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Uma pequena fábula sobre o amor
Era uma vez.... uma mulher... gostaria de falar que era uma mulher linda, esplendorosa. Uma mulher excepcional, inteligente, culta... Nada disso se aplicava. Era uma mulher. Aproximadamente 3,4bi da população mundial é composta por mulheres. E ela, era apenas mais uma nesse mundo.
Esta mulher, não era sexy, não era sensual. Nem mesmo poderia se considerar um grande padrão de beleza. Tinha seu charme. Uns quilinhos a mais no corpo curvilíneo, pernas bem torneadas, pele branca e ligeiramente rosada. Um ar simpático e pueril. Cabelos longos, rosto arredondado e um olhar sincero e divertido.
Descrevo esta mulher para entenderem que ela era aparentemente, uma mulher comum. Convivia com seus amigos, era sociável, e de tempos em tempos, até tinha um namorado...
Mas essa mulher, tinha um problema... Ela não era capaz de amar. Então, não acreditava no amor. Tinha o coração fechado.
Ela não era sociopata! Ela tinha sentimentos! Era doce... carinhosa... gostava das pessoas e as pessoas gostavam dela. Mas ela sempre teve muito medo de se machucar. Policiou-se tantas vezes, que um dia percebeu que mesmo se quisesse, não seria capaz de amar alguém.
Ela não era sociopata! Ela tinha sentimentos! Era doce... carinhosa... gostava das pessoas e as pessoas gostavam dela. Mas ela sempre teve muito medo de se machucar. Policiou-se tantas vezes, que um dia percebeu que mesmo se quisesse, não seria capaz de amar alguém.
Teve várias paixonites. Considerava-se até mesmo meio ciumenta. E o mais engraçado, é que depois de um tempo, ela achou que queria conhecer o amor... Todas as vezes que engrenava em um relacionamento, pensava... é agora! Vou amar... Mas nenhum de seus namorados fazia aquilo que os grandes mestres da literatura diziam... Não tinha "friozinho na barriga" (só quando estava com fome!), nem "coração palpitante" (só quando esquecia o celular vibrando no bolso da camiseta do uniforme).
Ela tentava... Entregava-se aos relacionamentos, e mesmo exigindo em seus pensamentos um amor todo certinho e cheio de regras, estava muito longe de conseguir...
Achava, em sua ingenuidade, que o amor poderia ser fabricado... Uma pitada de beijos, outra de sexo, outra de carinhos e o amor estava pronto... Como ela estava enganada. O amor é espontâneo, é irracional, não se prende a situações pré-estabelecidas...
Por não encontrar o amor em um parceiro, esta mulher, decidiu entregar-se. Aos amigos... ao voluntariado... aos desconhecidos... às causas humanitárias... ela se entregava ao mundo, menos a si mesma.
Seguiu as instruções de Francisco de Assis e espalhou luz onde havia escuridão e desesperança... Foi paciente e bondosa, como aprendeu com Fernando Pessoa, deu sorrisos amorosos e estendeu sua mão por ensinamento de Madre Teresa de Calcutá... Mas nada era suficiente. Ela não conseguia sentir esse amor de que falavam tanto...
Não me refiro a amor ao próximo... Esse, ela tinha de sobra... mas um amor romântico.
Um belo dia... esta mulher sonhou... e em seu sonho, percebeu que o que ela tinha, na verdade era maldição... quantos corações despedaçara apenas por não querer se envolver? Lembrou especificamente de um rapaz, que fez de gato e sapato... Quanto tempo manteve o pobre apaixonado, alimentando sua paixão com migalhas. Será que ele teria lançado uma maldição? Ou seria ela mesma a campeã de auto-sabotagem?
Estaria ela pagando pelo que fez? Pagã que era, resolveu fazer rituais para Afrodite, a deusa do amor, pedindo para se apaixonar. Seus rituais não funcionavam... o que estaria faltando? o que estava errado?
Desistiu... desistiu do amor.. desistiu da vida... Foi ao seu lugar favorito para pensar, uma pedra no alto do Arpoador, em frente à Praia do Diabo no Rio de Janeiro.
Era lua cheia. Deveria estar concentrada em fazer um esbat para a Deusa-Mãe. Mas não fez... E ali, em prantos, fez um último apelo... Não pediu um amor... não pediu um namorado. Humildemente, pediu apenas que fosse restabelecido em seu coração, sua capacidade de amar. Passou a noite inteira chorando. Afrodite, compadecida de suas lágrimas, resolveu atender a esse sincero pedido...
Cansada de chorar uma noite de lágrimas, ela encostou a cabeça em uma pedra e cochilou. E mesmo dormindo por pouco tempo, seu sono foi profundo.
Acordou com o toque de alvorada do Forte de Copacabana na Praia do Diabo. Abriu os olhos devagar, e o mundo tinha um colorido todo especial. O amanhecer, recheado de tons alaranjados misturados ao azul d céu.. Ela ouviu os pássaros passando em revoada... sentiu o cheiro da maresia... Passou a enxergar com novos olhos.
