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Desafio especial para a Olhos!
Olhos....tive uma inspiração essa semana e comecei um texto. Como não consegui continuar lembrei de você. Conto com a sua criatividade.
" O verão não dava trégua. O suor escorria-lhe pelas costas encharcando o cós de seu jeans. Mesmo ao luar, parecia afogar-se no deserto a cada novo impulso do machado sobre o solo seco. Mas enfim a cova já parecia funda o suficiente pra acolher o conteúdo inesperado da noite.
-Ele merecia.
Ela repetia essa frase como um mantra para aliviar a culpa que a assolava."
" O verão não dava trégua. O suor escorria-lhe pelas costas encharcando o cós de seu jeans. Mesmo ao luar, parecia afogar-se no deserto a cada novo impulso do machado sobre o solo seco. Mas enfim a cova já parecia funda o suficiente pra acolher o conteúdo inesperado da noite.
-Ele merecia.
Ela repetia essa frase como um mantra para aliviar a culpa que a assolava."
E então Olhos? Aceita?
2 comentários:
Só para deixar registrado para a posteridade, a resposta da Olhos:
ResponderExcluirLoucura
" O verão não dava trégua. O suor escorria-lhe pelas costas encharcando o cós de seu jeans. Mesmo ao luar, parecia afogar-se no deserto a cada novo impulso do machado sobre o solo seco. Mas enfim a cova já parecia funda o suficiente pra acolher o conteúdo inesperado da noite.
-Ele merecia.
Ela repetia essa frase como um mantra para aliviar a culpa que a assolava."
Na verdade gostava dele, bem no fundo gostava, apesar de tudo que ele já fizera. “mas, isso foi inevitável!” gritava em pensamento. Como poderia carregar a culpa por uma morte pelo resto de sua vida? Isso seria doloroso demais. O que seu marido pensaria, o que seus filhos pensariam! Ah deus, quando descobrissem, a julgariam, a condenariam, e ela não suportaria isso, não suportaria ver as pessoas que mais amava a olhando com despreso, a olhando como uma assassina.
Depois de depositar o corpo na cova ainda ficou observando mais o pouco.
- Ele merecia... ele merecia... - tentava convencer a si mesma enquanto fitava aquele corpo gélido e sem vida.
Inevitávelmente começou a recordar tudo que passaram juntos, muitos maus momentos, alguns apenas bons, mas seus filhos, ah, eles sim o amavam, o amavam tanto. Como pôde deixar que eles se apegassem tanto? Ela sabia que um dia isso aconteceria, não tinha paciência nenhuma com ele!
Nesse dia, depois de tanto estress, perdeu de vez a paciência, e o matara a golpes de faca, já que estava preparando o almoço naquela hora. Um calafrio horrivel transpassou seu corpo quando lembrou do momento em que deferia os golpes, o suspiro final...
Virou o rosto rápido, não queria continuar olhando para o corpo imóvel, nesse momento a culpa lhe assolava totalmente, ela sentiu mais forte do que nunca que não deveria ter feito aquilo, lágrimas começaram a escorrer, ela olhou para a sua casa, que ficava a uns 100 metros dali, onde aquele deserto terminava e uma pequena cidade se erguia. As luzes estavam apagadas, todos dormiam. Ela havia escondido o corpo para enterrá-lo a noite, sem que ninguém percebesse.
Agora, olhando para a casa, lembrando de tudo, recordando o sorriso dos filhos e do marido sempre que o viam, ela estava enlouquecendo, e sabia bem no que a loucura a levaria.
- Não posso... meu amores... eu os magoei demais, quando souberem o que aconteceu... jamais me perdoarão, não suportarei... não suportarei...
Olhou uma ultima vez para o corpo e pegou novamente o machado, tinha o coração extremamente pesado, e na cabeça a certeza de que não voltaria para casa.
No dia seguinte foram os filhos que a encontraram, um casal de crianças, o menino com 10 e a menina com 12 anos, encontraram a mãe caida no deserto, não longe da casa, com uma fenda na cabeça, sangue já seco por todo o chão ao redor da cabeça, um machado ensanguentado caído ao lado e uma cova, onde jazia também morto o cachorro de estimação da família, que estivera com eles desde o nascimento da menina, e que a mãe matara num momento de loucura, loucura que também a levou a tirar a própria vida...
Uma LOUCURA mesmo essa estória, mas bem escrita.
ResponderExcluirParabéns Olhos!
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