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Dê Tempo ao Tempo!
Oie genteee... Esta é a resposta ao desafio da Telma.
Paty, sei que me desafiou antes e peço desculpas por estar respondendo ao desafio da Telma primeiro, mas é por que achei um pouco mais fácil, sua imagem é inspiradora demais e quero fazer um texto totalmente empolgante com ela, enfim, na verdade quero ver se retorno um pouco as minha origens escrevendo sobre aquela imagem, e isso pode me tomar um pouquinho mais de tempo para me inspirar...
Enfim, vamos a resposta. A imagem que escolhi:
Dê Tempo ao Tempo
“Deuses, Senhores do Universo,
por favor me ajudem nesse caso perdido, eu não sei mais o que fazer, estou
prestes a cometer um grande erro, vocês o sabem, se minha amada não me perdoar
eu vou... não, não posso colocar a culpa nela, a culpa é minha! Ah, por favor
me digam um jeito de concertar tudo, como fazer para ela me perdoar?”
As lágrimas escorriam pelo seu
rosto pálido enquanto orava, ajoelhado ao lado da cama, os olhos inchados, um
retrato dela em mãos. Há três dias não dormia, não comia ou bebia direito,
tendo apenas beliscado umas bolachas quando sentiu q ia apagar de fome no dia
anterior, e o único banho q tomara desde então fora um banho gelado, assim que
chegou na casa do amigo na noite em que tudo aconteceu, tentando acordar de seu
pesadelo.
A amava mais que tudo, não
entendia como pudera ser tão burro, como pudera deixar aquilo acontecer, foi
uma besteira, mas uma besteira que talvez ela nunca perdoaria, e nem deveria,
foi seu erro mais fatal...
Bebeu... ela havia pedido pra que
nunca mais bebesse, ele achou que duas latinhas de cerveja e uma dose de whisky
não fariam mal algum, já fazia tanto tempo que não bebia. Chegou em casa
achando que ela entenderia, mas ela não quis saber “Você prometeu que não faria
mais isso, não prometeu?!” gritou com ele. Infelizmente a dose de whisky o
deixara um pouco alterado também, começaram a discutir, ele nem mesmo se
lembrava sobre o que exatamente falavam, lembra-se apenas do momento em que a
deu um tapa no rosto, não foi forte, ele sabia, mas não importava...
lembrava-se do olhar dela, de terror, ela começou a chorar descontrolada e
disse que não queria vê-lo mais, colocou-o para fora de casa. Rafael, sem saber
o que fazer ou pra onde ir, ficou vagando algumas horas sem rumo, até que um
conhecido o encontrou e o levou para casa, deixando-o dormir lá até fazerem as
pazes... coisa que Rafael sabia, seria impossível. Jamais tratá-la com tamanha
grossura e maldade... justo ela que era tão maravilhosa para ele...
“Deuses... Deuses... me digam o
que fazer! Não vou aguentar mais um dia sem ela! Sem seu corpo, seus lábios,
seus olhos, céus o seu sorriso...! Ela não me atende, não quer mais saber de
mim. Como me aproximar de volta e me redimir?” Pensava alto ao mesmo tempo que
clamava por ajuda, estava já tão desconcertado que não percebeu uma presença
atrás de si.
- Acha mesmo que merece o perdão
dela? – a voz soou como um trovão, ele ficou em pé num pulo e virou-se para
trás, o coração saindo pela boca com o susto.
- Que... quem...?
- Não questione quem sou eu,
questione a si mesmo se merece o perdão dela...
Aquela voz era assustadora, mais assustadora
ainda era aquela aparição. Um homem grande e velho, os cabelos e a barba
brancos e longos, mas os olhos eram de um menino, levava em sua aura todo o
conhecimento do mundo, pelo menos assim pensou Rafael.
- Você é um Deus...? – Rafael disse
baixo e lentamente.
- Aprenda! – a voz gritou com
ele, mas o velho mal mexia os lábios. – Não faça perguntas insignificantes. Meu
caro, você perdeu muito tempo de sua vida com coisas insignificantes, não
entendeu o que realmente importava algumas vezes, vocês humanos são quase todos
assim, depois se arrependem e correm atrás de ajuda divina, mas se tivessem
ocupado o tempo da forma correta, jamais precisariam de nós!
Rafael sentiu-se confuso com o
sermão, sentiu-se confuso com tudo. Será que estaria delirando de sono? De fome?
Ou mesmo de angústia? Por um tempo não disse nada, ficou fitando aquele velho
sábio.
