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Meu Primeiro Desafio!
A cordilheira Roddenberry era linda, principalmente no inverno. Toda a neve que caía em seus cumes fazia cada montanha ter sua própria beleza. E no alto da montanha mais alta ficava o castelo de inverno dos Bakers, uma família milionária do sul da Califórnia.
Todo inverno eles iam ao seu castelo no Canadá para aproveitar as férias dos dois filhos: Gerald e Lucy.
Lucy era uma garota rica, mimada e popular, símbolo vivo da futilidade e do amor às aparências. Como os pais, era loura, dos olhos extremamente verdes e era completamente linda.
Já seu irmão, Gerald, tinha de tudo para ser daqueles riquinhos esnobes que se consideram melhores que os outros, mas não era esnobe, ele era na verdade, o irmão revoltado. A ovelha negra da família. No auge de seus 17 anos, o garoto fumava e bebia demais, além de sair por aí com roupas rasgadas, cabelo arrepiado e ouvindo rock. Isso era um desgosto para seus pais.
Era a típica família rica americana: pais que só fingem se amar para não sujar o nome da família, a filha perfeita ganhadora de concursos de miss e o filho revoltado que só faz burrada.
No último inverno, todos foram forçados a ir ao castelo. Os pais haviam discutido gravemente e até pensavam em divórcio. Os filhos, sempre brigando. Mesmo assim, foram.
Na primeira noite, ouviu-se um barulho como o de árvores caindo no meio da floresta que existia atrás do castelo. “Deve ser o vento”, pensaram. Até que no dia seguinte, quando finalmente fizeram as pazes, decidiram sair pra esquiar, e se depararam com um bilhete escrito em sangue dizendo:
“Até amanhã devem sair
Se não querem ter um fim
Um fim trágico e assustador
Que ninguém quer pra si”
Ninguém ligou, acharam que poderia ser uma brincadeira de adolescentes desocupados que acampavam em alguma cabana próxima. Passaram o dia esquiando, e (à) a noite comeram fondue e foram dormir.
Acordaram no dia seguinte e havia outro bilhete, dessa vez escrito com recortes de jornal e manchada de sangue na beirada:
“Meu aviso anterior vocês ignoraram
Agora, uma maldição surgirá.
Com vosso sangue regarei a terra
Cuja uma aberração nascerá”
“Outra brincadeira”, concluíram.
Até que chegaram 19 horas e começava a escurecer na cordilheira. Gerald ouviu gritos vindos da floresta e foi lá checar. Não havia nada. Nesse momento, viu um borrão preto passar correndo por ele em direção á entrada da casa. Assustado, se virou e foi correndo até lá.
Ao entrar, se deparou com seus pais pendurados no teto. Enforcados. Após o choque, percebeu que Lucy não estava lá. Pegou o revólver escondido na estante da sala, colocou a munição e saiu em busca da irmã, pronto pra se proteger a qualquer momento. Apesar das brigas, ele a amava e queria salvá-la.
Após meia hora de procura, encontrou Lucy encolhida no closet de um dos 15 quartos do castelo, no topo de uma das torres. Pegou ela pela mão e tentou levá-la até o carro, mas ela estava assustada demais para qualquer coisa. Dizia:
-Ele era horrível Gerald, horrível. Tinha corpo humano, mas o rosto estava desfigurado pela ira. Os olhos vermelhos injetados de sangue miravam o nada, e mesmo assim ele matou nossos pais. Ele disse que uma morte justa me aguardava que eu precisava pagar por quem eu humilhei. Disse que iria pegar os objetos pra me matar, me pegou pelo pulso e ia me levar com ele, mas puxei meu braço e vim correndo pra cá. Ajuda-me irmão, por favor!
Gerald desceu para o alçapão que havia sob o castelo e deixou Lucy lá, pensando que ela estaria segura. Foi buscar um outro revólver no escritório para poder entregar para Lucy. Quando voltou ao alçapão para dar o revolver para Lucy, seu rosto estava desfigurado por tantos cortes e havia um buraco em seu peito, bem onde deveria estar seu coração. Ela tinha uma etiqueta bem apertada no pescoço, escrito “0.99 centavos. COMPRE-ME” em letras garrafais.
Já passavam das 21 horas e Gerald não sabia o que fazer. Foi até o carro e virou a chave, mas o carro não deu partida. Tentou diversas vezes e nada do carro funcionar. Desesperado, o garoto pegou a moto e saiu pra estrada, dando graças que ela havia funcionado. No meio da trilha que levava à estrada principal, Gerald parou a moto. Ele estava ouvindo o barulho de um motor em alta velocidade vindo até ele. Olhou para trás e deu de cara com o carro da família vindo de encontro á ele. Foi dar partida na moto e a mesma não pegou desesperado e sem ter pra onde fugir, ele ficou parado no meio da trilha, apenas esperando o carro o atingir.
