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Dicionário de Palavrões!?!
Posted by PatyDeuner
on
5 de junho de 2013
06:00
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PatyDeuner
Navegando pela net essa semana, deparei com o lançamento de um dicionário no mínimo curioso, cuja primeira edição com 10.000 exemplares lançada no início de maio, teve um sucesso inusitado de vendas, esgotando-se em menos de um mês. É o “Pequeno Dicionário de Palavrões”, publicado pelo linguista francês Gilles Guilleron.
O linguista deixa claro que sua intenção é mostrar como uma linguagem essencialmente oral, que não é ensinada nas escolas nem utilizada na vida social, é transmitida entre gerações e consegue manter sua vitalidade, apesar de ser algo "subterrâneo e marginal, que geralmente exprime tabus, como o sexo". Em sua avaliação, os palavrões têm a "virtude de aliviar o estresse e a agressividade" e representam uma "prova de evolução das relações sociais".
É claro que muitos devem ter visto essa reportagem publicada em maio desse ano, mas queria compartilhar aqui no blog para podermos realmente pensar sobre o assunto. Como pode um tema sobre “palavrão” ser transformado em livro e ser um sucesso editorial?
Eu pergunto pra vocês: o palavrão é imoral e é contra todos os códigos de educação da sociedade?
“Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.”
Mas lembrem-se: há momentos e lugares em que arroubos descontrolados de palavreado obsceno podem te deixar em maus lençóis ou transformar você em um completo babaca mal quisto. Portanto...vê se não fala muita merda!
Se mais alguém quiser debater esse assunto, argumentar o que foi dito ou acrescentar suas opiniões, deixe seu comentário nesse post que adorarei interagir sobre o tema.
Só tenho uma última coisa a dizer. Se esse dicionário fosse dos palavrões brasileiros (precisaríamos de misericórdia!) eu com certeza compraria.
E você?
O linguista deixa claro que sua intenção é mostrar como uma linguagem essencialmente oral, que não é ensinada nas escolas nem utilizada na vida social, é transmitida entre gerações e consegue manter sua vitalidade, apesar de ser algo "subterrâneo e marginal, que geralmente exprime tabus, como o sexo". Em sua avaliação, os palavrões têm a "virtude de aliviar o estresse e a agressividade" e representam uma "prova de evolução das relações sociais".
É claro que muitos devem ter visto essa reportagem publicada em maio desse ano, mas queria compartilhar aqui no blog para podermos realmente pensar sobre o assunto. Como pode um tema sobre “palavrão” ser transformado em livro e ser um sucesso editorial?
Em minha opinião a resposta é muito simples: falar palavrão é humano, faz parte da nossa sociedade há séculos e sua pronúncia só vem a confirmar nossa humanidade.
O palavrão pode ser sutil e brando, ou obsceno e grosseiro, variando de acordo com lugar, pessoa ou acontecimento. Acredito que nem os mais puritanos passaram pelo mundo sem ao menos pronunciar um palavrão, mesmo que de teor mais brando, como por exemplo, “merda”, que embora não seja exatamente uma palavra obscena, não deixa de ser ofensiva à pessoa ou coisa que lhe é direcionada. Mas no geral os palavrões são realmente grosseiros e possuem relação direta com sexo. Agora, vamos combinar, xingar com palavrões resume toda uma lista de coisas que você gostaria de dizer naquela hora...e o alívio é imediato!
Eu pergunto pra vocês: o palavrão é imoral e é contra todos os códigos de educação da sociedade?
Eu diria que sim, na minha humilde opinião. Mas há também o lado positivo. Xingar um palavrão sempre alivia nosso stress, desinibe nossas tensões e ameniza a agressividade. E podemos dizer que nos tornamos bem mais civilizados depois de um desabafo com palavrões.
Jorge Amado já fez a seguinte consideração sobre o palavrão:
“Considero que o chamado palavrão é uma palavra igual a todas as demais, que por uma circunstância qualquer tornou-se maldita; no fundo uma palavra vítima de preconceito.”
O conceito de palavrão é muito mais complexo do se imagina. O que realmente definiria uma palavra como palavrão? As opiniões podem ser muito contraditórias.
Voltemos à “merda” (nesse caso lhe pareceu ser um palavrão?).
Na frase: “Ele só faz merda.”, podemos tirar duas interpretações:ou ele é muito ruim nas coisas que faz (que teria o sentido pejorativo), ou ele faz o que todos nós fazemos... não é mesmo? Aliás, a palavra (ou palavrão) “merda”, é a mais rica da língua portuguesa, pois pode ter vários significados em várias situações diferentes. Por exemplo:
“Onde fica essa merda?” – Estamos falando de uma posição geográfica...
