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Batata Quente (2) - parte 4
Suzane ainda
passou um tempo observando a figura da gárgula imóvel, entalhada de pedra a
séculos atrás. Desde pequena olhava as gárgulas da janela de sua casa, que
ficava a poucas quadras da catedral, desde pequena sonhava com elas, os sonhos
mais misteriosos e incríveis que já tivera, mas jamais poderia imaginar que
conheceria uma de verdade, e que seria um lindo rapaz humano. Suspirou ao
pensar em sua forma humana, era de fato lindo. Mas como podia ser um monstro?
Uma gárgula horrenda? Nada fazia sentido.
Sentiu o sol
batendo forte em seu rosto, fazendo-a sair de seu transe. De repente percebeu
que precisava arranjar um meio de descer daquele telhado, não poderia passar o
dia todo ali, sentia-se faminta e assustada, precisava voltar para casa, sem
contar que tinha medo de altura. Começou a procurar com os olhos por qualquer
coisa que a ajudasse a sair dali, olhou tremula ao redor, com medo de que não
encontrasse saída, mas lá estava ela, uma pequena passagem que dava a um
corredor interno suspenso, assim como várias que haviam em torno de toda a
catedral. Caminhou lentamente até ela, tentando em vão não olhar para baixo, e
quando se viu dentro da catedral correu o mais rápido que pode para encontrar a
saída.
Suzane só
respirou aliviada quando chegou à porta de sua casa, mas ao abri-la arquejou e
sentiu seu corpo todo amolecer. O que acontecera ali? Tudo estava um caos, parece que alguém estivera
procurando algo em sua casa enquanto estava fora. Haviam vasos e porta-retratos
quebrados, papeis espalhados por todo o chão da casa, vários de seus livros
rasgados e pisoteados, comida, roupas, tudo jogado e destruído. Ela caminhou lentamente
pela casa, estupefata, aterrorizada. Era muita, muita coisa acontecendo ao
mesmo tempo, e o pior, o que aquelas criaturas queriam com ela?
Isso a fez
parar e pensar. Esqueceu-se até da fome e jogou-se no sofá, por cima de páginas
rasgadas de jornal que ali estavam, e ficou em transe lembrando de todos os
sonhos que já tivera com essas criaturas, vampiros, gárgulas e outros seres do
sobrenatural. Será que ainda estaria sonhando? Não, tinha certeza que não. Chorou.
Suzane chorou pela morte de Romeu, chorou pelos seus pais que haviam
desaparecido misteriosamente dois anos antes, chorou por todo esse pesadelo que
estava vivendo, até que adormeceu.
- Suzane,
Suzane? Acorde aimé. – Cristopher passou a mão gentilmente em seu rosto.
Suzane acordou
sobressaltada e o encarou, olhou ao redor e percebeu que já era noite. Depois de algum tempo ainda aturdida disse:
- Você me deve
respostas.
Cristopher
encarou-a, sem saber o que dizer.
- Por que eu?
O que querem comigo? Como vocês existem de verdade? – Ela não ia desistir de
ter suas respostas.
- Todas as
respostas estão em seus sonhos querida, tudo que sonhara desde pequena...
3 comentários:
Olhos, vou ser sincera, li com olhos de saber a estoria e nao com olhos de quem procura erros, desculpa.
ResponderExcluirGostei que vc assou ainda mais a batata pra Paty pegar ela beeem quentinha, rs. Ta contigo Patyyyy!!!!
Adorei essa continuação embora ainda não consiga imaginar qual explicação dar pra essa menina coitada!
ResponderExcluirA história tá ficando muito legal e quero agradecer a vocês meninas por participarem dela ^^. Tô feliz de verdade viu?
Então tá, vou pegar essa Batata Quente (é minha!)mas queria pedir pra vc Olhos convencer o Balta a dar uma contribuição pra nós depois. Só uma partezinha Balta vai?
Então me surpreenda Paty, que eu te surpreenderei ainda mais... ;)
ResponderExcluirComenta aê!