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Resposta ao desafio da Telma

Posted by Lívia Marques on 29 de maio de 2012 11:48 in , ,

Ela diz que todo mundo acredita em magia negra, mas são poucos os que acreditam em magia branca. Não sabe qual é a dificuldade em se entender a diferença: uma atrapalha os outros a outra não. Não se trata de fazer o bem ou o mal, é questão de interferir na vida dos outros. Por exemplo, em qualquer religião que se siga, está-se correndo o risco de praticar magia negra pelo simples fato de interferir na vida do  próximo mesmo que seja para o que se acha ser o seu bem. Ninguém tem nada a ver com a vida alheia. Que cada um cuide da sua. A fase da sua vida onde foi mais feliz foi quando se envolveu com a wicca. Aprendeu sobre a grande mãe, seu filho e seu consorte, uma outra divina trindade.Aprendeu sobre como manejar as ervas e as plantas fazendo seus banhos e seus patuás de três ervas, cheios de fragrâncias pungentes que inebriavam qualquer pessoa que estivesse perto . Serviam pra tudo: doença, amor, dinheiro, e até pra nada, só mesmo para o aroma. Aprendeu os feitiços simples de como queimar o louro para dar poder de visão, como colocar um raminho de alecrim sob o travesseiro das crianças para dar atenção na escola, como esmagar os grãos de mostarda para chamar dinheiro e sempre deixar um fio de cabelo no arbusto em que recolheu as ervas em sinal de agradecimento.Aprendeu a arte de amassar o pão, o alimento da alma, cantando e dançando ao som de músicas pagãs.Entendeu que o que via além de seus olhos era verdade, e aprendeu a decifrar os sinais.Aprendeu a comemorar os sabás e os esbás, as mudanças de estações e as mudanças da lua. Aprendeu o nome das Deusas e foi escolhida por duas delas e as amou e prestou loas a seus nomes. Não participou de nenhum coven, era solitária, mas leu livros e mais livros sobre a Arte. Usou seu átame para traçar círculos de proteção, bebeu do cálice, e utilizou a varinha de romãzeira para proferir feitiços ao ar. E todas essas vezes foi para si que pediu. Assim foi até que os outros que não entendiam resolveram que não podia ser mais assim. Ela era uma má influência para os outros, aquilo tinha de parar. Ela não teve escolha, não tinha ninguém a quem pudesse recorrer, assim teve de se alienar de suas atitudes, de seus feitiços. Mas sua crença permanece... pois ela é uma bruxa.



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4 comentários:

  1. Huummm...já ouvi histórias assim em algum lugar...a muito e muito tempo.
    Acho que só eu que te conheço melhor sei o quanto te deu prazer escrever sobre esse assunto.
    Parabéns pelo texto.

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  2. Lívia,
    que delícia de texto... quanto conhecimento no assunto, passados de maneira suave... como suave eram os contos dos nossos avós.
    Uma narrativa forte e sensível, com um quê de protesto, de desabafo.
    Linda!
    Esncantei-me, completamente.
    Master parabéns!
    PS.: A partir de agora, quero ler TUDO o que você escrever sobre bruxaria...rs
    Obrigada por valorizar demais, a imagem que fiz.
    beijos

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  3. Realmente senti que o conhecimento todo desse texto não se baseou numa pesquisa no google. Senti que tem mais ali, por debaixo dos panos, só esperando ser revelado.
    Casou muito bem com a imagem.
    Eu peguei uma imagem bem semelhante a esta, mas como já te disse antes, vc vai por um caminho super original ao qual eu não havia traçado. Sempre uma surpresa.
    Show!

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