- Responda... – o velho disse,
delicadamente dessa vez.
Rafael suspirou e baixou os olhos
para o retrato dela, as lágrimas voltaram com toda a força.
- Não... Eu não acho que eu
mereça o perdão dela. O que fiz foi horrível! Não suporto pensar que ela me
odeie, mas sei que ela está certa, eu mesmo estou me odiando demais.
- A verdade dói... mas é muito
bom que você reconheça a verdade, é o primeiro passo. Para amenizar seus
sofrimentos vou contar-lhe que ela não te odeia, ela ainda te ama mais do que a
qualquer um e acredito que te amará para sempre, mas sabe tão bem quanto você
que foi muito injusto o que você fez, e ela não pode tolerar injustiças. Porém também
está sentindo a sua falta, tanto quanto você a dela.
- Então... – Rafael tinha um
brilho de esperança no olhar. - o que devo fazer? Ela não fala mais comigo, já
tentei de vários jeitos, como vou me redimir com ela?
- Dando tempo ao tempo... aliás,
tempo que você não tem muito... você sofre de câncer meu rapaz. Vá a uma
consulta amanhã, tratar daquela dor de cabeça, o cansaço... lembra? Faça todos
os exames que lhe pedirem, verá...
Rafael o olhou assustado, temeroso.
Seria loucura?
- Mas não é disso que vim tratar,
certo. – continuou o velho. – Não adianta procurá-la até que ela esteja pronta
a te perdoar, e isso vai levar menos tempo do que você imagina.
- Quem é você afinal? E por que
está me dizendo tudo isso? – ele continuava assustado com tantas revelações.
- Eu sou apenas o Senhor do Tempo
meu rapaz, e não faço nada além de ajudar as pessoas que acho que precisam...
vocês dois têm uma história linda juntos, e seu tempo é curto. Você fez uma
burrada sem tamanho, mas ela te perdoará, porem isso pode acontecer tarde
demais pra você, e ela também sofreria muito com isso... eu entendo do tempo e
nesse momento só estou vindo até você para que você saiba que tem que se
tratar, não vou mentir, o tempo nunca mente, sua doença não tem mais cura, mas
se você começar a se tratar logo ainda pode ter muito tempo para viver com ela.
Neste momento estou mergulhando seu tempo num lago muito fundo, é a ultima coisa
que posso fazer para atrasar o relógio. O resto depende de você, e de tempo...
confie no tempo e ela irá te perdoar, e vocês ainda viverão juntos e felizes
por mais algum... tempo.
- Mas por quanto tempo!? – a voz
de Rafael soou assustada mas firme, ele voltaria a ficar com ela, isso era
maravilhoso, mas precisava saber quanto duraria.
Mas como resposta ouviu apenas o
ecoar de sua voz no quarto vazio, o velho se fora. Senhor do tempo ou apenas
sua imaginação? Não importava, agora entendia o que fazer.
5 comentários:
Olhos Celestes...
ResponderExcluirAgora eu sei a quem os dedos, mergulhando o relógio na água, na minha imagem, pertencem!
Eu amei toda a analogia... minha atenção ficou presa do início ao fim. Passei do estágio de raiva a pena por Rafael e tô aqui, ansiosa para dizer umas poucas e boas para ele, ao passo que coloco minha mão em seu ombro e digo que vai ficar tudo bem!
Carismático demais seu personagem.
Obrigada, por aceitar o desafio de dar vida à estática imagem.
beijos
Poxa, o nome do meu personagem é Rafael :( isso não vale.
ResponderExcluirTo de birra, estou me esforçando pra escrever e minha própria esposa (alma da minha alma) rouba meu personagem, mimimi.
Mas eu te amo, sua aproveitadora de nomes.
Olhos, adorei. Do fundo da minha alma, adorei muito!
ResponderExcluirFiquei com mega pena do Rafael e espero que ele consiga voltar com ela e curtir muito o curto tempo que eles ainda tem. Ia ser tão bom se viesse alguém pra nos dar umas dicas de vez em quando....
Emoção do começo ao fim Olhos. Realmente uma história de amor que mexe com a gente, porque nenhum de nós realmente sabe quanto tempo temos. Então vamos aproveitar o tempo para AMAR!
ResponderExcluirFica triste não Balta. Que tal Miguel, Gabriel, Joel...rsrsrsrs
Linda história de amor, dessas que fazem a gente torcer pelo final feliz. E um dia conte como acabou porque estou curiosa em saber se deu tudo certo e quanto tempo durou!!!
ResponderExcluirComenta aê!