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Resposta ao desafio da paty
Posted by Lívia Marques
on
29 de maio de 2012
10:21
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aquecimento solar,
destruição,
guerra,
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Terra
Ano de 2083. As florestas devastadas, o derretimento da
calota polar, as guerras pelo último aquífero, o aquecimento solar ... Estamos
vivendo uma época de caos,como nunca se viu antes. Esperamos um milagre a cair
do céu, mas do céu só os mísseis teleguiados apontados estrategicamente para os
locais de destaque do globo. Todos têm medo, aqueles que não têm vivem nos
manicômios esquecidos de suas identidades e de seus passados, por isso não dão
conta do seu presente. Talvez assim eles sejam os mais felizes... Por todo o
lado pipocam hordas de rebeldes, requerendo seu quinhão de alimentação, de
terras, de armas, de montaria e do que for para se por em segurança e para
lutar para conseguir seu lugar ao lado dos grandes. Só assim teriam chance de
se equivalerem aos grandes lutadores para obter um lugar de destaque quando o
caos acabar. Houve uma lenda de um grande soldado dos rebeldes que desafiou uma
legião de soldados da cavalaria motorizada. Ele sozinho conseguiu destruir o
galpão de armamento dos fascistas com uma grande explosão e fugiu a cavalo,
deixando os motoqueiros a comer poeira. Não se sabe se é lenda ou verdade, mas
dá certo gostinho de vitória toda vez que a ouvimos. Aqui tudo é racionado:
pão, leite em pó, água, legumes desidratados, carne seca, ovo em pó, até o
vinho e a cerveja para os soldados. Quando acabar não sei onde vão buscar
ânimo, pois até das mulheres eles enjoaram. Estão com a moral muito baixa, pois
sabem que aonde chegaram não tem volta o que foi destruído não mais se regenera.
Daqui pra frente é aprender a viver num planeta sem árvores e água racionada.Para todos nós vai ser difícil, mas
como vamos explicar aos nossos filhos que ainda não nasceram que o planeta
deles não era assim? Com o que vamos comparar as árvores e os rios e os
pássaros e toda a natureza que se foi?Isso vai ser muito triste. Por que não
pensamos nisso antes? Será esse realmente nosso final? Pelo menos estamos
verdadeiramente aprendendo viver em grupos sociais, cada grupo é responsável
por um serviço para a comunidade, seja o da cozinha, limpeza, estrebarias, ou
outro qualquer. Acho que o pior é o da plantação, pois a terra já se recusa a
dar alguma coisa. E precisamos comer. Os animais sumiram, ficaram só os
domésticos e há notícias de grupos desgarrados a comer a si próprios por falta
de opção. É horrível dizer isso, mas acho que também chegaremos lá. Quando a
fome assola o estômago, as pessoas ficam loucas, acham que suportam tudo, mas a
fome não. Se pelo menos não houvesse a guerra. Já é ruim o bastante viver em um
mundo destruído por nossas próprias mãos e agora vem os grandes governantes
instalar o caos em nosso mundo, lutando para conseguir o restinho da água que
resta.Eles que nunca se importaram em salvaguardar nem a água nem a terra nem
as florestas, agora requerem para si tudo o que restou como se fosse de direito.
É isso que ferve no sangue dos rebeldes. Apesar de a maioria dos rebeldes
sonhar em obter reconhecimento no final do caos. No fim são todos da mesma
corja, não tem diferença. Só podemos confiar em nós mesmos.Afinal já é hora de
aprender a viver e trabalhar sozinhos, em nossos grupos, sem a liderança de nenhum
ditador a nos mandar obedecer suas ordens. Agora pelo menos somos mais livres
do que antes. Acho que é mesmo o nosso fim. Agora é confiar na salvação eterna,
na misericórdia do grande pai dos pais, para que não soframos muito neste
martírio que vai ser a vida na Terra.
5 comentários:
Nossa Lívia, arrepiei com a ideia de final para o mundo assim. Fiquei imaginando o quão perto poderíamos chegar disso na realidade. E olha que acho que poderia acontecer assim mesmo...
ResponderExcluirEnfim, o texto está ótimo. Rico em conteúdo, forte em emoções.
Devo confessar que esperava algo bem mais simples, como a narrativa de uma cena de ação hollywoodiana rsrsrsrs. Mas você caprichou e transformou a cena em algo bem mais profundo, como um protesto, um alerta.
Parabéns
Caramba Paty! que aflição. Sua estória me remeteu (apesar de serem muuuuuuito diferentes) a BlackOut, creio ser de Marcelo Paiva. Remeteu-me ple aflição que tive enquanto lia. Pela possibilidade em estar num lugar assim. A maneira convincente como você escreveu o texto, me colocou no cenário e me fez sofrer!...rs
ResponderExcluirExcelente texto, garota!
Amei!
Realmente nao duvido nada que a gente acabe assim mesmo. Infelizmente.
ResponderExcluirÓtimo texto,realmente surpreendente e cheio de acontecimentos interessantes!
So tenho 1 coisa a dizer: viva la revolucion! ;-)
Telam querida o texto não é meu, é da Lívia! Direitos registrados! kkkkkkkkk
ResponderExcluirai cacete!!!!
ResponderExcluirme perdoa Lívia!!!!
Paty... estou trasnferindo todos os elogios para a Lívia!!!
puta merda, Telma Anta!
kkkkkkkkkkkkk
Comenta aê!