas tem razão. Relendo agora é que percebi que a história estava toda na minha cabeça e atropelei o sentido das coisas, já que pra mim faziam sentido. Deu pra entender o que eu falei?
ResponderExcluirVou refazê-lo e postar novamente, Mas como a história não vai mudar, alguém se habilita a continuar? Olhos? Que tal você?
Bom, remexi no texto todo!
ResponderExcluirSerá que vocês podem me dar uma mãozinha e revisá-lo de novo pra mim? Vou falar que nunca tive tanta dificuldade com um texto antes, e o pior é que eu mesma criei essa loucura! kkkkk
Estou aguardando as correções e o próximo a pegar essa Batata Quente.
bjks.
Show Paty, agora ficou show. Nao achei nada pra pegar no seu pé, rsrsrs.
ResponderExcluirEu não sei não Paty... Não sei escrever textos policiais...
ResponderExcluirNão que eu não queira aceitar o desafio, só não quero estragar o texto.
ResponderExcluirVai estragar não Olhos. Já comecei a tender para o lado fantástico colocando um septo de ouro. A Joana é uma policial, mas nada a impede de se envolver com algo digamos....diferente e inusitado. rsrsrs
ResponderExcluirAcho que você deveria tentar. ^^
tudo bem, tudo bem, vou tentar.
ResponderExcluirA Batata Quente é minha!
Comenta aê!