Com menos de 1 metro de distância o carro parou, e dele desceu um homem de terno preto, olhos vermelhos e um rosto mergulhado em raiva e rancor. Ele empunhava uma espada afiadíssima. Com muita desenvoltura, começou a dizer:
-Há anos que eu não sentia o gostinho de acabar com algumas vidas. É revigorante, você deveria experimentar. Enfim, você deve estar se perguntando quem sou eu. Prazer: Jeff White.
-Jeff White? Espera um pouco, você não é aquele empresário famosíssimo desaparecido há muitos anos?
-Sim meu caro, esse sou eu. Todos me davam como morto, não é? Pois eu não estou. Há algo em torno de uns 20 anos, fui raptado por um maníaco. Luke, era o nome dele. Luke Johnson. Aliás, ele morava no castelo, sabia? E me manteve lá por 18 anos...
-O castelo que eu estava?
-Sim, o castelo que a sua família roubou de mim há dois anos!
-Mas nós não o roubamos, nós compramos o castelo!
-Aquele lugar não é só um castelo pra mim, lá se tornou meu lar!
-Mas como? Como você foi sequestrado? Por que tanto ódio?
-Eu tinha vindo esquiar por esses cantos e Luke me sequestrou e tentou me matar. O maníaco morava no castelo vocês. Até que há dois anos ele decidiu vender o castelo, e vendeu para os seus pais. Mas eu estava escondido no sótão até aquele dia, o dia da venda. Então fugi para o meio da floresta. Querendo ou não, eu tinha aquele castelo como uma casa, após o meu sequestro e tudo o mais. E além de ficar sem lar, ainda perdi para uma família esnobe com o a sua. Passei esses dois anos observando-os todas as férias e planejando a vingança. Construí uma pequena cabana para eu morar, afinal eu tinha que ter um teto.
Você deve estar pensando, caro Gerald, como o maníaco não descobriu que eu estava vivo e como me alimentei durante esses 18 anos trancafiado lá. Pois então, quando ele saía do castelo, eu subia as escadas e pegava alguns mantimentos. Eu só sobrevivi por ele achou que me mataria com uma facada na barriga. Eu desmaiei e ele me jogou no porão. Mas acordei, a ferida cicatrizou com o tempo. No dia antes de a sua família trazer algumas coisas para o castelo, Luke foi tirar meu "corpo" do porão, e eu o esfaqueei. Desde esse dia, não mato ninguém. Até hoje.
-Você é louco! É igual ao seu sequestrador!
Ao ouvir essa frase, Jeff golpeou Gerald com a espada, rasgando sua blusa e ferindo-lhe no peito. O sangue escorria e empapava a blusa do adolescente.
-Agora, após tempos aguentando sua família repugnante e fútil, posso me vingar e recuperar meu canto nas montanhas. O bilhete fora apenas uma distração. Eu sabia que eram orgulhosos demais pra dar atenção a bilhetes. Então agi. Enforquei seus pais para eles aprenderem que falar não vale nada, que coisas ditas da boca pra fora são inúteis. Afinal, todo sabem que o casamento deles era apenas de fachada. Agora não forjarão mais nada. Sua irmã, bom, a “perfeita” Lucy Baker, fútil, manipuladora, narcisista. Ela precisava aprender que poucas coisas importantes são conquistadas com beleza. Sem beleza e sem coração, agora ela não ganhará mais nenhum concurso. E você meu caro, você... Você é o único que eu aturo na família. Ou melhor, ex família. Você, todo revoltado com tudo e com todos, tem o dom de ser como eu: UM JUSTICEIRO.
-Não quero ser como você, seu sujo! Louco!
Com essas acusações, Gerald reviveu mais ainda a ira de Jeff. Com um único golpe, Jeff cortou a cabeça do garoto fora, regando todo o chão com seu sangue. A profecia havia se cumprido. Uma aberração sedenta por sangue acabara de nascer. Jeff acabou se tornando como seu sequestrador: desvairado e assassino. Cego pelo desejo de vingança, ele se tornou assustadoramente um amante da morte.
Depois desse dia, todos que visitam o castelo são mortos na mesma noite."
5 comentários:
Rapaz... Um castelo tão lindo e cenário de uma estória tão sombria...
ResponderExcluirTem algumas coisinhas para corrigir, mas achei que você soube contar a estória. Alguns trechos particularmente me chamaram a atenção:
"Toda a neve que caía em seus cumes, fazia cada montanha ter sua própria beleza" - Putz, isso foi megapoético! Gostei MUITO!
