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Resposta ao desafio da Pat

Posted by Lívia Marques on 2 de junho de 2012 08:33 in

1- A arma estava carregada no coldre... uma Glock 28 que era do seu pai.
2- -Corra! Não temos tempo....
3- Seja bem vinda a realidade.
4- Os assassinos pagariam com a própria vida.
5- Tudo depende de que lado você está.

Perseguição


A arma estava carregada no coldre... uma Glock 28 que era do seu pai. De alguma maneira Ane pensou que ela se ajustaria ao seu corpo como se fosse um órgão seu . Enganou-se. A arma pesava em sua cintura e fazia barulho enquanto ela se mexia. Ela se sentia extremamente desconfortável e o medo daquilo disparar acidentalmente era enorme. Quem garantia que não dispararia se estivesse destravada? Ou pior, que ela se lembraria de destravar para disparar quando necessário? O arrependimento já tomava conta de Ane. Onde ela estava com a cabeça de pensar que seria capaz de caçar os assassinos de Biga? Devia ter contratado pessoas qualificadas, que entendiam do assunto. Mas contava apenas com a ajuda de Noel. O que era muito devida às circunstâncias. Já que ninguém dera muito crédito ao desaparecimento de Biga uma semana antes.
Noel era um rapaz sereno, meio estúpido talvez ,mas com um senso de justiça enorme.Foi ele quem propôs fazer a ronda perto da casa do pastor da igreja anglicana. Lá era um dos lugares favoritos dos passeios de Biga, pois tinha árvores grandes e jardins lindíssimos. Foram até lá com a noite bem avançada, uma noite sem lua. Precisaram levar a lanterna e tomaram muito cuidado para não serem vistos. Os cuidados foram desnecessários: não havia ninguém por lá. Ouviram miados e gritos abafados vindos da igreja e resolveram averiguar. Começaram a escalar o muro e quando já estavam do lado de dentro Ane tropeçou e caiu sobre si mesma fazendo a arma disparar em seu pé.  Noel mais do que depressa a ajudou a levantar e ouvindo barulhos da igreja disse:
_Corra! Não temos tempo de ficar aqui parados esperando ser pegos. Temos de dar um jeito de sair daqui e depressa.
Com muita criatividade foram ao portão principal e atiraram no cadeado fazendo-o abrir. Mas foi tarde demais, o vigia da igreja já estava vindo em sua direção armado de um porrete e muito assustado por sinal. As explicações começaram. Ane e Noel falavam ao mesmo tempo, mas por incrível que pareça a história foi a mesma: ela tinha levado um tiro no pé e eles foram buscar abrigo na igreja, mas para isso tiveram que arrebentar o cadeado. Ninguém disse de onde veio a arma que deu os tiros e o vigia também não perguntou. Com tudo mais ou menos resolvido chamaram um taxi e foram ao hospital tratar do pé de Ane, que a esta altura já chorava de dor. O prognóstico foi de três semanas de cama sem botar o pé no chão.
_Droga, lá se foi nossa busca aos assassinos de Biga, disse Ane.
_Seja bem vinda à realidade querida. Temos que esperar você melhorar, mas enquanto isso eu posso ir tomando providências, anunciou Noel.
Uma coisa era certa: os assassinos pagariam com a própria vida a crueldade feita com a doce Biga. Essa era uma promessa proferida por Ane e por Noel.
Enquanto Ane se restabelecia do ferimento, Noel procurava pistas em toda a cidade. Começou pelas pessoas mais próximas, mesmo aquelas que não tinham motivos para querer Biga morta, mas afinal tinha que concordar que Biga não era das mais fáceis. Era briguenta e irritadiça e constantemente arrumava confusão. Procurou entre os vizinhos, os fornecedores de pão , leite, jornal o açougue;  na prefeitura, nas quatro igrejas da cidade, na estação de trem, na rodoviária e até no pequeno aeroporto. Não encontrou nenhuma pista. Todos com quem conversou não tinham reclamação de Biga ou não se lembravam dela. Ninguém pareceu suspeito ou desonesto. Isto levou duas semanas, por fim teve uma ideia. Correu para a casa de Ane e perguntou:
_Você tem certeza que Biga morreu?
_ Mas é claro que sim! Respondeu ela estupefata. Que outra razão teria pra sumir assim da minha vida?
_É que procurei em todos os lugares e não encontrei uma só pista. Só tem um lugar em que ela pode estar.
- Onde? disse Ane
_ Aqui!
O primeiro lugar que Noel foi procurar foi no sótão, um lugarzinho aconchegante que Ane deixava sempre livre de poeira. E claro, Biga estava lá! Com nove filhotes branquinhos como neve. Devem ter puxado o pai, pois Biga era pretinha como pixe. Ane não pôde acreditar que chegara a sair armada procurando vingança, enquanto Biga estava aconchegada no sótão com seus filhotinhos. Que loucura, onde estava com a cabeça? Se as pessoas soubessem disso, ela estaria perdida, mas no final tudo depende de que lado você está. E ela estava do lado do amor incondicional por sua gata.

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3 comentários:

  1. Gostei do final: surpreendente!
    Nao imaginei o que biga era enquanto lia o texto. Maneiro!

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  2. Lívia!
    Adrenalina puraaaa!!!
    Realmente, assim como a Nanda, também não iamginei o que Biga era...
    Amei!
    beijos

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  3. Ficou show Lívia!
    Era isso que eu esperava, um pouco de ação em suas histórias. E a Biga ser uma gata surpreendeu mesmo. =]

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