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Batata Quente 2 (Parte 6)

Posted by Baltazar Escritor on 12 de agosto de 2012 01:15 in , , ,
A casa na Rue de Bièvre com a Quai de La Tournelle, antes de ela acabar na Quai de Montebello, começou a gemer com o barulho de garras arranhando a madeira das taubilhas do telhado. Pela janela Suzane pode ver, horrorizada, uma criatura de asas membranadas e corpo que parecia misto de humano com morcego, a criatura devia ter a altura de un enfant, não mais que um metro e meio. Parecia sedenta e possessa, Cristopher assumiu a forma de gárgula enquanto o vampiro quebrava o vidro da janela e se precipitava para o interior da casa.
Ele se interpôs no caminho do vampiro e com um golpe rápido de sua asa decapitou-o, fazendo com que o corpo sem cabeça tombasse inofensivo no chão e começasse a metamorfose da regressão, que é quando um ser transformado que morreu volta à forma humana. Suzane abafou um grito, mas não teve tempo para outros acessos emocionais. Cristopher a abraçou e pulou de costas na janela por onde o vampiro entrara. Ela achou que cairiam com tudo no jardim, mas ele mal tocou o chão, subiu reto como um foguete, depois planou em direção à Pont de I'Archevêché.
Suzane pôde ouvir o bater de várias asas os seguindo, mas nem o medo e nem o ângulo em que estava a deixaram olhar pra trás. Ela também ouvia a respiração pesada ressoando no corpo forte de Cristopher, não parecia ser de pedra, mas ela podia sentir a frieza que brotava dali. Algo definitivamente aterrador. Ele dava voltas no ar para despistar o inimigo e ela perdeu a conta de quantas vezes cruzaram o Sena. Cristopher queria voar novamente para a proteção de Notre Dame, mas os vampiros cortavam a sua fuga.
— Estão tentando me afastar do solo sagrado — sua voz parecia metálica e oca — tem alguma idéia de onde podemos ir? Está quase amanhecendo e eu não poderei protegê-la.
— Eu lembro da Nany Cher'Franches comentando sobre as catacumbas com nossas outras colegas de trabalho lá no La Bouteille D'Or, enquanto tomavamos café, deve ter uma entrada debaixo de uma das pontes ligadas à Ile de la Cité.
— E...
— As catacumbas serviam originalmente como cemitério.
— Cemitério é solo sagrado — os dois falaram juntos.
— Então poderemos entrar na catedral pelas catacumbas sem sair de solo sagrado — Suzane completou sua idéia.
Essa conversa distraiu Cristopher e ele não conseguiu desviar quando um vampiro entrou na sua frente e eles se chocaram.
Uma das garras da criatura arranhou o braço de Suzane, fazendo-a berrar de dor, como se aquilo a queimasse. O vampiro levou a garra até a boca e lambeu o sangue. Cristopher já tinha se recuperado do esbarrão quando um bando de vampiros alcançou o primeiro, pareceram tomá-lo por líder, pois deixaram este ir na vanguarda.
A visão não deixaria os barqueiros que estavam preparando seus flutuantes para os turistas dormirem sossegados pro resto da vida, uma gárgula carregando uma moça por baixo da Pont Petit. Ele planava quase rente à água, procurando a entrada entre os sustentáculos das pontes, até que viu um túnel gradeado abaixo da Pont Saint-Louis e parou se agarrando às grades e despedaçando-as com as garras. Os vampiros, levados pelo impulso do voo, demoram o suficiente para ele empurrar Suzane pela abertura e seguir atrás dela. Eles já estavam nas catacumbas, os vampiros estacaram fora da grade, mesmo com o grande buraco nesta feito por Cristopher, como se ela os amedrontasse. Porém um deles seguiu em frente, deixando os outros do lado de fora. Cristopher tinha abaixado a guarda, achando estar seguro, e o vampiro o atacou pelas costas. Eles rolaram pelo chão das catacumbas engalfinhados em uma briga de presas e garras. O vampiro parecia tão forte quanto o gárgula, tentando atingir sua jugular enquanto este lhe rasgava as asas.
— Ele... Ele... Ele entrou em solo sagrado — gemia Suzane. — Como isso é possível?
Ela sentiu um ardor no braço arranhado e se deu conta, antes mesmo de Cristopher falar.
— Ele provou o seu sangue Suzane, fuja.
Eles estavam em solo sagrado e estava amanhecendo, Cristopher acabara de arrancar uma asa do vampiro quando começo a virar estátua, então apertou forte o pescoço de seu antagonista e ambos se petrificaram por completo. Suzane desabou no chão, exausta.

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6 comentários:

  1. Adorei adorei!
    As idéias realmente vão se modificando, cada um tem em mente uma coisa especial para essa menina e essa gárgula, e a história vai tomando rumos um tanto inesperados! Estou anciosíssima pelas continuações...
    Quem vai ficar com essa BatataQuente agora?

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  2. Primeiro: show seu texto Balta. O que mais sera que o sangue dela faz? Tenso!
    Tb gostei de ver que houve um trabalho de pesquisa ai, procurando locais para ambientar a estoria. Da o maior trabalhao de fazer mas,b a meu ver, valorisa a estoria. Mostra que vc nao escreveu por escrever e sim que levou a serio. Parabens.
    Agora vamos ao que eu achei no texto:
    Christofer a abraço e pulou de costas... faltou um "u" ai, Balta.
    De resto, algumas virgulas que eu poria, mas nada que comprometa. Show.

    So nao pego o batata agora pq estou em processo de mudanca para uma casa nova, meu barraco ta parecendo um campo de querra. :-p

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  3. Opa, valoriza com z, Nanda burra.
    Bad, bad. No donuts for me. Kkkk

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  4. Alguém se habilita ou posso pegar essa BatataQuente agora de novo?

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  5. Eu escrevi, depois foi o Balta...então eu acho que você pode fazer agora. =]

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