Em alguns momentos, acho que você deveria ficar atenta à conjugação em algumas formas verbais. Por exemplo: "pegou ela" - pegou-a
Tem uma repetição (aliteração é o nome correto) nesse trecho:
"deixou Lucy lá... para entregar para Lucy..... dar o revolver para Lucy" Nesses trechos, você pode substituir algumas vezes por pronomes para não ficar repetitivo.
Pelo que eu entendi na estória, Jeff só tinha assassinado o maníaco que o sequestrou, mas nesse trecho ele fala: "não sentia o gosto de acabar com algumas vidas". Ele chegou a matar mais gente?
Acho que você comeu o "de" nesse pedaço: "O maníaco morava no castelo vocês"
Tem um trecho desconfigurado, diferente do restante... Tenta entrar no blogspot e selecionar tudo copiar e colar no bloco de notas e depois colar de volta no blogspot. Foi isso a única coisa que funcionou quando o meu texto desconfigurou...
Tem um problema com diferença de tempo verbal aqui:
"O bilhete fora apenas uma distração. Eu sabia que eram orgulhosos demais pra dar atenção a bilhetes. Então agi."
Você misturou pretérito mais que perfeito, com pretérito perfeito... "fora" / "sabia" / "agi"
Também gostei desse pedaço: "Cego pelo desejo de vingança, ele se tornou assustadoramente um amante da morte.". Tensoooooo!!!
Enfim, gostei da sua primeira estória, mas fiquei com medinho! Já sei que se um dia eu viajar para fora, não vou arriscar ficar em nenhum castelo, eles sempre tem estórias macabras!
Realmente gostei da estória Giulia! Se sua intensão era provocar o medo, vc conseguiu! O mais interessante nesse tipo de desafio é justamente a diferença de ideias e percepções que uma mesma imagem pode dar para cada pessoa. Como disse a Sammy, um lindo castelo nessa topografia maravilhosa só teria me inspirado uma estória linda e mágica. Mas para vc foi diferente, por isso me surpreendeu.
ResponderExcluirExistem alguns errinhos no texto mas acho que a Sammy já cobriu todos em seus comentários.
Uma dica de postagem para configurar os textos:
Vc copia e cola seu texto não é? Depois disso, seleciona todo o texto e clica naquele ícone (à direita) que é um "T" com um "x" vermelhinho. Ele vai tirar toda a configuração original do texto pra vc conseguir fazer a configuração para o blog. Ainda com o texto selecionado, escolha uma fonte e clique também em tamanho "NORMAL" que é o normal rsrsrsr. Pode colocar grande tbm se quiser, porém nunca coloque pequeno pq fica muito difícil ler.
Espero que tenha ajudado Giulia!
PARABÉNS PELO TEXTO!!!
Giulia! Ótima estreia no blog, um conto bem negro, rs.
ResponderExcluirAchei que os argumentos foram apresentados meio que na correria, mas até que eu gostei deles. Vc tem bastante criatividade, hem?
Achei alguns errinhos bobos no texto:
" Ele disse que uma morte justa me aguardava que eu precisava pagar por quem eu humilhei." - tá faltando uma vírgula depois de aguardava, não tá não?
"Foi buscar um outro revólver no escritório para poder entregar para Lucy. Quando voltou ao alçapão para dar o revolver para Lucy," - revolver e revolver muito perto um do outro.
"Foi até o carro e virou a chave, mas o carro não deu partida. Tentou diversas vezes e nada do carro funcionar." - carro 3 vezes, em sequencia. Melhor usar um sinônimo, não?
"Foi dar partida na moto e a mesma não pegou desesperado e sem ter pra onde fugir" - pegou. Desesperado e sem ter para onde fugir...
"O maníaco morava no castelo vocês. " - O maníaco morava no castelo DE vocês.
"E além de ficar sem lar, ainda perdi para uma família esnobe com o a sua" - COMO a sua.
"Eu só sobrevivi por ele achou que me mataria com uma facada na barriga" - por QUE ele achou...
"Afinal, todo sabem que o casamento deles era apenas de fachada" - TODOS.
Ótima estreia!
Olá, Giulia! Vou engrossar o coro do "ótima estréia". Concordo com o que as meninas já disseram, pra mim o aspecto mais interessante de um texto é sair do previsível. Vc recebeu um belo e romântico castelo na neve e tingiu essa neve de sangue e ira. Perfeito! Parabéns!
ResponderExcluirE, dentro da intensão de criar medo, o texto ficou muito também. Ao final da história a gente pensa "ok, anotação mental: sem estadias em castelos, nunca se sabe..."
Que cara mais doido ein!!! Adorei a estória, assustadora!
ResponderExcluirComenta aê!