E foi neste momento, que ela percebeu... Ela estava pronta para AMAR.
Não me refiro a amor ao próximo... Esse, ela tinha de sobra... mas um amor romântico.
Um belo dia... esta mulher sonhou... e em seu sonho, percebeu que o que ela tinha, na verdade era maldição... quantos corações despedaçara apenas por não querer se envolver? Lembrou especificamente de um rapaz, que fez de gato e sapato... Quanto tempo manteve o pobre apaixonado, alimentando sua paixão com migalhas. Será que ele teria lançado uma maldição? Ou seria ela mesma a campeã de auto-sabotagem?
Estaria ela pagando pelo que fez? Pagã que era, resolveu fazer rituais para Afrodite, a deusa do amor, pedindo para se apaixonar. Seus rituais não funcionavam... o que estaria faltando? o que estava errado?
Desistiu... desistiu do amor.. desistiu da vida... Foi ao seu lugar favorito para pensar, uma pedra no alto do Arpoador, em frente à Praia do Diabo no Rio de Janeiro.
Era lua cheia. Deveria estar concentrada em fazer um esbat para a Deusa-Mãe. Mas não fez... E ali, em prantos, fez um último apelo... Não pediu um amor... não pediu um namorado. Humildemente, pediu apenas que fosse restabelecido em seu coração, sua capacidade de amar. Passou a noite inteira chorando. Afrodite, compadecida de suas lágrimas, resolveu atender a esse sincero pedido...
Cansada de chorar uma noite de lágrimas, ela encostou a cabeça em uma pedra e cochilou. E mesmo dormindo por pouco tempo, seu sono foi profundo.
Acordou com o toque de alvorada do Forte de Copacabana na Praia do Diabo. Abriu os olhos devagar, e o mundo tinha um colorido todo especial. O amanhecer, recheado de tons alaranjados misturados ao azul d céu.. Ela ouviu os pássaros passando em revoada... sentiu o cheiro da maresia... Passou a enxergar com novos olhos.
E foi neste momento, que ela percebeu... Ela estava pronta para AMAR.
4 comentários:
Um texto belíssimo, e cheio de paradigmas femininos (na minha opinião são paradigmas)que muitas vezes são inconscientes. Impomos tantas regras em nossa vida para amar que é quase impossível obter o que se alcança. Assim como transmitiu seu texto, amar é abrir-se ao mundo e ver a beleza onde muitas vezes não há, porque o amor não é perfeito. Pelo contrário, quando abrimos o coração para o imperfeito...aí está o amor. Simples assim. :)
ResponderExcluirApaixonei pelo texto Sammy!
Meu Deus, que lindo, Sammy! Amei! Eu tb já me senti assim, desacreditando das pessoas, sem a capacidade de amar em profundidade... dá um vazio muito estranho.
ResponderExcluirVc escreveu com maestria, Sammy, foi poético, amei!
Eu gostei do texto, achei muito bonito e cheio de boas mensagens, as imagens também muito boas, gostei bastante!
ResponderExcluirMas.... a pedidos... achei alguns pelos nos ovos! kkkk
"não era sexy, não era sensual". Sexy e sensual eu sempre achei que era a mesma coisa... qual a diferença entre eles, tia Sammy?
Essa frase aqui:
"Ela tentou... juro que tentou. Entregava-se aos relacionamentos, e mesmo exigindo em sua cabeça, um amor todo certinho, cheio de regras. Ela queria mas estava muito longe de conseguir..."
Achei que ficou meio estranha. Eu, como leitora, não entendi direito o que vc quis passar.
Ela entregava-se aos relacionamentos mesmo na sua cabeça tendo regras para o amor... o que? qual a continuação do pensamento? Deu pra entender minha dúvida ou ficou confuso?
"Será que ele teria lançado uma maldição nela? Ou será que ela mesma fosse a campeã de auto-sabotagem?" Não tem que seguir o mesmo tempo verbal aqui? Me lembro mais ou menos de uma explicação que vc me deu sobre isso. Porque esse "fosse" ficou estranho aqui, gostei não.
"Cansada de chorar noite de lágrimas" acho que tá faltando algo aí... tipo... "cansada de chorar UMA noite de lágrimas" ou algo assim.
Amei as sugestões, Nanda!
ResponderExcluirVou lá corrigir.. Mas... como boa geminiana, não seria eu, se não refutasse alguns itens...
Então vamos às contestações:
1) Sexy e sensual, aparentemente são sinônimos. Mas não são na verdade.
A pessoa sensual, não necessariamente é bonita, mas ela tem um quê nela... Algo que chama a atenção sem que ela precise fazer nada para isso.
Já a pessoa sexy, também não é necessariamente bonita, mas aí é que surgem as diferenças entre uma e outra. A pessoa sexy, mexe em sua aparência para chamar atenção. Maquiagem, roupas decotadas... sacou a diferença?
Já estou fazendo as demais correções! Obrigada, querida!
Comenta aê!