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Moleque

Posted by Olhos Celestes on 27 de junho de 2012 19:16 in , ,
Aqui vai o texto com as outras 5 palavras que o Baltazar me deu em off...
Palavras: Chiclete, trambolho, lascivo, envergou, carece.
Ps: não deu tempo de revisar :(

Moleque

- Eita menino safado, volta aqui com minhas frutas!
O menino, descalço, descabelado e com as roupas aos trapos, corria em disparada levando em mãos duas maçãs e um abacate. Ele atacara de novo. Todos na região conheciam ele, garoto magro de 10 anos, pele queimada de sol, tinha família, mas os pais não podiam com ele, menino escorregadio, mentia e desmentia e os pais nunca sabiam pra que bandas ele andava, só depois quando as contas chegavam... lascivo como só ele, “roubava” de tudo nas barracas dos comerciantes, mas como todos sabiam quem eram seus pais a conta de tudo que roubara sempre chegava.
Os pais já não sabiam o que fazer com a criança, cuidavam bem dele, mas ele custava a andar como um garoto ajeitado, dava um jeito de rasgar as roupas no primeiro dia de uso, os sapatos sabe deus onde enfiava, e sabia que seus pais dariam qualquer guloseima ou brinquedo que pedisse, não eram pobres, mas ele insistia em roubar, pegar tudo e de todos sem autorização. Como segurar aquela peste?
- Eu não aguento mais esse trambolho de menino! – Seu pai gritou com sua mãe num momento de fúria. Era de fato um pai muito amoroso, mas volta e meia tinha que desabafar, ora, quem não se estressaria? Porém jamais levantara a mão para o filho.
Mas justo num desses dias em que desabafa com a mulher, Augusto estava chegando em casa no exato momento, e ouviu tudo. Não chorou, não ficou triste nem magoado, mas teve raiva, muita raiva de seus pais. Sem entender direito as coisas da vida ele resolveu dar o troco e saiu de fininho de volta a rua, e não apareceu mais em casa.
Virou muito mais escorregadio do que se podia imaginar. As contas de seus furtos continuavam chegando, e seus pais desesperados pela sua falta, a cidade inteira já sabia de seu sumiço, mas quando ele aparecia para cometer outro delito ele sumia tão rápido quanto apareceu e ninguém conseguia segurá-lo ou saber para onde ia.
Um dia, numa banca de revistas, ele foi pego roubando um chiclete, e, como a banca era pequena e com uma só saída, o dono foi rápido e trancou-lhe a passagem, o garoto se viu enrascado, e pra piorar o dono da banca, sabendo de tudo que o moleque aprontava, envergou na frente do menino uma vara que tinha escondida atrás do caixa por precaução.
- Já chega de tanto aprontar menino! Agora vou te dar a surra que a tanto tempo seus pais deveriam ter dado.
O menino olhou para ele apavorado, e ele não se importou, deu três boas varadas na bunda do menino, que gritou desesperado, não pela dor, mas achando que assim alguém puniria o dono da banca.
Com a confusão de fato muitas pessoas se aglomeraram para ver o que acontecia, mas ninguém impediu o senhor, nem mesmo o delegado da cidadezinha que estava por ali, ele mesmo sabia o quanto o garoto era terrível e como não respeitava nem os próprios pais. Mas ao final da surra de vara ele se encaminhou até o menino, que o olhou esperançoso.
- Então garoto, o que faremos com você agora? Será que te levo preso por todos os seus roubos? – Disse para assustá-lo ainda mais.
- Não carece não seu guarda, - Ele disse entre lágrimas e esfregando a bunda. – eu já aprendi a lição, vou pra casa, eu juro que vou pra casa e vou ser um menino muito comportado de agora em diante...
E lá foi o menino caminhando pela praça da cidadezinha em direção de sua casa, esfregando a mão na bunda. A surra não fora forte, provavelmente nem deixara marca, mas como o menino nunca tinha apanhado na vida o susto valera muito mais que uma surra de verdade, e seus pais ficariam muito felizes quando Augusto chegasse em casa e contasse o ocorrido.


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3 comentários:

  1. Sem essa de psicologia infantil. Sou da época que uma boa chinelada na bunda resolvia tudo!
    Não cresci revoltada e tenho uma ótima educação. Ás vezes, o que uma palavra não resolve, uma boa palmada resolve. Que fique claro que espancar não pode. É 1 tapa apenas, e na bunda (onde é mais acolchoado, rs).

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  2. Também concordo Nanda, umas palmadas não fazem mal nenhum. Minhas meninas já tiveram boas marcas de dedos no bumbum rsrsrsr.
    Bom texto Olhos.
    Curti :)

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  3. Que muleque folgado.
    Como minha mãe dizia: nem bati, só tirei poeira. XD

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