“Ele está na merda.” – É a afirmação da situação financeira de alguém.
“Puta merda!” – Pode ser tanto uma interjeição de espanto quanto de admiração.
É como nosso adorado Luiz Fernando Veríssimo fala na sua crônica "O direito ao Palavrão":
Jorge Amado já fez a seguinte consideração sobre o palavrão:
“Considero que o chamado palavrão é uma palavra igual a todas as demais, que por uma circunstância qualquer tornou-se maldita; no fundo uma palavra vítima de preconceito.”
O conceito de palavrão é muito mais complexo do se imagina. O que realmente definiria uma palavra como palavrão? As opiniões podem ser muito contraditórias.
Voltemos à “merda” (nesse caso lhe pareceu ser um palavrão?).
Na frase: “Ele só faz merda.”, podemos tirar duas interpretações:ou ele é muito ruim nas coisas que faz (que teria o sentido pejorativo), ou ele faz o que todos nós fazemos... não é mesmo? Aliás, a palavra (ou palavrão) “merda”, é a mais rica da língua portuguesa, pois pode ter vários significados em várias situações diferentes. Por exemplo:
“Onde fica essa merda?” – Estamos falando de uma posição geográfica...
“Ele está na merda.” – É a afirmação da situação financeira de alguém.
“Puta merda!” – Pode ser tanto uma interjeição de espanto quanto de admiração.
É como nosso adorado Luiz Fernando Veríssimo fala na sua crônica "O direito ao Palavrão":
“Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.”
Mas lembrem-se: há momentos e lugares em que arroubos descontrolados de palavreado obsceno podem te deixar em maus lençóis ou transformar você em um completo babaca mal quisto. Portanto...vê se não fala muita merda!
Se mais alguém quiser debater esse assunto, argumentar o que foi dito ou acrescentar suas opiniões, deixe seu comentário nesse post que adorarei interagir sobre o tema.
Só tenho uma última coisa a dizer. Se esse dicionário fosse dos palavrões brasileiros (precisaríamos de misericórdia!) eu com certeza compraria.
E você?
7 comentários:
"Praguejar em francês é limpar a bunda com seda"
ResponderExcluirAcho que eu compraria, pelo menos pela curiosidade :D
Hoje ainda comentei em minha página sobre a intensidade de um palavrão. Um dicionário deles deve ser extremamente intenso... rsrs..
ResponderExcluirRaíssa
http://livrosromanticos.blogspot.com.br/
Todos falamos em algum momento palavrões, eu confesso que falo mais na minha mente do que da boca pra fora.
ResponderExcluirNão compraria esse dicionário, não vejo porquê comprar.
Claro, que se tivesse um aqui em casa eu poderia foliar, deve ser no mínimo divertido ler formalmente o significado de "porra", se é que dá explicar isso.
Muito interessante, Paty! Eu com certeza me interessara em um dicionário desses para língua brasileira. Ainda mais em tempos em que os palavroes estão até na mídia! O.O Acompanhei um diálogo na novela Sangue Bom ontem, em que fora usadas as expressões "é o cacete" e "seu bostinha". Pode isso na novela das 19 horas? Tem criança assistindo! Aff, depois a mãe pergunta onde aprendeu isso...
ResponderExcluirEu não compraria, porque eu já conheço todos os palavrões que eu preciso, rs. E quando eu preciso de algum mais "pesado" simplesmente eu engreno 2 ou 3 em sequencia, kkk.
ResponderExcluirA-DO-REI!!!
ResponderExcluirÓtima matéria Paty, muito rica (em merda, ou nao kkkkkk)
Sério, foi boa! Eu admito q falo muito palavão, mas só em casa, ou fora de casa mas quando não estou perto de ninguém que possa ouvir e me fazer sentir constrangida. Realmente dá um alívio, caramba!
Só tem que tomar cuidado, xingar coisas é normal, mas xingar pessoas, aí pega pesadasso e magoa mesmo :s
Eu acho q compraria, mais pela curiosidade e pela "diversão" q seria ter um dicionário de palavrões em casa ^^
Fico com a Marcinha/Denize que comprariam ou com a Nanda que acha que já conhece todos os palavrões que precisa?
ResponderExcluirO livro não se contenta a ensinar só palavrões e xingamentos, ele também ensina a insultar... E nem todo insulto a alguém é necessariamente um palavrão...
Acho que é quase aquele lance da pessoa ser tão convincente que se mandar alguém à merda é capaz de no fim ela até te agradecer?
Acho que fico com a Nanda. Não compraria, já conheço mais palavrões até do que devia! (Mas... Pegaria emprestado facilmente com a Marcinha e com a Denize, rss!!!)
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